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domingo, 5 de agosto de 2012

Sobre experiências e inspirações portadoras de êxtase sublime

A maioria de nós tem tido profundas “experiências”, temos tido inspirações portadoras de êxtase sublime, de visões grandiosas, de intenso amor. Essas experiências nos invadem com a sua luz e alento; mas não perduram; passam, deixando o seu perfume.1

Acontece com a maioria de nós que a mente-coração não é capaz de permanecer aberta para tal êxtase. A “inspiração” é acidental, não provocada, grande demais para a nossa mente-coração. A inspiração é maior do que aquele que a experimenta, e por isso procura ele rebaixá-la ao seu próprio nível, à órbita de sua compreensão.2

O intérprete, o tradutor da inspiração, deve ser tão profundo e vasto quanto ela, se a deseja compreender; não o sendo, deve desistir de interpretá-la, e para desistir ele precisa estar maduro, ser judicioso na sua compreensão. Podeis ter uma “experiência” significativa, mas, como a compreendeis, como a interpretais, depende de vós, o seu intérprete; se vossa mente-coração é limitada, acanhada, traduzis a experiência, então, conforme esse condicionamento. O condicionamento é que deve ser compreendido e desfeito, para que possais apreender o pleno significado da “experiência”.3

(…) Em vez de serdes gigantes da ignorância, importa sejais gigantes criadores. (…) Se estiverdes de fato iluminados, podeis partir e vos tornardes mensageiros do Reino. Eu tenho bebido na Fonte, e anseio por levar cada um de vós a ela; (…) 4

(…) Compreendereis em que grande êxtase podeis viver - em que êxtase equilibrado - se constantemente imaginardes que estais sempre vivendo nesse Reino e que estais em companhia de grandes homens. Quantos de vós podeis estar com um grande homem, gênio, com Ele que é a incorporação desse Reino da Felicidade? (…) 5

O Buddha, o Cristo, e outros Grandes Instrutores do mundo, foram ter à fonte da vida. Tornaram-se Artistas Mestres. Uma vez conhecendo a natureza e a suprema grandeza da Fonte, Eles mesmos se tornaram essa Fonte, o Caminho e a Encarnação da Sabedoria e do Amor. (…) 6

Uma vez que tenhais compreendido a glória do Reino dEles, então podereis abrir caminho por vós mesmos nessa linha particular de criação (…) Então sereis os maiores escritores, ou os maiores artistas, ou os maiores cientistas; então tereis a língua dos eruditos (…) 7

Somente podeis entrar no Reino, se estiverdes levando vida nobre, e só vos podeis tornar cidadão desse Reino, se estiverdes lutando contra a estreiteza, (…) o espírito de exclusão. E para esse fim deveis ter inteligência límpida, pura, capaz de entender tudo; (…) 8

Porque se tiverdes tal inteligência, tereis igualmente emoções nobres e felizes; ao passo que, se fordes exclusivistas e (…) pensardes que sois diferentes - o que é apenas uma afirmação do “eu” - então não entrareis no Reino da Felicidade. 9

(…) O êxtase da Realidade encontra-se pela inteligência desperta e no mais alto grau de intensidade. Inteligência não significa cultivo da memória ou da razão, mas, sim, uma percepção da qual é banida a identificação e a escolha. 10

(…) O êxtase do entendimento vem somente quando há grande descontentamento, quando, em torno de vós, todos os falsos valores forem destruídos. (…) 11

Nesse estado de êxtase, de extrema alegria, tendo perdido a única coisa que vos prende em baixo, o “eu”, encontrareis a única fonte de inspiração, a única beleza de que necessitais, e a única verdade digna de a ela aderirdes, de por ela lutardes, digna de que se sacrifiquem todas as coisas para obtê-la. 12

(…) Não podeis ser felizes enquanto não fizerdes a felicidade de outros, e só podeis tornar outros felizes, se houverdes entrado nesse Reino (…) obedecido, (…) colhido os murmúrios daquela Voz que é Eterna. Só desse modo podereis guiar homens, dar-lhes felicidade, (…) coragem na luta pela nobreza, animá-los para escutarem seus próprios murmúrios da Divindade. 13

Lutando, eles sofrerão, mas todo sofrimento, todas as lutas, são parte do processo em direção ao (…) encontro da felicidade. Essa é a verdadeira brisa das montanhas que vos embriaga de Eternidade, que vos dá a imensa força de estar de pé sozinhos. 14

(…) Quando sentimos esse pujante êxtase criador? Só depois de cessar todo conflito, só na ausência do “ego”, (…) na tranqüilidade completa. Não é possível sentir-se essa tranqüilidade quando a mente e o coração estão agitados, em conflito. 15

Então haveis de descobrir que a mente e o coração não estão em conflito e não se contradizem, sendo eles, ao contrário, a verdadeira fonte, a origem daquilo que estais buscando, que é esse êxtase criativo - a verdade. 16

O que chamamos felicidade ou êxtase é, para mim, o pensar criador. E o pensar criador é o movimento infinito do pensamento, do sentimento e da ação. Isto é, quando o pensamento, que é sentimento, que é a própria ação, não é estorvado no seu movimento, não é compelido nem influenciado, nem está vinculado por uma idéia, nem procede do acervo da tradição ou do hábito, esse movimento é então criador. (…) 17

Só quando a mente e o coração, vulneráveis, defrontam a vida, o desconhecido, o imensurável, é que se dá o êxtase da verdade. Quando a mente não se acha sobrecarregada de valores, de lembranças, (…) e é capaz de defrontar o desconhecido, nesse mesmo defrontar nasce a sabedoria, a beatitude do presente. 18

(…) Cada um de nós tem um templo, mas precisamos criar a imagem, o ídolo, a Beleza, em torno da qual possamos desenvolver o nosso amor e devoção; porque se conservarmos o templo vazio, como muitos de nós fazemos, não poderemos criar. 19

É pela adoração, pelo amor, pela devoção, que criamos, que damos vida ao templo. Para mim esse templo é o coração. Se puserdes Aquele que é a encarnação do Amor e da Verdade em vosso coração, se ali o criardes com as vossas próprias mãos, mente, e emoções, esse coração, em vez de frio e abstrato e deserto, se torna real e vivo e radiante. Tal é a Verdade. (…) 20

(…) A beatitude não está no passado ou no futuro, mas no presente, para aqueles que, pelo alegre apercebimento, compreendem, e assim estão livres da causa da ignorância, que é a ansiedade. 21

A beatitude está sempre no presente, e para compreendê-la é preciso ter interesse e apercebimento constante. A paz está sempre no presente, mas, para entendê-la, não devemos estar preocupados com o tempo. (…) 22

(…) Eu digo que existe um êxtase da vida, uma eternidade, uma imortalidade que reside na realização do vosso viver diário e não em qualquer futuro distante (…) Digo que essa perdurável realidade só pode ser compreendida na plenitude do presente. 23

Não pode (…) ser fantasiado ou imaginado; (…) Esse êxtase da verdade vem espontaneamente, naturalmente, suavemente, sem o mínimo esforço, sem autodisciplina (…) Digo que esse vivo êxtase da verdade existe sempre, e que eu o realizei. 24

Tendes, pois, de estar enamorados da vida. Isso exige grande inteligência, não informações ou conhecimentos (…) 25

(…) Ó amigo! Se estais enamorado da vida, vós envolvereis todas as coisas nesse amor (…) 26

(…) A Verdade, tal como a Vida, é como o raio do sol: se sois sensato, abrir-lhe-eis as janelas; se não sois sensato, descereis as cortinas. Se estivésseis enamorado da Verdade, essas imagens não teriam mais valor nenhum para vós. 27

Uni-vos com a Vida, e vos unireis com todas as coisas. (…) Se estais enamorado da Vida, então vós vos unireis com a vida, quer a chameis Buddha ou Cristo (…) 28

(…) Há somente uma Lei, somente um Nirvana, somente um Reino da Felicidade, somente uma Essência; (…) Quanto mais vos desenvolverdes, (…) pensardes, (…) sofrerdes, mais perto estareis dessa Essência, (…) Unidade, eterna Verdade. (…) 29

Na essência, nós somos iguais, mas, no mundo da forma, somos diferentes; e de acordo com essas diferenças varia a nossa compreensão da Verdade. (…) Essa é a única Lei (…) que vos pode guiar para o Reino da Felicidade. (…) 30

Se me houverdes acompanhado com interesse, deveis ter compreendido que, para entrar nessa mansão da Felicidade, vos importa estar livres de todas as coisas que agrilhoam, que vos prendem à terra (…); e que escapar delas e ser liberto significa obter a iluminação, é a aquisição do Nirvana, a obediência a essa única Lei e a entrada no único Reino da Felicidade. (…) 31

Há dois tipos de pessoas: as que estão nesse Jardim onde há frescor, doçura, beleza, tranqüilidade e o suave murmúrio de mil vozes; onde o ar todo está vivo com o sentimento da Beleza Eterna, onde há a sensação de poder, (…) de paz e de admirável força e realidade. Ao outro tipo pertencem as que estão fora desse Jardim (…) 32

(…) Nesse mundo cessais de viver como indivíduo. Sois parte de tudo; (…) da menor folha e da mais alta e majestosa árvore; porque sois parte dEle e aquele é o Seu jardim, é a Sua morada, é o Seu Reino. (…) 33

(…) Se não houverdes feito pesquisas para encontrá-LO, lutado para alcançá-LO, não podereis saber o que ele significa, (…) conhecer o seu poder, (…) o êxtase, a embriaguez. Não é mero sentimento, (…) mas é a Verdade mesma, é a Essência de todas as coisas. (…) 34

(…) Viver nesse jardim significa viver grandemente, viver nobremente, no cimo da vossa perfeição; e o que quer que seja feito de grande e duradouro deve ser feito dessa Mansão, (…) provir dessa Fonte (…) ter a sua origem nesse Reino. (…) 35

(…) Todos os ensaios, tentativas e fatos falham quando não são duradouros, quando são transitórios e mutáveis. Ao passo que se tudo o que fizerdes trouxer o selo desse Reino, será aceitável a todos os homens, (…) deuses, (…) reinos da Natureza; porque esse Reino é o reino dos deuses, o reino dos ideais, a fonte de todos os sentimentos, de todas as ações. 36

Enquanto puderdes refletir com a certeza, (…) o conhecimento, (…) como o próprio Reino; (…) só podeis refletir a pureza desse Reino quando houverdes encontrado o vosso verdadeiro Ser (Self), quando viverdes eternamente nesse Reino e o tiverdes como Eterno Companheiro.(…) 37

Então tereis em vós essa paz absoluta, a paz que dá imensa força e poder, porque tereis encontrado a vós mesmos, tendes vivido com as coisas que são permanentes, (…) eternas. 38

(…) E quando já houverdes bebido desse néctar, desse elixir da vida, ele vos conservará eternamente jovens. 39 (O Reino da Felicidade, p. 96)

1 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 106-107)
2 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 107)
3 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 107-108)
4 (O Reino da Felicidade, pág. 45-46)
5 (O Reino da Felicidade, pág. 52)
6 (O Reino da Felicidade, pág. 54-55)
7 (O Reino da Felicidade, pág. 55)
8 (O Reino da Felicidade, pág. 57-58)
9 (O Reino da Felicidade, pág. 58)
10 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 199)
11 (Palestras na Itália e Noruega, 1933, pág. 135)
12 (O Reino da Felicidade, pág. 62)
13 (O Reino da Felicidade, pág. 59)
14 (O Reino da Felicidade, pág. 59)
15 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 63)
16 (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 67)
17 (A Luta do Homem, pág. 151)
18 (Palestras em New York City, 1935, p. 50)
19 (O Reino da Felicidade, p. 24)
20 (O Reino da Felicidade, p. 24-25)
21 (Palestras em Ojai e Saróbia, 1940, p. 98)
22 (Palestras em Ojai e Saróbia, 1940, p. 91)
23 (Coletânea de Palestras, p. 33)
24 (Coletânea de Palestras, p. 33-34)
25 (Palestras em New York City, p. 60)
26 (Que o Entendimento Seja Lei, p. 17)
27 (Que o Entendimento Seja Lei p. 11)
28 (Que o Entendimento seja Lei, p. 19)
29 (O Reino da Felicidade, p. 64)
30 (O Reino da Felicidade, p. 65)
31 (O Reino da Felicidade, p. 173)
32 (O Reino da Felicidade, p. 84-85)
33 (O Reino da Felicidade, p. 86)
34 (O Reino da Felicidade, p. 87)
35 (O Reino da Felicidade, p. 87)
36 (O Reino da Felicidade, p. 87-88)
37 (O Reino da Felicidade, p. 89)
38 (O Reino da Felicidade, p. 89)
39 (O Reino da Felicidade, p. 96)
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill