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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

É possível investigar e agir coletivamente?

[...]Pode haver tal coisa — "ação coletiva"? Bem sei que esta é a frase em moda — ação em massa, ação coletiva, espírito de cooperação. Mas que significa "ação coletiva"? Podemos pintar um quadro, todos juntos? Prestem atenção a isso. Podemos escrever juntos uma poesia? Podemos arar juntos um campo ou trabalhar juntos numa fábrica? — Ora, senhores, o que realmente se entende não é ação coletiva. O que se entende é o pensar coletivo. Temos pois que ver com o pensamento coletivo, e não com a ação coletiva. Pois bem, do pensamento coletivo pode resultar ação; isto é, se todos nós pudermos concordar, unanimemente, sobre o que é bom para a Índia ou outro país qualquer, se as autoridades puderem "nos condicionar" dessa maneira o pensamento, haverá então ação coletiva, ação de forma coletiva, em que tomam parte individualmente; e se não tomarem parte nela, haverá sempre meios de obrigá-los a fazê-lo —  compulsão, extermínio, castigo, recompensa, etc. 

Essencialmente, a natureza da ação coletiva é o pensamento coletivo. Que se entende, porém, por "pensamento coletivo"? Podemos, vocês e eu e mais alguns milhões de pessoas, resolver juntos um problema, seja econômico, social, político, religioso, ou seja qual for? Sabemos resolver um problema independentemente, ou somos persuadidos por ameaça da punição ou promessas de recompensa, pelas tradições, pelas influências condicionadoras? Pode haver pensamento coletivo? Verifiquem, Senhores, observem por si mesmos, pensem! Vocês não são o resultado do pensamento coletivo? Quando se dizem hinduísta, brâmane, cristão, isso não é resultado de pensamento coletivo? Vocês são "condicionados" pelo pensamento coletivo, para serem hinduísta, budista, cristão, católico romano, ou comunista; e todo grupo, toda sociedade, toda religião condiciona, inculca suas ideias na nossa mente. É possível pensarmos independentemente, se estamos juntos, condicionados por uma determinada maneira? Somos gregários; não sabemos pensar independentemente. Não há pensamento independente, porque todo pensamento procede de uma mente condicionada; o pensamento é símbolo da reação à memória. Por conseguinte — todo pensar — consciente ou inconsciente — tem de ser coletivo. Não podem pensar independentemente, desde que sua mente já está condicionada pelo padrão comunista, católico, etc. Senhores, não há liberdade de pensamento. Ação coletiva é pensamento coletivo

Quando dizemos que vamos fazer o homem pensar diferentemente, não mais de acordo com o velho padrão mas pelas novas normas, isso representa, não obstante, a continuação do velho padrão, sob forma modificada. É só nisso que estamos interessados, e é isso o que entendemos por pensamento coletivo. Quando temos essa espécie de pensamento coletivo, necessitamos da propaganda para nos incitar a pensar de uma certa maneira, necessitamos dos jornais. E dessa forma, nos tornamos escravos da autoridade, das compulsões infligidas por mentes sutis, que nos gravam constantemente no espírito certas impressões. Nessas condições, o pensamento coletivo pode produzir ação individual, mas essa ação se realizará dentro de uma atmosfera de pensamento condicionado, e por isso não há nenhuma liberdade. A liberdade só é possível quando percebemos e admitimos que estamos completamente condicionados. Então existe a possibilidade de quebrarmos as cadeias e encontrar um estado mental livre de qualquer condicionamento. Quando percebermos toda a verdade a este respeito, haverá então ação coletiva — que não é pensamento condicionado coletivo. 

Quando vocês e eu afirmarmos que todo o nosso pensamento está condicionado — pelo molde católico, comunista, hinduísta, budista ou muçulmano — quando reconhecermos esse fato e vocês não desejarem que eu me torne comunista, nem eu desejar que se tornem católicos (visto que isso é a continuação do antigo padrão sob forma modificada, implicando temor, ameaça, compulsão, extermínio, campos de concentração, e toda espécie de propaganda, para nos obrigar a fazer coisas) quando reconhecermos que todo o nosso pensar está condicionado e por isso não pode haver revolução fundamental, então talvez cheguemos, vocês e eu, à compreensão daquela Verdade que não é produzida por pensamento condicionado. Quando a compreendermos, vocês e eu, haverá então ação coletiva. 

Não é nossa missão — suas e minha — descobrir a Verdade que se encontra além dos limites da mente condicionada, de modo que possamos trabalhar juntos, criar um novo mundo que nos pertença, a vocês e a mim, o nosso mundo — não o mundo comunista, capitalista, socialista ou hinduísta. Mas dirão talvez, ser esse um estado impossível, só realizável por pouquíssimos indivíduos, — colocando assim de parte a questão Senhores, é o nosso mundo. Podemos transformar o mundo, podemos realizar essa obra, para nós mesmos e nossos semelhantes; precisamos, porém, dar toda a atenção e reflexão ao assunto. A verdadeira ação coletiva, não a ação coletiva produzida pela mente condicionada, só será possível, só será realizável, quando vocês, como indivíduo, compreenderem o processo total. Eis porque as organizações políticas, religiosas ou sociais jamais conduzirão o homem à felicidade. 

Pode o homem ter roupas, a alimentação ou o teto de que necessita; existe, porém, na vida, uma coisa muito mais significativa do que a mera aquisição. Isso não significa que vocês devem se tornar um santo, sanyasi, e se retirar para uma caverna, numa fuga suprema. Entretanto, quando compreendermos, de verdade, a significação da mente que é livre de condicionamento e, por conseguinte, todas as nossas ações procederem dessa compreensão — isso será a verdadeira revolução. 

Jiddu Krishnamurti em, Autoconhecimento — Base da Sabedoria
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill