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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A razão como trave de tropeço

Afirma-se frequentemente que a razão é a faculdade mais alta do homem e que ela lhe possibilitou dominar-se a si mesmo e dominar a Natureza. Foi a razão realmente bem sucedida nisto?
À parte da ação vacilante do mundo, tem havido um trabalho do pensador individual no homem, e este atingiu uma qualidade mais alta e se ergueu a uma atmosfera mais elevada e mais clara, acima dos níveis de pensamentos humanos gerais. Tem havido o trabalho de uma razão que sempre busca conhecimento e pacientemente se esforça por descobrir a verdade por ela mesma — sem desvio, sem a interferência de interesses que distorcem — por estudar tudo, por analisar tudo, por conhecer o princípio e o progresso de tudo. A Filosofia, a Ciência, o conhecimento adquirido, as artes fundadas na razão, todos os trabalhos de eras da razão crítica ao homem, tem sido o resultado deste esforço. Na era moderna, sob o impulso da Ciência, este esforço assumiu enormes proporções e pretendeu por algum tempo examinar com êxito, e finalmente estabelecer, o verdadeiro princípio e a suficiente norma de processo não apenas para todas as atividades da Natureza, mas para todas as atividades do homem. Isto fez grandes coisas, mas não foi, por fim, bem sucedido. A mente humana começa a perceber que deixou o coração de quase todo problema sem ser tocado, e iluminou apenas exterioridades e uma certa ordem de processos. Tem havido uma classificação e mecanização grande e ordenada, uma grande descoberta e resultado prático de conhecimento cada vez maior, mas apenas na superfície das coisas. Jazem em baixo, vastos abismos da Verdade, nos quais estão ocultas as reais fontes, os misteriosos poderes e as influências secretamente decisivas da existência. A questão é se a razão intelectual será algum dia capaz de nos dar uma explicação adequada destas coisas mais profundas e maiores, ou de submetê-las à vontade inteligente, pelo fato dela ter conseguido explicar e canalizar, embora ainda imperfeitamente mas com muita mostra de resultado triunfante, as forças da Natureza física. Mas estes outros poderes são muito mais vastos, sutis, profundos, encobertos, indefiníveis e variáveis que aqueles da Natureza física. Mas estes outros poderes são muito mais vastos, sutis, profundos, encobertos, indefiníveis e variáveis que aqueles da Natureza física. 

Toda a dificuldade da razão em tentar governar nossa existência advém do fato de que, devido suas limitações inerentes, ela é incapaz de lidar com a vida em sua complexidade, ou em seus movimentos integrais; ela é compelida a decompô-la em partes, a fazer classificações mais ou menos artificiais, a construir sistemas com dados limitados, que são contraditos, derrubados ou têm que ser continuamente modificados por outros dados, obrigada a elaborar uma seleção de potencialidades ainda não reguladas.
Quando a razão se aplica à vida e à ação, ela se torna parcial e apaixonada, e se torna serva de outras forças que não a verdade pura.
Mas mesmo que o intelecto se mantenha tão imparcial e desinteressado quanto possível — e totalmente imparcial, totalmente desinteressado o intelecto humano não pode ser, a menos que ele se satisfaça com o chegar a um inteiro divórcio da prática, ou a um tipo de tolerantismo e ecletismo grandes mas inefetivos, ou a uma curiosidade cética — ainda assim as verdades que ele descobre ou as ideias que promulga se tornam, no momento em que são aplicadas à vida, o brinquedo de forças sobre as quais a razão tem pouco controle. A Ciência, em sua maneira fria e imparcial, fez descobertas que serviram por um lado a um humanitarismo prático, e por outro forneceram armas monstruosas para o egoísmo e a destruição mútua; ele tornou possível uma gigantesca eficiência de organização que tem sido usada por um lado para o melhoramento econômico e social das nações, e por outro para tornar cada uma delas um aríete de agressão, demolição e matança. De um lado ela deu surgimento a um grande humanitarismo racionalista altruísta, e de outro justificou um egoísmo e vitalismo perversos, ambição vulgar de poder e sucesso. Ela juntou a espécie humana e deu-lhe uma nova esperança, ao mesmo tempo em que a esmagou com a carga de um comercialismo monstruoso. E isto não se deve a seu divórcio da religião, como frequentemente se afirma, nem a uma falta de idealismo. A filosofia idealista tem estado igualmente a serviço do bem e do mal, e proporcionou uma convicção intelectual tanto para reação quanto para progresso. A própria religião organizada, bastante frequentemente no passado, incitou os homens ao crime e ao massacre e justificou o obscurantismo e a opressão. 

A verdade é isto em que estamos agora insistindo: que a razão é em sua natureza uma luz imperfeita, com uma grande mas ainda assim restrita missão, e que, tão logo se aplica à vida e à ação, ela se torna sujeita ao que estuda, e serva e conselheira das forças  em cuja luta obscura e mal compreendida intervém. Ela pode em sua natureza ser usada, e sempre o tem sido, para justificar qualquer ideia, teoria de vida, sistema de sociedade ou governo, ideal de ação individual ou coletiva a que a vontade do homem se apegue momentaneamente ou através dos séculos. Na filosofia ela dá igualmente boas razões para o monismo e o pluralismo ou para qualquer estação intermediária entre eles, para a crença no Ser ou para a crença no Tornar-se, para o otimismo e pessimismo, para ativismo e quietismo. Ela pode justificar o religiosismo mais místico e o ateísmo mais positivo, descartar-se de Deus ou não ver nenhuma outra coisa. Na estética ela fornece a base igualmente para o classicismo e para o romantismo, para uma teoria idealística, religiosa ou mística da arte, ou para o realismo mais terra-a-terra. Ela pode com igual poder fundamentar austeramente um moralismo rigoroso e estreito ou provar triunfantemente a tese do antinomiano. Ela tem sido o profeta suficiente e convincente de toda espécie de autocracia ou oligarquia e de todas as espécies de democracia; ela fornece razões excelentes e satisfatórias para o individualismo competitivo, e igualmente razões excelentes e satisfatórias para o comunismo ou contra o comunismo e para o socialismo de Estado ou para uma variedade de socialismo contra outra. Ela pode colocar-se com igual eficácia a serviço do utilitarismo, economismo, hedonismo, esteticismo, eticismo, idealismo, ou qualquer outra necessidade ou atividade essencial do homem, e construir em torno disso uma filosofia, um sistema político e social, uma teoria de conduta de vida. Peça-lhe que não se incline para uma ideia só, mas que faça uma combinação eclética ou uma harmonia sintética, e ela irá satisfazê-lo; somente, qualquer que seja o número de combinações ou harmonias possíveis, ela justificará igualmente bem uma ou outra, e erigirá ou derrubará qualquer uma delas, conforme o espírito no homem for por ela atraído ou dela se retirar. Pois em verdade é ele quem decide, e a razão é apenas um servo e ministro brilhante deste velado e secreto soberano.

Sri Aurobindo em, A evolução futura do homem
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill