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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Despertar da Inteligência

O Despertar da Inteligência

A maioria das pessoas se satisfaz com uma definição do que é inteligência. (…) A mente inteligente é aquela que investiga, (…) observa, aprende, estuda. E isso significa o quê? Que só há inteligência quando não há medo, quando você está disposto a se rebelar contra toda a estrutura social, a fim de descobrir o que é Deus, (…) a verdade relativa a qualquer coisa. (1)

Inteligência não é sapiência. Se você pudésse ler todos os livros do mundo, isso não lhe daria inteligência. A inteligência é coisa muito sutil; ela não tem ancoradouro. Surge quando você compreende o processo total da mente (…). A inteligência, pois, surge com a compreensão de você mesmo; e você só pode compreender-se em relação com o mundo das pessoas, das coisas, e das idéias. Inteligência não é coisa adquirível, como a sapiência; ela surge (…) quando não há medo; quando há sentimento de amor, (2) 

Compreender o falso como falso, perceber o verdadeiro no falso, reconhecer o verdadeiro como verdadeiro, eis o começo da inteligência. (3)

Vamos investigar juntos o que é a inteligência. (…) Um dos fatores da inteligência é o de investigar e descobrir; explorar a natureza do falso, porque na compreensão do falso, no descobrimento do que é ilusão, está a verdade, que é inteligência. (4) 

Que é inteligência? Inteligência é perceber o ilusório, o falso, o irreal e descartá-lo; não afirmar meramente que é falso e continuar no mesmo, sem descartá-lo por completo. (…) Ver, por exemplo, que o nacionalismo, com todo o seu patriotismo, seu isolamento, sua estreiteza de idéias é destrutivo, (…). E ver a verdade disso, é descartar o falso. Isso é inteligência. (…) Inteligência não é a engenhosa busca de argumentos, de opiniões contraditórias que se opõem umas às outras. (…) A inteligência está mais além do pensamento. (5)
  Não desejo ser parcialmente inteligente, mas inteligente de maneira integral. Quase todos nós somos inteligentes “em camadas”, vocês provavelmente num sentido, e eu em outro. Alguns de vocês são inteligentes nas atividades comerciais, outros nas (…) de escritório, etc. As pessoas são inteligentes de diferentes maneiras, mas não somos integralmente inteligentes. Ser integralmente inteligente significa existir sem o “eu”. (6)

Inteligência não é acumulação de experiências e de conhecimento. Inteligência é o mais alto grau de sensibilidade. Ser sensível a todas as coisas, aos pássaros, à sordidez, à pobreza, à beleza de uma árvore, à formosura de um rosto, ao ocaso, às cores, (…) ao sorriso de uma criança, às lágrimas, ao riso, à dor, à agonia, à angústia, às desditas (…) - ser totalmente sensível a tudo significa ser inteligente. E não podemos ser inteligentes se cuidamos apenas de reprimir ou de ceder. Só podemos ser sensíveis quando há compreensão. (7)

Que é inteligência? Um homem que está assustado e ansioso; que é invejoso e ávido; cuja mente está copiando, imitando, cheia de saber e da experiência de outros; cuja mente é limitada, controlada, moldada pela sociedade, pelo ambiente - esse homem é inteligente? Você o chama inteligente, mas não o é. (8)

Estar consciente de tudo isso, sem opção, sem ser tragado pela complexidade das questões vitais, sem resistir ao fluxo avassalador da vida, é ser inteligente. Implica também não depender das circunstâncias e, portanto, estar apto a compreender e a libertar-se da influência e das condições ambientais. (…) Mas, a inteligência supera todas as barreiras, livre de qualquer objetivo de ganho individual ou coletivo. (…) A capacidade de destruir o passado psicológico é a essência da inteligência, (…). O sofrimento é a negação da inteligência. (9)

Tem o amor uma causa? Dissemos que a inteligência não tem causa - é inteligência, (…) é luz. Quando há luz, não é minha luz ou a luz de vocês. O sol não é o sol de vocês ou meu sol; é a claridade da luz. Tem o amor uma causa? Se não tem, então o amor e a inteligência caminham juntos. (10)

Devemos discutir também a natureza da inteligência. A compaixão tem sua própria inteligência, o amor tem sua inerente inteligência. Vamos investigar o que é inteligência. Certamente, não pode ser ela encontrada em livros. Conhecimento não é inteligência. Onde há amor, compaixão, há a beleza de sua própria inteligência. A compaixão não pode existir se você é hindu, católico, protestante, budista ou marxista.

O amor não é produto do pensamento. No entendimento da natureza do amor, compaixão, que é negar tudo aquilo que não é, ver o falso no falso é o início da inteligência. (…) Ver a natureza da desordem, e terminá-la, não continuá-la dia após dia, mas cessá-la - o fim é percepção imediata, que é inteligência. (11)

Estamos perguntando o que é inteligência. Esperteza não é inteligência. Ter grande quantidade de conhecimento sobre vários assuntos - matemática, história, ciência, poesia, pintura - não constitui atividade da inteligência. O investigador do átomo pode ter extraordinária capacidade de concentração, imaginação, investigação, discussão, formulação de hipóteses e mais hipóteses, teorias e mais teorias, mas tudo isso não é inteligência. (12)

Inteligência, para mim, não é o conhecimento tirado dos livros. Vocês podem ser muito eruditos e, apesar disso, estúpidos. Podem haver lido muitas filosofias e, apesar disso, desconhecer a beatitude do pensamento criativo, o qual somente pode existir quando a mente e o coração começarem a se libertar (…) pelo constante apercebimento das coisas estúpidas (…). Somente então virá à existência o êxtase do que é verdadeiro. (13)

Que é conhecimento? (…) A inteligência utiliza-se dos conhecimentos, pois ela é a capacidade de pensar com clareza, objetividade, sensatez, naturalidade. Conseqüentemente, é isenta de emoção, preconceito, preferências ou inclinações pessoais. Inteligência é a capacidade de compreensão direta. (…) Inteligência é a qualidade característica da mente sensível, viva, consciente. Ela não se prende a nenhum juízo ou avaliação pessoal, e faculta imparcialidade e lucidez ao pensamento. A inteligência em nada se deixa envolver. (14)

Inteligência não é inventividade, memória, ou mero exercício verbal. É muito mais do que isso. Por bem informados e talentosos que sejamos, em certo aspecto da existência, somos ignorantes em outros sentidos. O acúmulo de conhecimentos não reflete, necessariamente, uma mente inteligente. Tampouco a capacidade e o talento. Mas a sensível percepção da vida, de seus problemas, (…) contradições, (…) aflições e alegrias, revela sabedoria. (15)

A maioria pensa que inteligência é resultado da aquisição de conhecimento, informação, experiência. Por ter grande soma de conhecimento e experiência, acreditamos ser capazes de fazer face à vida com inteligência. Mas a vida é uma coisa extraordinária, nunca é estacionária; como o rio, está fluindo constantemente, nunca pára. (16)

A inteligência só é possível quando há liberdade real em relação ao ego, (…) ao “eu”, isto é, quando a mente já não seja o centro da busca de “mais e mais”; quando ela já não está subjugada pelo desejo de experiência maior, mais vasta, mais expansiva. (…) A compreensão de todo esse processo é o autoconhecimento. Quando alguém se conhece tal como é, sem um centro acumulador, desse autoconhecer provém a inteligência capaz de fazer face à vida; e essa inteligência é criativa. (17)

A dimensão diferente só pode operar através da inteligência; se não há essa inteligência, ela não pode operar. Dessa forma, na vida diária ela só pode operar quando a inteligência está funcionando. A inteligência não pode operar quando o velho cérebro está ativo, quando há qualquer forma de crença e aderência a qualquer fragmento particular do cérebro. Tudo isso é falta de inteligência. (…) Quando se descobre a limitação do velho, esta mesma descoberta é inteligência. (18)

Para mim, inteligência é a mente e o coração em plena harmonia; e então verificarão, por si mesmos (…), o que é essa realidade. (19)

A inteligência é a essência mesma da divindade; mas é evidente que a inteligência tanto pode criar como destruir, que ela governa e dirige as emoções - é o impulso que nos propele para o nosso alvo. (20)

A inteligência pode e deve encontrar por si mesma a Verdade, deve aprender a viver sua própria vida no Reino da Felicidade. Sem um espírito cultivado e uma inteligência inata, não será possível à vocês se aproximarem do alvo. (21)

O êxtase da Realidade encontra-se pela inteligência desperta e no mais alto grau de intensidade. Inteligência não significa cultivo da memória ou da razão, mas, sim, uma percepção da qual é banida a identificação e a escolha. (22)

Uma inteligência desperta tem um discernimento profundo, verdadeiro, em todos os problemas psicológicos, nas crises, nos bloqueios, etc.; não é uma compreensão intelectual, não é um (…) conflito. Ter discernimento é uma questão humana, é despertar esta inteligência; ou, tendo esta inteligência, existe o discernimento (…). Em um discernimento assim, não há conflito; (…) A partir desse discernimento, que é inteligência, surge a ação (…) instantânea. (23)

Porém, se vocês se acham atentos a todas essas coisas e estão insatisfeitos (…) A chama do descontentamento, devido a não haver saída, (…) não haver um objeto no qual satisfazer-se, se converte em uma grande paixão.

(…) Visto que a compaixão está relacionada com a inteligência, não há inteligência sem compaixão. E só pode haver compaixão quando houver amor, o que é completamente livre de todas as recordações, ciúmes pessoais e assim por diante. (24)

Essa paixão é inteligência. Se vocês não se encontram perturbados nestas coisas superficiais (…), essa chama extraordinária se intensifica. Isso produz na mente uma qualidade de profundo e instantâneo discernimento (…), e a ação provém desse discernimento. (25)

Há uma inteligência que seja incorruptível, não baseada em circunstâncias, não pragmática, não egocêntrica, quer dizer: não fracionada, total? Há uma inteligência que seja impecável, sem frestas, que abarque toda a manifestação do homem? Para inquirir sobre isto, deve o cérebro estar livre de qualquer conclusão, (…) de movimento egocêntrico, (…) de medo, de sofrimento. Quando há o fim do sofrimento, há paixão. (…) Não há paixão “por” alguma coisa.

A paixão existe per se, por si mesma (…). Assim, se tem que descobrir (…) como se aproximar dessa paixão, que não é luxúria nem tem nenhum motivo. Há tal paixão? (…) Quando o sofrimento chega ao fim, há amor e compaixão. E quando há compaixão, (…) então essa compaixão tem sua própria quintessência e inteligência. Isto é, não pertence ao tempo nem a teoria alguma, a nenhuma tecnologia, a ninguém; tal inteligência não é pessoal nem universal, nem as palavras a exprimem. (26)

Inteligência é a atividade do todo da vida, e essa inteligência não é sua nem minha. Não pertence a nenhum país ou povo, como o amor não é cristão ou hindu, etc. Portanto, (…) pesquisem sobre tudo isto, porque nossas vidas dependem disso. Somos pessoas desafortunadas e miseráveis, sempre em conflito. (…) Temos aceitado isso como parte da vida. Mas se investigarmos tudo isso, dá-se o despertar daquela inteligência, e, quando ela se acha em operação, ação, só então há correta ação. (27)

Não é a inteligência de um homem engenhoso, não estamos falando disso. Agora opere com essa inteligência, que não é sua nem minha... ou de outra pessoa. Esse discernimento é inteligência universal, inteligência global ou cósmica. Avançando mais nisso, tenha um discernimento na dor que não é a dor do pensamento. Então, nesse discernimento há compaixão. (28)

Agora tenha um discernimento na compaixão. É a compaixão o fim de toda a vida? O fim de toda a morte? Parece sê-lo, porque a mente se esvazia de todas as cargas que o homem se impôs a si mesmo (…). Portanto, você tem esse sentimento extraordinário, tem dentro de si essa coisa tremenda. Aprofunde-se nessa compaixão. E então há algo sagrado, não contaminado pelo homem. E isso pode ser a origem de todas as coisas - que o homem mutilou. Entende? (29)

A mente despida de todas as suas lembranças e óbices, funcionando espontaneamente, plenamente, a mente, vigilante e perceptiva, cria a compreensão, e isso é inteligência, (…); isso para mim é imortalidade, atemporalidade. (30)

Inteligência é o discernimento do essencial, e para discernir o essencial temos de estar livres dos obstáculos que a mente “projeta” (31)

A chama da inteligência, do amor, só pode ser despertada quando a mente está vitalmente apercebida do próprio pensamento condicionado, com seus temores, valores e desejos. (32)

A inteligência pura é aquele estado mental em que há um percebimento isento de escolha, em que a mente está silenciosa. Nesse estado de silêncio só há o ser; nele, surge aquela Realidade (…) maravilhosa atividade criadora, que está fora do tempo. (33)

Por “percebimento”, entendo um estado de vigilância em que não há escolha. Estamos simplesmente observando o que é. Mas ninguém pode observar o que é, se tem alguma idéia ou opinião a respeito do que vê, dizendo-o “bom” ou “mau”, (…) avaliando. (34)

Mas, acontece que a mente da maioria de nós está embotada, semi-adormecida; só certas partes dela se acham ativas - as partes especializadas, pelas quais funcionamos automaticamente, pela associação, pela memória, tal como um cérebro eletrônico. A mente, para ser vigilante, sensível, necessita de espaço, no qual possa olhar as coisas sem nenhum fundo de conhecimentos prévios; (35)

Eu asseguro á vocês que, quando houver completa nudez, (…) falta de esperança, então, num momento assim, de vital insegurança, nascerá a chama da suprema inteligência, a beatitude da verdade. (36) New York City, 1935, pág. 24
 Inteligência é a solução única que produzirá a harmonia neste mundo de conflito, harmonia entre a mente e o coração, na ação. (…) Vocês mesmos, mediante o próprio apercebimento, (…) é que poderão discernir o verdadeiro significado destas múltiplas barreiras limitadoras. Só isso produzirá a inteligência perdurável, que há de lhes revelar a imortalidade. (37)

Isto é, se vocês estiverem plenamente despertos, apercebidos de uma ação que exija o ser inteiro de vocês, então perceberão que todas essas perversões ocultas, inconscientes, virão à tona e lhes impedirão de agir plenamente, de modo completo. Será essa a ocasião, então, de lhes fazer frente e, se a chama do apercebimento for intensa, essa chama consumirá as causas limitadoras. (38)

A compreensão surge somente pelo discernimento do processo do “eu”, com sua ignorância, suas tendências e temores. Onde houver profunda e criadora inteligência, haverá reta educação, reta ação e relações retas com o ambiente. (39)

Pelo discernimento sem escolha desperta-se a intuição criadora, a inteligência, que é a única a poder libertar a mente-coração dos múltiplos processos sutis da ignorância, da carência e do medo. (40) 

Textos de Krishnamurti, extraídos de: Seleta de Krishnamurti
Fontes das citações:

(1) A Cultura e o Problema Humano, pág. 19
(2) A Cultura e o Problema Humano, pág. 19
(3) Reflexões sobre a Vida, 1ª ed., pág. 58
(4) La Llama de la Atención, pág. 113
(5) La Llama de la Atención, pág. 127-128
(6) A Primeira e Última Liberdade, 1ª ed., pág. 78
(7) A Suprema Realização, pág. 44
(8) Novos Roteiros em Educação, pág. 152
(9) Diário de Krishnamurti, pág. 81
(10) La Llama de la Atención, pág. 120
(11) Mind Without Measure, pág. 58-59
(12) Mind Without Measure, pág. 59
(13) Palestras em New York City, 1935, pág. 21
(14) Ensinar e Aprender, pág. 19
(15) Diário de Krishnamurti, pág. 81
(16) O Verdadeiro Objetivo da Vida, pág. 139
(17) O Verdadeiro Objetivo da Vida, pág. 140
(18) The Awakening of Intelligence, pág. 412
(19) Palestras em Auckland, 1934, pág. 112-113
(20) O Reino da Felicidade, pág. 56
(21) O Reino da Felicidade, pág. 56
(22) O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 199
(23) La Totalidad de la Vida, pág. 177
(24) O Futuro da Humanidade, pág. 70
(25) La Totalidad de la Vida, pág. 178
(26) Last Talks at Saanen, 1985, pág. 138-139
(27) Mind Without Measure, pág. 59
(28) La Totalidad de la Vida pág. 131
(29) La Totalidad de la Vida pág. 131
(30) A Luta do Homem, pág. 60
(31) A Educação e o Significado da Vida, pág. 39
(32) Palestras em Nova York, Eddington, Madras, 1936, pág. 80-81
(33) As Ilusões da Mente, pág. 35
(34) Experimente um Novo Caminho, pág. 99
(35) Experimente um Novo Caminho, pág. 99-100
(36) New York City, 1935, pág. 24
(37) New York City, 1935, pág. 27
(38) New York City, 1935, pág. 32
(39) Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 60
(40) Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 55

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill