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terça-feira, 28 de agosto de 2012

A chama da atenção

Nova Deli (1985)

Gostaria de assinalar que aqui não fazemos nenhuma classe de propaganda a favor de tal ou qual crença, ideal ou organização. Juntos estamos considerando o que ocorre no mundo que está fora de nós, e o fazemos não do ponto de vista europeu ou americano, ou de algum determinado interesse nacional. Vamos observar juntos, o que realmente está acontecendo no mundo. Estamos pensando juntos, porém, não como se pensássemos igual. Existe uma diferença entre pensar igual e pensar juntos. Pensar igual implica que temos chegado a alguma conclusão, a certa crença, a certos conceitos. Porém, pensar juntos é algo completamente diferente. Significa que vocês e quem lhes fala tem uma responsabilidade: considerar objetivamente, de maneira pessoal, o que está ocorrendo. Deste modo, estamos pensando juntos. O que lhe fala, ainda que esteja sentado sobre um palanque por razões de conveniência, não possui autoridade alguma. Por favor, devemos ser muito claros sobre este ponto. Ele não está tratando de convencê-los a respeito de nada. Não lhes pede que o sigam. Não é o guru de vocês. Não está defendendo nenhum sistema particular, ou uma determinada filosofia.

E, se temos de observar juntos, temos que estar livres de nosso nacionalismo. Nós, seres humanos, estamos relacionados uns com os outros, seja lá onde vivamos. Por favor, compreendam-no, vejam a seriedade, a urgência de tudo isto. Porque neste país as pessoas estão se tornando apáticas, completamente indiferentes ao que ocorre, absolutamente descuidadas, preocupadas somente com sua pequena salvação, sua pequena felicidade.

Portanto, em primeiro lugar, consideremos no que tem se transformado a consciência humana, porque nossa consciência é o que somos. O que vocês pensam, o que sentem, seus temores, seus prazeres, suas ansiedades, a insegurança que experimentam, a infelicidade, o abatimento, o amor, o pensar, o sofrimento e o medo final da morte, são o conteúdo da própria consciência; esse conteúdo é o que somos, é o que faz de cada um de nós o ser humano que é. A menos que compreendamos o seu conteúdo e passemos mais além – se é isso possível – não seremos capazes de atuar seria, básica e fundamentalmente a fim de produzir uma transformação, uma mutação nesta consciência.

Nós não temos criado a natureza, os pássaros, os mares, os rios, os formosos céus e as rápidas chuvas, não temos criado o tigre, o maravilho arvoredo. Não os temos criado – não é o momento de examinar como isso tem acontecido. E estamos destruindo os bosques, destruímos aos animais selvagens, cada ano estamos matando a milhões e milhões deles – certas espécies estão desaparecendo. Não temos criado a natureza – o cervo, o lobo – porém, o pensamento tem criado tudo o demais. O pensamento tem criado maravilhosas catedrais, os antigos templos e mesquitas e as imagens que neles se encontram. É o pensamento que tem criado estas imagens nos templos, nas catedrais, nas igrejas e também as inscrições que existem nas mesquitas; depois, esse mesmo pensamento rende culto àquilo que criou.

O pensar é um processo que nasce da experiência e do conhecimento. Escutem isto tranqüilamente, vejam se isso não é verdadeiro, real; então, o descubram por si mesmos, como se quem está falando atuasse com o um espelho no qual vem exatamente o que é sem distorção alguma; depois podem tirar o espelho e quebrá-lo. O pensar parte da experiência que se converte em conhecimento, o qual se acumula como memória nas células do cérebro; depois, da memória surgem os pensamentos e a ação. Tenham a bondade de ver isto por vocês mesmos, não repitam o que eu digo. Esta seqüência é um fato real: experiência, conhecimento, memória, pensamento, ação. Então, dessa ação aprendemos mais; existe, pois, um ciclo, e essa é a nossa prisão.

Como vocês observam? Tem observado livremente, abertamente a alguém, sem nenhuma palavra, sem nenhuma imagem? Tem observado dessa forma para a beleza de um arvoredo e o esvoaçar de suas folhas? Podemos então, aprender juntos como observar? Um não pode observar visualmente, oticamente, se sua mente se encontra ocupada – tal como a maioria de nossas mentes o está – com o artigo que tem que escrever no dia seguinte, ou com o que tem que cozinhar, ou com o emprego, ou com o sexo; ou se está ocupada com o modo de meditar, ou com o que as pessoas podem dizer. Como pode uma mente semelhante, estando ocupada desde manhã até a noite, observar alguma coisa?

Nossos cérebros estão sempre ocupados, jamais estão quietos. Para aprender como observar a nossa esposa, ao nosso próximo, ao nosso governo, como observar a brutalidade, a pobreza, os horrores das guerras, tem que haver liberdade para observar. Sem dúvida, nos opomos a ser livres porque isso nos atemoriza, temos medo de ficarmos sós.

Vocês está ouvindo a quem fala; que estão escutando, que estão reconhecendo – palavras, idéias que finalmente não tem significado algum? Tem visto por si mesmos a importância de não ser lastimados jamais? Isso implica não ter jamais, imagem alguma de si mesmo. Tem visto a importância, a urgência de compreender a relação e de ter uma mente que não esteja ocupada? Quando não se encontra ocupada, a mente é extraordinariamente livre, percebe uma grande beleza. Porém, a mente vulgar e mesquinha, a insignificante mente de segunda mão, está sempre ocupada com o conhecimento, ocupada em chegar a ser alguma coisa, em formular perguntas, em discutir, argumentar, jamais está quieta, jamais é livre uma mente ocupada. Quando existe uma mente assim, desocupada, dessa liberdade surge a suprema inteligência – jamais conseguida através do pensamento. 
Krishnamurti - Extraído do livro: LA LLAMA DE LA ATENCION
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill