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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O que se entende por verdadeira liberdade?

[...]O que nos interessa é só obter emprego ou fazer uso do nosso saber como meio de satisfação e engrandecimento próprio, como meio de progredir no mundo. Não é importante averiguarmos o que se entende por "verdadeira liberdade"? Se o compreendermos, talvez então o ensino de uma técnica de especialização profissional tenha seu valor. O mero cultivar da capacidade técnica, porém, sem se compreender o que é a verdadeira liberdade, leva à destruição, a e guerras maiores. E isso, de fato, está acontecendo no mundo atualmente. Vejamos, pois, o que se entende por verdadeira liberdade.

Evidentemente, o primeiro requisito da liberdade é a isenção de temor; não só o temor imposto pela sociedade, mas também o temor psicológico à insegurança. Vocês podem ter um ótimo emprego e estar galgando a escada do sucesso; entretanto, se há ambição, se há luta para ser alguém, não redunda isso em temor? E não implica isso, por conseguinte, em que o homem bem-sucedido na vida não é verdadeiramente livre? Dessa forma, o medo imposto pela tradição, pela chamada "responsabilidade", ou o acatamento aos decretos da sociedade, ou o próprio temor da morte, da insegurança, da doença, impede a verdadeira liberdade, no viver de vocês, não acham? Não é possível, pois, haver liberdade, quando há qualquer forma de compulsão exterior ou interior. Manifesta-se a compulsão sempre que há o impulso de ajustamento ao padrão da sociedade ou ao padrão que criaram para si mesmos, seja ele bom ou mau. O padrão é criado pelo pensamento, que é produto do passado, da sua tradição, sua educação, de toda experiência dua baseada no passado. Assim, enquanto houver qualquer espécie de compulsão — governamental, religiosa, ou do próprio padrão que criaram para si mesmos, no desejo de preenchimento e engrandecimento de vocês — não haverá a verdadeira liberdade. Isso não é fácil, nem é fácil compreender o que se entende por "verdadeira liberdade". Mas pode-se ver que, enquanto há temor, sob qualquer forma, não podemos saber o que é a verdadeira liberdade. Se, individual ou coletivamente, há temor, compulsão, não pode haver liberdade. Podemos especular a respeito da liberdade, mas a liberdade verdadeira é diferente das ideias especulativas a respeito da liberdade. 

Nessas condições, enquanto a mente estiver buscando a segurança, sob qualquer forma — e é isso o que quase todos nós desejamos — enquanto a mente estiver buscando qualquer espécie de permanência, não haverá liberdade. Enquanto, individual ou coletivamente, buscarmos a segurança, tem de haver guerra — o que constitui um fato muito evidente; é o que está ocorrendo no mundo, hoje em dia. Por conseguinte, só pode haver a verdadeira liberdade quando a mente compreende todo esse "processo" do desejo de segurança, de permanência. Afinal é isso o que vocês desejam de seus deuses e de seus gurus. Nas suas relações sociais, nos seus governos, querem achar segurança; revestem os seus Deuses da suprema segurança, a qual paira acima de vocês; revestem essa imagem com a ideia de que, se, como entidade, possuem uma existência transitória, lá, pelo menos, lhes está garantida a permanência. Começam, pois, com o desejo de ser religiosamente permanente; e todas as suas atividades políticas, religiosas e sociais, quaisquer que elas sejam, se baseiam nesse desejo de permanência — esse desejo de estarem seguros, de se perpetuarem através da família, da nação, de uma ideia, ou de um filho. Como pode essa mente que, consciente ou inconscientemente, busca sem cessar, a segurança, como pode essa mente em algum tempo alcançar a liberdade? 

Com efeito, não buscamos a verdadeira liberdade. Estamos buscando coisa diferente da liberdade: melhores condições de vida, uma situação melhor. Não queremos a liberdade, queremos condições melhores, superiores, mais dignas; e a isso chamamos "educação".[...] Em vez de serem entes humanos integrados, pensam de maneira separativa; suas atividades são fracionárias, fragmentárias, não são "integradas". 

A atual maneira de viver de vocês denota que não desejam realmente a liberdade; o que desejam é meramente uma profissão melhor, mais segurança, mais satisfação — se sentirem seguros nos seus empregos, bem seguros nas suas posições, religiosa e politicamente. Tais indivíduos não podem criar um mundo novo. Não são pessoas religiosas. Não são pessoas inteligentes. Pensão tão-somente em termos de resultados imediatos, tal como os políticos. E enquanto deixarem o mundo entregue aos políticos, haverão de ter destruição, guerras e desgraças. Senhores, não sorriam, por favor. A responsabilidade é toda de vocês, e não de seus líderes; é responsabilidade individual de vocês. A liberdade surge por si; não pode ser procurada. Surge a Liberdade, quando não há mais temor, quando há amor no coração de vocês. Vocês não podem ter amor, se pensam como hinduísta, cristão, muçulmano, parsi ou o que mais seja. Vem a liberdade, quando a mente já não busca segurança para si, seja na tradição, seja no saber. A mente tolhida, sobrecarregada de conhecimento, não é uma mente livre. A mente só é livre, quando é capaz de, a cada momento que passa, ir ao encontro da vida, ao encontro da Realidade que se revela em cada incidente, cada pensamento, cada experiência; e essa revolução não é possível quando a mente está tolhida, inutilizada. 

É dever do educador criar um novo ente humano, um ser humano diferente, sem medo, confiante em si, e disposto a criar sua própria sociedade — uma sociedade de todo dissemelhante da atual, baseada que está no temor, na inveja, na ambição, na corrupção. Só pode surgir a verdadeira liberdade no despontar da inteligência, que é a compreensão do inteiro "processo" da existência.

Jiddu Krishnamurti em, Autoconhecimento — Base da Sabedoria
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill