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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A necessária prática da educação dos sentidos

"Oh Filho de Kunti, os sentidos excitados mesmo de um homem sábio, ainda que ele se esforce, impetuosamente arrebatam sua mente".
Sabe-se que a mente intervém para seus próprios objetivos. Ela busca continuidade e segurança, e isso pode ser garantido apenas se os sentidos e o cérebro não lhe apresentarem material completamente novos. Na presença de algo novo, a segurança da mente fica, naturalmente, ameaçada, pois, sob seu impacto, a mente é compelida a revisar suas próprias conclusões. E é isso que a mente deseja evitar o tempo todo. É seguro para ela permanecer entrincheirada atrás de suas próprias conclusões e julgamentos. Se esses são jogados ao mar, naturalmente, ela deve buscar novas paragens e avenidas para seus movimentos. A mente impede esse acontecimento, interferindo no processo perceptivo de forma que os sentidos e o cérebro sejam impedidos de colocar diante dela qualquer dado novo. Esse processo tornou-se tanto parte de nossas vidas que os sentidos dependem, todo o tempo, das intimações e direções da mente. A intervenção da mente tornou fora de nosso alcance vastas áreas do Universo. Vivemos em um Universo estereotipado e monótono. Através da intervenção da mente, podemos ver apenas aquilo que a mente considera seguro que vejamos. Isso acontece, particularmente, com relação à contraparte psicológica do Universo. Se tivermos de agir de forma correta no ambiente físico e psicológico que se impinge sobre nós constantemente, é necessário que conheçamos bem esse ambiente. Se nossa percepção é imperfeita, então certamente a interpretação daquilo que conhecemos e a ação advinda de tal cognição também estão fadadas a ser. Todavia, para a reta percepção, os sentidos devem reclamar sua iniciativa, e o cérebro deve declarar seu direito de funcionar com o potencial pleno. Esse funcionamento do cérebro com pleno potencial é possível apenas se os sentidos funcionam independentemente da mente. A prática da educação dos sentidos permite-nos fazer isso e confere inciativa aos sentidos. Em outras palavras, objetiva uma completa reeducação dos sentidos, de modo que cessem de depender da mente para seu funcionamento. É fácil de compreender que esta reeducação dos sentidos deve começar não no lado psicológico, mas no lado não-psicológico, porque a intervenção da mente na esfera não-psicológica é comparativamente lenta e menos intensa. Quando a intervenção da mente é impedida nos processos perceptivos da esfera não-psicológica, a suspensão de tal intervenção nos reinos psicológicos torna-se fácil. Logo, sabemos que reeducar os sentidos é tornar possível que eles funcionem livremente, sem interferência da mente.

[...] A mente em sua busca por prazer transforma os fatos em ficções, através de um processo de associação e identificação. Ela projeta suas próprias associações sobre os fatos da vida. [...] Quando os sentidos perdem sua iniciativa e função em benefício da mente, então cessam de responder aos fatos da vida e começam a mover-se no reino dos objetos de prazer da mente. São incapazes de permanecer onde estão os fatos e tendem a gravitar para os objetos mentais. Estes são os objetos da vida e os objetos da mente. Os primeiros representam o fato, enquanto os segundos representam as projeções. Esses sentidos, operando em benefício da mente, são removidos dos objetos da vida para os objetos da mente. Ora, quando a mente recolhe-se, abstendo-se de toda intervenção no processo perceptivo, os objetos da mente começam a desaparecer e aparecem os objetos da vida. É então que os sentidos recebem o que lhes cabe. Contudo, tendo se acostumado a funcionar em benefício e sob direção da mente, os sentidos, no início, sentem-se perdidos quando a mente se recolhe. São incapazes de agir por conta própria e, assim, como diz o Bhagavad Gita:

"Oh Filho de Kunti, os sentidos excitados mesmo de um homem sábio, ainda que ele se esforce, impetuosamente arrebatam sua mente".

Os sentidos quase que forçosamente trazem a mente de volta e exigem sua intervenção. Isso ocorre em virtude de os sentidos não terem sido reeducados e serem incapazes de agir sem a direção da mente. Devem ser educados a funcionar sobre os objetos da vida e a afastarem-se dos objetos da mente.

[...] Se podemos olhar para os fenômenos não-psicológicos sem a intervenção da mente, os sentidos têm uma chance de funcionar por si próprios. Ou seja, os sentidos precisam ser reeducados para olhar ou sentir de outra forma a flor e a árvore, a nuvem e o pássaro, o rio e o mar. Com a mente recolhida, os sentidos começam a funcionar de uma maneira nova, descobrindo os objetivos da natureza, dissociados dos objetos da mente.

[...] Quando os sentidos recebem sua devida parte, porque a intervenção da mente foi interceptada, seu alcance e sua intensidade de resposta aumentam tremendamente. São capazes de comunicar ao cérebro um número muito aumentado de dados e sensações. Tal fato, é claro, resulta da ativação do cérebro, permitindo que ele funcione com seu pleno potencial.[...] A ativação do cérebro impede a interferência da mente em seus próprios processos perceptivos. O cérebro é capaz de tornar suas imagens perceptivas claras e vívidas sem que distorções sejam introduzidas nas mesmas. Quando há um fluxo ininterrupto de sensações dos órgãos dos sentidos, as imagens perceptivas também são constantemente renovadas. O fluxo da vida, transmitido pelas sensações sempre crescentes, é refletido em renovadas imagens da percepção formada pelo cérebro. A monotonia da mesmice desaparece, permitindo que ele permaneça sempre novo e energético, sempre pronto para aprender. O processo do aprendizado do cérebro não é reduzido, o que o faz funcionar com tremenda vitalidade. A maior elasticidade dos sentidos e a crescente vitalidade do cérebro são os resultados da prática da educação dos sentidos.

Rohit Mehta

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill