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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Reflexões sobre a prática da Quietude

Há um silêncio que nasce da ignorância e outro que nasce do conhecimento — do conhecimento místico. A interpretação correta só vem através da faculdade intuitiva, e não através do intelecto. 

Essa quietude é a parte divina de todo ser humano. Ao deixar de procurá-la, o indivíduo deixa de tirar o máximo de proveito de suas possibilidades. Se, procurando, ele a perde no caminho, isso acontece orque ela é um VAZIO: simplesmente não há nada lá! Isso quer dizer: não há coisa alguma, nem mesmo coisas mentais, ou seja, pensamentos.

O espírito (Divino) NÃO é a quietude, mas é encontrado pelos seres humanos que estão na CONDIÇÃO PRÉVIA de quietude. A quietude é a reação humana DELES à presença do Divino, presença que entra no seu campo de consciência.

A Quietude é não só uma Compreensão ou um INSIGHT da mente, mas também uma Experiência do Ser. Todo movimento ou vibração pára.

Não é fácil traduzir esse silêncio sagrado de modo a tornar-se compreensível, descrever um conteúdo onde não há forma, ascender de uma tão profunda quanto a de Atlântida, hoje submersa, e falar abertamente sobre isso em linguagem familiar e inteligível; mas é preciso tentar. 

À medida que o centro de um indivíduo se desloca para uma profundidade maior de ser, a paz de espírito torna-se cada vez mais uma companheira constante. Isso, por sua vez, influencia o modo com que ele lida com suas atividades mundanas. A impaciência e a estupidez desaparecem; e a ira e a malignidade são disciplinadas; a falta de coragem em situações adversas é controlada, e a tensão quando ele está sob pressão é diminuída.

A verdade jaz escondida no silêncio. Revele-a, e a falsidade irá insinuar-se nela, fazendo murchar a imagem dourada. A comunicação através da fala ou da escrita não era necessária. A verdade pode ser escrita ou falada, divulgada em sermões ou publicada, mas a sua mais duradoura expressão e comunicação é transmitida, através do mais profundo silêncio, para a natureza mais profunda do homem.

A razão por que essa iniciação na quietude — iniciação sem imagens, interior e silenciosa — é AFINAL tão mais poderosa, é que atinge o próprio homem, ao passo que todos os outros tipos de iniciação atingem apenas seus instrumentos, veículos ou corpos.

Quando os pensamentos e desejos pessoais do ego são desnudados, eis que nos vemos tal como éramos no nosso primeiro estado e tal como seremos no último. Somos, então, apenas o Ser Real, na sua quietude e solidão Divinas. Quando o homem atinge temporariamente essa condição sublime, ele deixa de pensar, pois a sua mente se emudece com a paz celestial. 

Não importa quão escuro ou tortuoso seja o passado, quão miserável seja o emaranhado que o indivíduo tenha feito de sua vida, essa paz inefável tudo apaga. Dentro desse abraço angélico não se conhecem erros, não se sente a miséria, não se relembra o pecado. Uma profunda purificação toma posse do coração e da mente. 

Nessa profunda quietude, na qual todo traço do eu pessoal se dissolve, ocorre a verdadeira crucificação do ego. Esse é o real sentido da crucificação, como a ela se era submetido nas antigas iniciações do templo do Mistério e como a ela foi submetido Jesus. A morte subentendida é mental, e não física. 

Aquele que alcança essa bela serenidade está remido da miséria dos desejos frustrados, está curado das feridas das lembranças amargas, está liberado da carga das lutas terrenas. Ele criou um centro invulnerável e secreto dentro de si mesmo, um jardim do espírito que não pode ser tocado nem pelos sofrimentos, nem pelas alegrias do mundo. Ele encontrou uma transcendental unicidade da mente.

Só é capaz de formular seu PRÓPRIO pensamento, sem influência de outros, aquele que se treinou para entrar na Quietude, onde sozinho, é capaz de transcender todo o pensamento.

A Verdade que conduz um homem à liberação de todas as ilusões e escravidões é percebida nas profundezas mais interiores do seu ser, lá onde ele está completamente isolado de todos os outros homens. O homem que atingiu esse conhecimento encontra-se numa solidão sublime. É pouco provável que se afaste dela com a intenção de iluminar seus semelhantes, já que eles estão acostumados à escuridão e já que se sentem tão à vontade dentro dela. Ele só sairá dessa solidão se alguma outra força de compaixão, propulsora, surgir dentro dele e o levar a fazê-lo. 

Se o aspirante conseguiu manter a mente de certo modo calma e vazia, seu próximo passo é encontrar o centro de si mesmo. Não basta alcançar a paz de espírito. O aspirante precisa penetrar o Real ainda mais profundamente, e conseguir a alegria do coração. 

Se a mente pode atingir um estado do fique livre de suas próprias ideias, projeções e desejos, ela pode atingir a verdadeira felicidade. Aquele belo estado no qual a mente se reconhece PELO QUE ELA É, no qual toda atividade é aquietada, com exceção apenas da atividade da consciência, e assim mesmo de uma consciência sem um objeto — esse é o coração da experiência. Essa é a solidão suprema, à qual todos os seres humanos estão destinados.

Paul Brunton — Idéias em Perspectiva

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill