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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A compreensão do processo total do nosso ser


 Se estudam parte de um quadro, se examinam só uma seção, um canto do mesmo, não veem o quadro inteiro. Se víssemos o quadro todo e compreendêssemos o que o artista deseja nos transmitir, depois disso talvez fosse proveitoso estudar a parte, o canto do quadro; todavia, se começarmos estudando o canto, o ângulo, em vez do quadro inteiro, nesse caso nunca teremos a compreensão do seu todo. Este é um fato muito simples; isto é, se damos importância apenas ao lado econômico do nosso viver total e aplicamos toda a nossa inteligência, e nossos pensamentos, e nossa experiência à solução econômica, perderemos de vista toda a luta humana, toda a existência do homem, seus diferentes estados — psicológicos, físicos, interiores, exteriores. E esse estudo da parte os levará à compreensão da totalidade do homem? Como quase todos nós — os especialistas, os homens eruditos, experientes, importantes — só nos mostramos interessados pela parte e tratamos apenas de legislar para a parte, talvez alguma coisa nos esteja escapando: o todo do homem, o todo da existência humana; e se compreendêssemos esse todo, encontraríamos, muito provavelmente, uma solução diferente, uma resposta diferente, uma maneira mais rápida de atender ao nosso problema econômico. Aquela coisa que nos escapa é a totalidade do meu ser e do ser de vocês; ela é composta de todas essas partes, não é verdade? Eu sou o corpo, a roupa que visto, a fome, a sede, exteriormente; e, interiormente, sou todos os desejos, todas as ambições, as lutas psicológicas, as frustrações, os impulsos, a compulsão para nos preencher, a buscar algo para além da mente; eu sou o processo total de todas essas coisas, bem como vocês o são. 


Não importa muito que nos ajudemos mutuamente a compreender o processo total de vocês e de mim, e não nos limitemos a legislar para uma parte de mim, uma camada de mim? Senhor, necessito de alimento, roupa e morada, e vocês também; e necessitamos ainda de outra coisa, muito mais fundamental. Queremos nos preencher, ser pintores, escritores, santos, indivíduos prestantes, ou entes perversos; há o sentimento de ódio, da ambição, da inveja; como podem deixar tudo isso à margem, para se ocuparem só com uma particularidade, uma parte — ainda que seja uma parte "glorificada" — e falarem a respeito dessa parte, e levarem a efeito uma revolução? Minha existência não é um processo total, não representa o processo total do meu ser em diferente níveis, tanto conscientes como inconscientes? Não lhes cabe levar tudo isso em consideração, não devem ter a visão do todo de si mesmo — e não de algum Deus extraordinário? O meu "eu" está em relação com o "eu" de todos os demais homens; não existo independente deles, nem posso existir. O processo total do "todo", de vocês e de mim, tem de ser compreendido. Se tantos vocês como eu pudermos compreender o processo total do ser  e tivermos consideração e interesse pelo todo e não pela parte, encontraremos então uma solução diferente para todos os nossos problemas. Mas o encarecimento e a glorificação da parte não irá resolver o problema do todo. 

É tão mais fácil nos ocuparmos com a parte! Estamos interessados na parte — o que indica nossa superficialidade, a pequenez de nossas mentes. É só quando compreendemos o processo total do nosso ser, dia por dia, em todas as nossas relações, que há a possibilidade de se descobrir algo além dos limites da mente. Mas não podemos encontrar o que se acha além da mente, pelo encarecimento da parte. E se não descobrirmos o que existe além da mente, jamais teremos felicidade, nunca terá paz a humanidade; a vida nos apresentará luta e sofrimento sem fim. Estes são fatos evidentes; não necessitam estudá-los nos tratados de psicologia; não precisam fazer nenhum exame, não precisam conhecer nenhuma técnica, para descobrirem o que existe na mente e no coração de vocês, hora por hora, momento por momento, dia por dia, requer-se tão somente vigilância e não que se siga um guru ou um líder. Não se requer disciplina, mas o mero observar de coisas simples — cólera, ciúme, desejo de preenchimento, desejo de adquirir, desejo de ser poderoso. Observem essas coisas, nas suas relações, na vida de cada dia de vocês, e verão como funciona a totalidade do ser de vocês, verão se são o centro e se, sem alteração fundamental, radical, do centro, é possível efetuar-se uma revolução na periferia. Enquanto estivermos lustrando o exterior — o que não significa que o exterior não deva ser brilhante — esse modo de atender os nossos problemas não os resolverá. Entretanto, se pudermos compreender o processo total do nosso ser, em seguida, se possível, passar além e, daí, nos aplicarmos aos nossos problemas, encontraremos então a solução correta. A solução não será então uma causa de novos problemas, mais sofrimentos, mais aflições. 

Jiddu Krishnamurti em, Autoconhecimento — Base da Sabedoria
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill