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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O que é religião?

Religião é um sentimento oceânico, onde você fica perdido e somente a existência permanece. É uma morte e uma ressurreição. Você morre como é, e ressuscita totalmente novo. Algo absolutamente novo surge da morte, do antigo. No túmulo do antigo algo brota e se toma uma nova flor.

A religião é uma revolução interior, uma mutação interna. Ela não está nos templos, nas mesquitas ou nas igrejas. Não procure a religião aí! Se procurar aí, perderá seu tempo. Procure a religião dentro de você. E quanto mais fundo você caminhar, mais profundamente encontrará o ego presente — o qual é a barreira. Abandone essa barreira e, subitamente, você fica religioso.

Só existe uma coisa que não é religiosa, e essa coisa é o ego. E esse nunca pode ser religioso. E as seitas jamais o eliminam; pelo contrário, elas o reforçam.

Através de rituais, templos e ideologias, o ego é reforçado. Você vai à igreja e sente que se tornou religioso. Um orgulho sutil surge dentro de você. Você não se toma humilde, pelo contrário, fica mais egotista.

Você pratica um certo ritual e se sente gratificado — e começa a condenar aqueles que não praticam o ritual. Você pensa que eles são pecadores e que serão atirados ao fogo do inferno; e seu céu está garantido — apenas por praticar certos rituais? A quem você pensa que está enganando?

Alguém se senta durante uma hora repassando seu rosário e pensa que seu céu está assegurado e que os outros que não estão fazendo essa coisa estúpida irão para o inferno. E você vai à mesquita, ajoelha, curva-se e diz coisas tolas ao Divino: “Sois o maior" — e há alguma dúvida sobre isso? Por que está dizendo: “Sou pecador e sois a compaixão”? O que você está fazendo? Subornando? Você pensa que Deus é uma coisa parecida com um ego? — de maneira que você possa dizer quem você é: “Sois grande e nós somos pequenos, sois a compaixão e nós somos pecadores. Perdoai-nos!”. A quem você pensa que está enganando?

O ego está fazendo o jogo. Você pensa que Deus também é um ego que pode ser subornado? Deus não é uma pessoa, absolutamente; assim, você está falando para si mesmo. Não há ninguém ouvindo; somente as paredes, as paredes mortas da mesquita ou do templo, ou mesmo uma estátua de pedra. Ninguém está ouvindo.

Na verdade, você está fazendo algo maluco. Vá a um hospício e veja as pessoas falando com alguém que não existe. Mesmo essa gente louca não é tão louca, porque aquele alguém pode estar em algum lugar. Pode não estar ali; um louco pode estar falando com a esposa que não está ali no hospício, mas talvez noutro lugar — mas seu Deus não está em lugar algum. Sua loucura é mais profunda, maior, e perigosa.

Como você pode falar com a existência? Com a existência você precisa ficar em silêncio; toda fala deveria cessar. Você não deveria dizer coisa alguma; ao contrário, a oração é um escutar. Você precisa escutar a existência, e não dizer algo. Se falar, a quem escutará? Se você falar e estiver muito envolvido nas palavras, então a quem escutará? E a cada momento há uma mensagem.

A cada momento, de todas as partes, há uma mensagem para você. Ela está escrita em tudo; toda a existência é a escritura do Divino. E a mensagem está em todas as partes, a assinatura está em cada folha, mas quem a verá? Seus olhos e sua mente estão repletos de você mesmo. Você tem lixo, mas continua virando esse lixo na mente. Abandone-o!

Isto é algo a se compreender, porque a oração pode ser cristã, hindu, judia, mas então são orações sectárias e não são orações, de forma alguma. Uma verdadeira oração não pode ser cristã, hindu ou budista. A verdadeira oração é apenas um silêncio, uma espera. Como você pode dizer que o silêncio é hindu? Como pode dizer que o silêncio é cristão? Será que o silêncio pode ser cristão ou hindu?

O silêncio é simplesmente o silêncio! — nem hindu nem muçulmano. Quando duas pessoas estão completamente em silêncio, será que você pode dizer quem é muçulmano? No silêncio, as seitas, as sociedades e as civilizações desaparecem; no silêncio, você desaparece. Só o silêncio existe — e você não está presente. Se estiver, então o silêncio não poderá existir, porque então você fará uma coisa ou outra, pensará uma coisa ou outra, continuará tagarelando por dentro.

Quando você não está, a sociedade e as seitas também não estão; nenhuma palavra, nenhuma oração; você não está recitando o Alcorão nem os Vedas, não está fazendo Meditação Transcendental, “Ram, Ram, Ram” — tudo bobagem. Quando você está simplesmente em silêncio, acontece um encontro, uma fusão — você se dissolve! Assim como o gelo derrete e os limites se dissolvem e então você não pode descobrir para onde o gelo se foi... tomou-se um com o mar.

O sol nasce, o gelo derrete, toma-se água. O silêncio nasce, a mente, congelada como gelo, começa a derreter; o ego se dissolve. Subitamente existe só o oceano, e você não é mais. Esse é o momento da religião. Ela nasce em você.

Osho, em "Antes que Você Morra"

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill