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domingo, 6 de setembro de 2015

Sobre a dificuldade de compreensão

[...]Compreendo o que você diz, quando estou traduzindo?[...] Sou capaz de escutar o que você diz, sem o traduzir, acomodando-o às minhas circunstâncias? Posso escutá-lo sem nenhuma barreira? Não é só então que vem a compreensão? 

A compreensão não é algo que nasce sem esforço? Se você está fazendo esforço para me compreender, toda a sua capacidade se consome nesse esforço; você não me escuta. Se não está fazendo esforço, se está simplesmente escutando, sem compulsão, sem tradução, sem interpretação, sem comparação — o que significa que está deixando as palavras, o pensamento, o sentimento, a coisa que se diz, a totalidade da coisa que está sendo sugerida, que você está deixando tudo isso penetrar — não há então comunhão direta de algo que eu vejo e que você também vê? Então, essa compreensão — que não é minha nem sua, porém compreensão — é o lampejo de algo que é verdadeiro. A compreensão, pois, não é pessoal. Não é sua nem minha. É um "estado de ser" em que a mente é capaz de receber o que é a Verdade. Entretanto, a mente é incapaz de receber a Verdade, se está limitada pela autoridade, pela tradição; está então comparando o que se diz com o Bhagavad-Gita, com a Bíblia, com isso e com aquilo. Não há dúvida, pois, de que a compreensão é um estado em que a mente não está comparando, no qual não há autoridade alguma; é percebimento sem escolha; dessa forma, a mente vê diretamente, sem nenhuma interpretação, sem nenhum intermediário. Assim, pois, se nós dois, você e eu, pudermos ver, se pudermos nos achar naquele estado, é óbvio que haverá então percepção imediata do que é verdadeiro. 

Mas, no que diz respeito a maior parte de nós, nosso conhecimento, nossas experiências, autoridades, compulsões, as várias atividades de nossa vida diária, nos estão impedindo de experimentar diretamente algo que é verdadeiro. Por mais que me ouçam, suas mentes estão estorvadas de tal maneira pela autoridade, pelo saber, pela experiência, que são incapazes de ver as coisas diretamente. Assim, pois, apenas vem a compreensão quando a mente está realmente tranquila, quando não é coagida, compelida, quando, na sua tranquilidade e serenidade, a mente está receptiva. Se compreensão não é acumulação, não se pode juntar compreensão; não se pode armazenar compreensão. A compreensão vem em clarões, numa série de clarões ou num só clarão de longa duração — o que indica que a mente deve se achar sobremodo tranquila, escutando, sem fazer escolha alguma. Mas uma mente condicionada, uma mente disciplinada, aprisionada, limitada por compulsões — essa mente não pode compreender, não pode experimentar diretamente a Verdade. E é esse experimentar da Verdade, de momento em momento, que produz a libertação criadora.

Juddu Krishnamurti em, Autoconhecimento - Base da Sabedoria
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill