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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Não há superego, existe apenas condicionamento

Assim, quer lhe agrade, quer não, sua mente está condicionada, não parcialmente, porém, de ponta a ponta. Não diga que o "Atmam" não é condicionado. Disseram-lhe que o "Atmam" existe e, afora isso, você nada sabe a respeito dele; e quando você pensa acerca dele, seu pensamento está condicionado. Isso também é evidente. É o mesmo caso do homem que crê nos mestres. Disseram-lhe que os mestres existem e, em virtude do seu próprio desejo de segurança, ele anseia encontrá-los; e, assim, tem visões, as quais, psicologicamente, são muito simples e infantis.

Ora, a questão é esta: eu sei que a minha mente está condicionada; e como poderei libertá-la do condicionamento se a entidade que procura libertá-la se acha também condicionada? Você compreende o problema? Quando uma mente condicionada compreende que está condicionada e deseja descondicionar-se, esse próprio desejo é também condicionado; assim, que pode a mente fazer?

Você está seguindo? Por favor, não se limite a escutar minhas palavras, mas observe sua própria mente em funcionamento. Este é um problema bem difícil de apreciar com um grupo tão numeroso, e a menos que você preste real atenção, não encontrá a solução. Eu não vou lhe dar a solução e, portanto, você tem de observar a sua própria mente com toda a atenção.

Sei que a minha mente está condicionada como hinduísta, budista, ou o que quer que seja, e vejo que qualquer movimento mental para descondicionar-se é sempre condicionado. Ao procurar a mente descondicionar-se, a entidade que faz este esforço está também condicionada, não é verdade?

Sua mente está condicionada; não há uma só parte dela que não esteja condicionada. Isto é um fato, quer lhe agrade, quer não. Você pode dizer que há uma parte sua — o observador, a superalma, o Atmam — que não é condicionada; mas, visto que você pensa nessa coisa, ela está contida na esfera do pensamento e, portanto, condicionada.

A tal respeito podem-se inventar dúzias de teorias, mas o fato é que a sua mente está condicionada, de ponta a ponta, tanto a consciente como a inconsciente, e todo esforço que faça para libertar-se é por igual condicionado.

Assim, que pode a mente fazer? Ou melhor, qual é o estado da mente quando sabe que está condicionada e reconhece que qualquer esforço que faça para descondicionar-se é também condicionado?

Agora, quando você diz: "Sei que estou condicionado" — você sabe realmente ou trata-se de uma mera declaração verbal? Você o sabe com a mesma intensidade com que vê uma naja? Se você vê uma serpente e sabe que é uma naja, há ação imediata, não premeditada; e quando você diz "sei que estou condicionado", tem isso a mesma significação vital que tema sua percepção da naja? Ou trata-se apenas de um superficial reconhecimento do fato e não da percepção real do fato?

Quando percebo o fato o fato de estar condicionado, há ação imediata. Não preciso fazer nenhum esforço para me descondicionar. O próprio fato de estar condicionado, e a real percepção desse fato, produz imediato esclarecimento.

A dificuldade está em que você não percebe realmente que está condicionado — "não o percebe", no sentido de que você não compreende todas as suas implicações, não vê que todo pensamento, por mais sutil, por mais requintado, por mais filosófico que seja, é condicionado.

Todo pensar baseia-se evidentemente na memória — consciente ou inconsciente —, e quando o pensador diz: "Devo libertar-me do condicionamento", este próprio pensador, sendo um resultado do pensamento, é condicionado, porque a entidade que forceja está também condicionada; por conseguinte, seu esforço produzirá mais condicionamento, apenas um padrão diferente.

Percebendo isso por inteiro, a mente se acha num estado não-condicionado, porquanto percebeu a totalidade do condicionamento, sua verdade ou falsidade. Senhores, isso é como ver algo verdadeiro. O próprio percebimento do que é verdadeiro é o fator libertador. Mas esse percebimento requer completa atenção — não uma atenção forçada, não uma atenção calculista, lucrativa, ditada pelo medo ou desejo de ganho, o percebimento verdadeiro é que é o fator libertador.

Krishnamurti    
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill