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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Autobiografia não é a história da alma

Por que não escrevo minha autobiografia? Pode parecer muito interessante mas, na verdade, depois do Autoconhecimento, não existe autobiografia. Todas as autobiografias são 'egobiografias'. O que chamamos de autobiografia não é a história da alma. Enquanto você não souber o que é a alma, tudo o que escrever será egobiografia. 

É interessante notar que nem Jesus, nem Krishna, nem Mahavir, nem Buda escreveram suas biografias. Escrever ou falar de si mesmo não é possível para aqueles que conheceram suas almas, porque depois de conhecê-la a pessoa se transforma em alguma coisa tão sem forma que o que chamamos de fatos da vida, tais como quando nasceu, quando aconteceu determinado evento, se dissolvem. O que acontece é que todos esses fatos deixam de ter qualquer importância. O despertar de uma alma é tão cataclísmico que depois de acontecer, quando a pessoa abre os olhos, descobre que tudo se perdeu, Nada restou; não resta ninguém para falar sobre o que aconteceu. 

Depois que a pessoa conhece a sua alma, uma autobiografia parece uma versão onírica de si mesmo. É como se alguém escrevesse  um relatório de seus sonhos: um dia sonhou este sonho, outro dia aquele, e no dia seguinte um terceiro. Uma autobiografia dessas não tem mais valor do que uma fantasia, um conto de fadas. 

É por isso que é difícil para uma pessoa acordada escrever. Acordando e conscientizando-se, ela descobre que não há nada que valha a pena escrever. Foi tudo um sonho. Permanece a importância da experiência de tornar-se consciente, mas o que se conhece através dessa experiência não pode ser descrito. Reduzir uma experiência como essa a palavras faz com que pareça insípida e absurda. Mesmo assim, tenta-se sempre falar sobre a experiência de maneiras diferentes através de métodos diferentes. 

Por toda a minha vida eu continuarei falando sobre o que aconteceu. Não há mais nada a dizer, exceto isso. Mas isso também não pode ser escrito. Logo que se escreve, sente-se que não vale a pena falar a respeito. O que há para escrever? Pode-se escrever: "Tive uma experiência da alma. Sinto-me pleno de paz e felicidade." Parece absurdo — meras palavras. 

(...) O problema é duplo: o que pode ser dito parece um sonho e só o que não pode ser dito vale a pena dizer. Permanece sempre a sensação de que é inútil contar a você o que aconteceu comigo. Meu propósito é conduzi-lo àquele caminho que o levará à experiência em si. Só então, algum dia, você poderá entender e, contar o que aconteceu comigo diretamente, não servirá para nada. Eu não acho que você vá acreditar no que eu disser. E de que servirá levantar suspeitas? Será prejudicial. A melhor maneira é levá-lo àquele caminho, àquela margem, na qual você poderá ser empurrado para o lugar onde, algum dia, você mesmo terá a experiência. Nesse dia você poderá confiar. Saberá como acontece. Caso contrário não há como confiar.

O S H O 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill