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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O que é uma mente medíocre?

PERGUNTA: A tradição, os ideais e um certo senso de moralidade social mantinham as pessoas medíocres como eu ocupadas de maneira virtuosa; mas essas coisas já perderam para a maioria de nós toda a significação. Como podemos libertar-nos de nossa mediocridade?

KRISHNAMURTI: Senhores, que é uma mente medíocre? Não a definais - uma definição pode achar-se facilmente num dicionário -, mas observai vossa mente e tratai de descobrir por que é ela vulgar, medíocre. Diz o interrogante que a tradição, os ideais e um certo senso de moralidade social mantinham ocupadas, de maneira virtuosa, as pessoas medíocres como ele. Ora, isso não era uma "maneira virtuosa", mas uma maneira tradicional. Fazer o que a sociedade manda não é virtude; é meramente atuar como gramofone, e isso nada tem em comum com a virtude. Virtude implica liberação da avidez, da inveja, da ambição de poder, e que a pessoa fique só. Somente então pode-se falar em virtude. Atuar mecanicamente, porque durante séculos fostes educados para pensar de uma certa maneira e ajustar-vos a um certo padrão, isso não é virtude.

Que é então mediocridade? Não o sabeis? Não sabeis o que é uma mente medíocre? Ora, isso é muito simples. A mente ocupada é uma mente medíocre. Com o que quer que esteja ocupada - Deus, bebidas, sexo, poder - ela é uma mente medíocre. Compreendeis, senhores? A mente que pratica virtude de manhã à noite é uma mente ocupada, e portanto, medíocre já que está interessada em si própria. Podeis dizer: "Não estou interessado em mim mesmo; estou interessado na Índia"; mas isso é apenas transferir a própria identidade pra a uma coisa e ficar ocupado com essa coisa. Toda ocupação - com um livro, um pensamento, com qualquer uma dúzia de coisas - denota mediocridade, porque a mente ocupada não é uma mente livre. Só a mente livre pode dar atenção a uma coisa e depois "soltá-la" - e isso é bem diferente de ficar ocupado com ela. A mente ocupada jamais pode ser livre. Examinai vossa mente, para verdes quanto ela está ocupada com vossos interesses, com vossa família, vosso emprego; da manhã à noite, nunca há um momento em que esteja vazia - o que não significa um estado de apatia, de vegetação, ou de devaneio. Isso não é vazio. Quando a mente está ocupada, cansa-se e opõe-se a pensar vagamente noutra coisa - e isso é apenas outra forma de ocupação. Não é disso que estou falando. A mente não ocupada acha-se em extremo vigilante, mas não em relação a alguma coisa. Seu estado é de atenção completa; e no momento em que existe esse estado, há criação. Essa mente deixa de ser medíocre; quer viva na aldeia, quer na capital, já não está dominada pelos ditames da sociedade. Mas isso requer laboriosa investigação de si mesmo, e não complacência dos pequenos êxitos; é resultado de um trabalho realmente penoso para descobrir o motivo da ocupação mental.

Não estais vendo, senhores, que andais ocupados com os assuntos de outras pessoas porque vós sois as outras pessoas, não sois vós mesmos. Não vos conheceis. Estais ocupados com coisas que vos disseram serem importantes, mas, se tiverdes um sentimento real a respeito de uma dada coisa, vereis que já não haverá ocupação. O homem dotado de profunda sensibilidade não é uma pessoa medíocre; porém, quando procura expressar essa sensibilidade em palavras e faz muito "barulho" em torno dela, quando com essas palavras busca a fama, a notoriedade, dinheiro ou o que quer que seja, então ele se torna medíocre. Assim, a investigação da mediocridade é uma investigação de vossa própria mente, e com ela descobrireis que a mente ocupada permanece sempre medíocre.

Krishnamurti - Madrasta - 23 de dezembro de 1956
Do livro: O homem livre - Ed. Cultrix
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill