Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Descendo das alturas do intelectual romantismo imaginativo

Pergunta: Foi sugerido que o poder que fala através de si pertence aos planos superiores, e não pode ser transmitido abaixo do intuitivo, por conseguinte temos que escutar mais com a nossa intuição se quisermos compreender a sua mensagem. Isso é correto?

Krishnamurti: O que quer dizer com intuição? O que significa para vocês todos a intuição? Dizem que é algo que sentimos instintivamente sem passar pelo processo da razão lógica; um “pressentimento” como diriam os Americanos. Ora na realidade eu questiono se a vossa intuição é real ou apenas as esperanças inconscientes glorificadas; anseios subtis, enganadores. Sabem, quando ouvem falar da reencarnação, ou quando ouvem um conferencista falar da reencarnação, ou leem um livro sobre ela, e tiram conclusões e dizem, “Sinto que é verdade, tem que ser”, chamam a isso intuição. É realmente intuição, ou é a esperança de que terão uma outra oportunidade para viver a próxima vida; por isso se ligam a ela, e lhe chamam intuição? Esperem um momento. Não estou a negar que existe intuição, mas ao que a pessoa comum chama intuição, e isso não é verdade, isso é algo sem razão, sem validade, sem compreensão por trás disso.

Ora o interlocutor diz que foi sugerido que o poder que fala através de mim pertence aos planos superiores, e não pode ser transmitido abaixo do intuitivo. Certamente compreendem aquilo de que falo, não compreendem? É bastante óbvio. Agora esperem um momento. É fácil compreender aquilo de que falo, mas se não o procurarem, se não o puserem em ação, não há compreensão; e porque não o põem em ação, transferem-no antes para o mundo intuitivo, e por esse motivo dizem que se sugere que falo de um plano superior, e por isso têm que ir ao vosso superior e tentar compreender o que isso significa. Por outras palavras, embora compreendam razoavelmente bem o que estou a tentar dizer, é difícil pô-lo em ação; por isso, vocês dizem “Vamos antes removê-lo para um plano superior, e a partir daí podemos discuti-lo”. Não é assim? Se disserem, “Não compreendo do que fala”, então há a possibilidade de mais discussão. Tentarei então explicá-lo de maneira diferente, para que o possamos discutir, aprofundar, considerar em conjunto; mas começar com a suposição de que para me compreenderem têm que ir ao plano superior – sem dúvida que há algo radicalmente errado nessa atitude. Qual é o plano mais elevado, excepto esse que é o pensamento? Porquê ir mais além? Mas não vêem que o que quero dizer é que estamos a começar com algo misterioso, algo distante, e a partir daí tentamos descobrir o óbvio, as realidades, e portanto, elas forçosamente são enormes desilusões, enormes ações hipócritas, limitadas à falsidade? Ao passo que, se começarmos com as coisas que conhecemos, que são simples de descobrir se pensarem nelas, então podem realmente ir longe, infinitamente. Mas é absurdo começar do misterioso, e depois tentar relegar a vida a esse mistério, que pode ser romanticismo, pode ser falso, imaginativo. Uma tal atitude da mente que diz, “Para compreender temos que escutar com a nossa intuição”, pode ser falsa, portanto eis porque eu disse que as vossas intuições podem ser completamente falsas. Como podem escutar com algo que pode ser falso, que pode ser as vossas esperanças, predileções, anseios ou sonhos? Porque não escutar com os vossos ouvidos, com a vossa razão? Daí, quando conhecem a limitação da razão, então podem prosseguir – isto é, para subirem alto têm que começar por baixo; mas já subiram alto, e não têm mais para onde ir. É esse o problema com todos vocês. Subiram às alturas intelectualmente; naturalmente os vossos seres estão vazios, são arrogantes. Ao passo que, se começarem de perto, então saberão como subir, como mover-se infinitamente.

Sabem, todos estes são meios e maneiras de exploração. É a maneira dos sacerdotes – complicar os assuntos, quando as coisas são infinitamente simples. Não aprofundarei o que tenho que dizer, já o expliquei vezes sem conta; mas complicá-lo, revesti-lo de todo o tipo de tradições ou preconceitos e não reconhecer os vossos preconceitos, eis onde reside a hediondez.

Krishnamurti, Auckland, Nova Zelândia, palestra com teosofistas 31 de março, 1934
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill