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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Da impotência à potência perante o fluxo dos pensamentos

A mente é apenas um processo. Na verdade, ela nem existe — só os pensamentos existem, pensamentos passando tão rapidamente que você pensa e sente que existe alguma coisa contínua ali. Um pensamento vem, outro vai, chega mais um e assim sucessivamente... a lacuna é tão pequena que você não consegue perceber o intervalo entre um pensamento e outro. Assim, dois pensamentos se agrupam, formam uma continuidade e por causa dela você acha que a mente existe. 

(...) Os pensamentos existem — a mente não existe; ela é só aparência. E, quando você olha a mente mais de perto, ela desaparece. Ficam os pensamentos, mas, quando a "mente" desaparece e só restam os pensamentos individuais, muitas coisas se dissolvem imediatamente. Logo de início você percebe que os pensamentos são como nuvens eles vêm e vão, e você é o céu. Quando não existe mente, surge imediatamente a percepção de que você deixou de se envolver com seus pensamentos — os pensamentos estão ali, passando por você como nuvens passando no céu, ou o vento passando entre as árvores. Os pensamentos estão passando por você e podem continuar passando, porque você é um IMENSO VAZIO. Não há nenhum obstáculo, nenhum impedimento. Não há muros para barrá-los; você não é um fenômeno fortificado. Seu céu é uma imensidão infinita para onde passam os pensamentos. E, depois que você começa a sentir que os pensamentos vêm e vão, e que você é um mero observador, uma testemunha, o domínio da mente é conquistado.

A mente não pode ser controlada, no sentido comum do termo. Em primeiro lugar, porque ela não existe, como você poderia controlá-la? Em segundo lugar, quem iria controlar a mente? Porque não existe ninguém por trás da mente — e, quando eu digo que não existe ninguém, quero dizer que não há ninguém por trás dela, só um vazio. Quem a controlará? Se alguém está controlando a mente, então se trata apenas de uma parte, um fragmento da mente, controlando outro fragmento dela. É isso o que o ego é. 

A mente não pode ser controlada dessa forma. Ela não existe e não há ninguém para controlá-la. O vazio interior pode ver, mas não controlar. Ele pode olhar, mas não controlar — mas o próprio olhar é que é o controle, o próprio fenômeno da observação, do testemunho, torna-se o domínio, pois a mente desaparece. 

(...) A mente nada mais é do que a falta da sua presença. Quando você se senta em silêncio, quando olha bem dentro da mente, ela simplesmente desaparece. Os pensamentos continuarão, eles existem, mas a mente não estará mais ali. 

Porém, quando a mente desaparece, você nota que os pensamentos não são seus. É claro que eles surgem, e às vezes ficam um tempinho em você, mas depois vão embora. Você talvez seja uma área de descanso, mas não é a origem dos pensamentos. Você já reparou que nem um único pensamento parte de você? Não brota de você nem um único pensamento; eles sempre vêm de fora. Não pertencem a você — sem casa, sem raízes, eles rondam por aí. Às vezes, eles descansam em você, isso é tudo; como uma nuvem que paira sobre uma montanha. Depois eles se vão por conta própria; você não precisa fazer nada. Se você simplesmente observar, você assume o controle. 

A palavra controle não é muito boa, pois as palavras nunca são muito boas. As palavras pertencem à mente, ao mundo dos pensamentos. Elas nunca são muito perspicazes, pois lhe falta profundidade. A palavra controle não é boa porque não existe ninguém para controlar, nem ninguém para ser controlado. Mas, de uma certa forma, ela ajuda a entender uma certa coisa que acontece: Quando você olha bem fundo dentro da mente, ela é controlada — de repente você passa a ser quem manda. Os pensamentos não vão embora, mas eles deixam de dominar você. Eles não podem fazer nada com você, simplesmente vêm e vão embora; você continua intacto como uma flor de lótus em meio a um aguaceiro. Gotas de chuva caem nas pétalas, mas acabam escorrendo sem afetá-las. O lótus continua intacto(...) Seja como o lótus, só isso. Permaneça intacto e você estará no controle. Continue intacto e você será o senhor de si mesmo.

(...) Centrar-se na consciência é dominar a mente. Por isso, não tente "controlar a mente" — a linguagem pode enganar você. Ninguém pode controlar, e esses que tentam controlar ficarão loucos; eles simplesmente ficarão neuróticos, pois tentar controlar a mente nada mais é que uma parte da mente tentando controlar outra.

(...) Só os fracos se preocupam com os pensamentos. Só os fracos se preocupam com a mente. As pessoas mais fortes simplesmente absorvem o todo e se enriquecem com ele. Os mais fortes simplesmente não rejeitam nada.

O S H O 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill