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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Porque razão derrama a flor o seu perfume?

O senhor refere que, no que concerne às questões espirituais, uma pessoa deve crer por si mesma. Se realmente é isso que defende, porque razão perde o seu tempo a dar conferências?

Krishnamurti- Senhor, porque razão derrama a flor o seu perfume? Ela não pode evitar de perfumar o ambiente. Quando percebe alguma coisa com clareza, não sentirá desejo de partilhar essa clareza com os demais? Eu refiro isto porque pessoalmente não posso impedir-me de o fazer. Eu não falo com a intenção de ajudar os outros; isso seria ser demasiado condescendente. Falo simplesmente porque existe uma canção no meu coração. E desejo expressar esse canto sem me preocupar em saber se alguém se esforça por escutar aquilo que digo. Uma flor desabrocha porque se regozija; trata-se da sua função, do seu dharma. A flor não se preocupa em saber se quem passa goza o seu perfume ou o ignora.

O seu ensinamento destina-se a uns quantos ou antes a todos? Acredita que a sua filosofia elitista se tornará popular junto das massas?

K- Porque se distingue das massas? Você é o mundo e este é você. Pode ser muito dotado de sorte e viver num palácio, ter uma porção de empregados etc., porém, psicologicamente, será distinto das ditas massas? Quer seja rico ou pobre, quer viva no oriente ou no ocidente, no Ceilão ou na Sibéria, será que, fundamentalmente o nosso espírito é diferente? Qualquer que seja a nossa situação na vida, onde quer que vivamos, todos nós sofremos e morremos, não é? É importante que tenhamos consciência de que a nossa mente é semelhante. O espírito é a sua consciência e nada mais. E o seu espírito, será isso alguma outra coisa além dos seus medos, das suas esperanças, das suas ambições, das suas ofensas e das suas crenças?

Perguntou se o ensinamento será susceptível de atrair as ditas pessoas vulgares. Quererá dizer que um camponês não me consegue compreender? Será o camponês psicologicamente diferente de si? A inteligência não é um talento pois todo o indivíduo possui a capacidade de compreensão.

Mas tem vindo a falar à muitos anos e no entanto o mundo ainda não mudou. Comente esta reflexão, por favor.

K- As pessoas vão junto do rio e tomam a água na quantidade que necessitam. Alguns vão lá com um jarro; outros não bebem mais do que uns goles. Por isso a questão não é realmente do quanto é oferecido mas sim tomado. O rio está cheio de água mas você só toma uma pequena quantidade, dependendo o facto da satisfação provisória das suas necessidades imediatas. Você satisfaz-se com facilidade e não sente aquele profundo descontentamento. Não tem a sede necessária para beber grandes quantidades de água pura.

Porque não reconhece discípulos à semelhança dos outros gurus?

K- Não tem conhecimento do quanto os discípulos destroem o seu guru? Os discípulos exploram o seu guru enquanto este, por seu turno, explora aqueles e as suas relações tornam-se uma exploração recíproca. Por Deus! Eu não tenho discípulos. Antes de mais descubra a razão porque deseja seguir alguém. Dessa forma descobrirá qualquer outra coisa sobre si próprio. Porque seguir alguém, ou o orador, inclusive? Desejamos seguir por vivermos na ignorância. Mas quando nos tornamos um discípulo, não estaremos ainda na ignorância? Consequentemente, não deverá tornar-se uma luz em si mesmo?

Nós encontramo-nos de tal modo desarmados que temos necessidade de guias.

K- Não será esse hábito de seguir alguém que enfraquece?

Dizem os jornais que o senhor não lê. É verdade?

K- Por vezes leio o Times para me manter ao corrente dos acontecimentos do mundo. Leio também uns romances policiais mas é tudo.

Não crê que o seu espírito puro seja condicionado pela influência corruptiva da literatura evasiva tal como a dos romances policiais?

K- Corromper o espírito? (risos) Santo Deus! Nada corrompe! O espírito permanece intacto, inocente, fresco e jovem.

E a literatura sagrada, o senhor estuda-a?

K- Acho os livros religiosos e as filosofias aborrecidas e não leio essas coisas.

Susunaga Weeraperuma - Krishnamurti tal como o conheci

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill