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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sobre a superação do hábito de fumar

Pergunta: Você disse que quando vemos uma coisa como falsa, essa coisa falsa cai por si. Eu vejo todos os dias que o hábito de fumar é “falso”; entretanto, ele ainda não caiu por si.

Krishnamurti: Você já observou os adultos quando fumam — seus pais, seus mestres, seu vizinho ou outros? Isso se tornou um hábito para eles, não é exato? Prosseguem fumando, dia após dia, ano após ano, pois se tornaram escravos desse hábito. Muitos, compreendendo o quanto é estúpido ser escravo de alguma coisa, lutam contra o hábito, disciplinam-se contra ele, procuram por todos os meios para se libertarem dele. Mas, veja, o hábito é uma coisa morta, uma ação que se tornou mecânica e que, quanto mais a combatemos, tanto mais forte se torna. Mas se a pessoa que fuma se tornar consciente de seu hábito, estiver consciente de quando leva a mão ao bolso, retira um cigarro, “bate-o”, coloca-o na boca, acende-o e tira a primeira “fumaça” — se, cada vez que percorrer essa rotina, observá-la sem condenação, sem dizer como é terrível fumar — não estará dando mais vitalidade a esse hábito. Mas, para você poder largar de fato alguma coisa que se tornou hábito, tem de investigar muito mais profundamente, quer dizer, tem de examinar todo o problema de por que a mente cultiva um hábito; e esse problema é: Por que a mente é desatenta? Se você limpa os dentes todas as manhãs, olhando ao mesmo tempo pela janela, o escovar os dentes se torna um hábito; mas se você limpa os dentes muito cuidadosa e atentamente, então esse ato não se torna um hábito, uma rotina que se repete sem pensar.

Experimente isso, observe como a mente deseja “colocar-se a dormir”, por meio do hábito, a fim de não ser perturbada. A mente da maioria das pessoas está sempre funcionando na rotina do hábito, o qual, quanto mais velhos ficamos, pior se torna. Provavelmente você já adquiriu dúzias de hábitos. Você tem medo do que possa acontecer, se não fizer o que seus pais mandam, se não se casar conforme os desejos paternos; por conseguinte, sua mente já está funcionando numa rotina; e quando uma pessoa funciona numa rotina, ainda que só tenha dez ou quinze anos de idade, interiormente já está velha, em declínio. Poderá ter um corpo são, porém, nada mais. Seu corpo poderá ser jovem e aprumado, mas sua mente já está dobrada sob seu próprio peso.

Por conseguinte, revela compreender o inteiro problema de por que a mente permanece em seus hábitos e rotinas, seguindo sempre uma determinada “linha”, qual um carro elétrico, e tem medo de indagar, de investigar. Se você diz, “Meu pai é sikh (¹), e por isso eu sou sikh e vou deixar crescer os cabelos, usar turbante” — se você diz tal coisa, sem investigar, sem indagar, sem nenhuma intenção de se libertar, você é então semelhante a uma máquina. O fumar também lhe torna semelhante a uma máquina, escarvo do hábito, e é só quando se compreende tudo isso que a mente se torna fresca, jovem, ativa, viva, de modo que cada dia é um novo dia, cada alvorada refletida no rio um deleitável espetáculo.

Krishnamurti - A cultura e o problema humano


(¹) sikh - Adepto do sikhismo, seita fundada pelo guru Nanak, no século XVI, que não reconhece a supremacia bramânica
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill