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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O que é que nos impede de amar?

[...] O amor é que inspira a conduta moral. Sem o amor, não há excelência moral. Vocês podem ser um grande homem, um homem virtuoso; podem ser muito bons; podem não ser invejosos; podem não ter ambições; — mas se não possuem amor, não são um ente moral, não são bons — fundamentalmente, profundamente. Podem ostentar todos os adornos exteriores da bondade, mas se não possuem amor no coração, não podem ter uma existência moral, ética. O amor é coisa que possa se ensinar na escola? Procurem compreender bem isso. O que é que nos impede de amar? Se, na escola ou no lar, se pudesse ensinar a amar, a questão se tornaria muito simples, não acham? Tem se escrito muitos livros a tal respeito. Vocês os leem e repetem; e conhecem todas as características do amor, sem terem amor. 

Pode-se ensinar o amor? Atenção, Senhores, esta é uma questão muito importante; tenham a bondade de me seguir. Se não se pode ensinar o amor, quais são as causas que estão impedindo a sua vinda? As coisas da mente — os pensamentos, o ciúme, a aflição, as ideias, as aspirações, os recalques, os impulsos da mente — são elas provavelmente o que está impedindo o amor. E como estamos cultivando a mente há tantos séculos, é bem possível que seja a nossa mente o empecilho para que amemos. Nessas condições, as coisas que ensinam para seus filhos e as que eles aprendem nas escolas e colégios, são causas fundamentais da destruição do amor; pois, desenvolvem apenas um lado — o lado intelectual, o chamado "lado técnico" — que está se tornando cada vez mais importante neste mundo industrializado; e tudo o mais vai diminuindo de valor, até sumir-se de todo. Se pudéssemos ensinar o amor pelos livros, mostrá-lo nas telas de cinema, seria possível cultivar a virtude. Se a virtue é coisa dada pela tradição, então o caso é muito simples: condicionemos o estudante para que seja moral, para que seja comunista, socialista, para que pense segundo uma determinada norma, e digamos-lhe que essa norma é a norma adequada, a norma correta, e que qualquer desvio da mesma é contrário à moral... e leva aos campos de concentração. 

A moral é coisa que se possa ensinar? Isto é, pode a mente ser condicionada para se tornar virtuosa? Ou a moral é uma coisa que brota espontânea, jovial, criadora? Tal coisa só é possível quando há amor. Não existirá esse amor enquanto cultivarmos a mente, que constitui justamente o centro do "eu" — a coisa que está mais à superfície, em nós, da manhã à noite; o "eu", que tanta importância tem, o "eu" que se esforça incessantemente para preencher-se, que luta incansavelmente para ser algo. E enquanto existir esse "eu", podem fazer o que quiserem, toda atitude de vocês não terá nenhuma significação; será sempre mero ajustamento a um padrão baseado na segurança, pela qual podem ser "algo", um dia, e viver sem medo. Tal estado não é um estado "moral"; é simplesmente imitação. Quanto mais imitativa uma sociedade, quanto mais obediente à tradição, tanto mais positiva  a sua decomposição. É muito importante perceber bem isso, que cada um descubra, por si mesmo, como o "eu" está se perpetuando, preocupando-se incessantemente com a virtude, lutando para ser virtuoso e a estabelecer preceitos morais para si mesmo e para os outros. Por conseguinte, "o homem bom" que está seguindo o "padrão do bom", é o homem respeitável; e o homem respeitável não é aquele que sabe o que é o amor. Só o homem que conhece o amor é virtuoso. 

Jiddu Krishnamurti em, Autoconhecimento — Base da Sabedoria

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill