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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Se isso não for para todos, não faz sentido

Mary Lutyens: os ensinamentos não são simples. Como é que eles surgiram desse menino distraído?

K: Você admite que há um mistério. O menino era afetuoso, distraído, não-intelectual, gostava de jogos atléticos. O importante nisso tudo é a mente vaga. Como é que essa mente vaga chegou a isso? Essa condição foi necessária para isso se manifestar? Será que essa coisa que se manifesta surge do reservatório universal, assim como os gênios em outros campos também vêm dele? O espírito religioso nada tem a ver com os gênios. Como é que a mente vaga não foi preenchida com a Teosofia etc.? A mente vaga foi algo proposital para a manifestação. O menino deve ter sido estranho desde o início. O que o tornou assim? O corpo foi preparado por muitas vidas ou essa força escolheu o corpo vazio? Por que ele não se tornou desagradável com toda aquela adulação? Por que não se tornou cínico, amargurado? O que o protegeu disso? Essa vacuidade estava guardada. Pelo quê?

ML: É isso que estamos tentando descobrir.

K: Por toda a vida essa coisa tem sido guardada, protegida. Quando entro num avião, sei que nada vai acontecer. Mas eu não faço nada que seja perigoso. Eu adoraria voar num planador [ofereceram-lhe isso em Gstaad], mas pensei: ‘Não, não devo’. Sempre me senti protegido. Ou a impressão de que estou protegido vem porque Amma [Sra. Besant] sempre quis que eu fosse protegido — sempre cuidou para que dois iniciados me protegessem. Não creio que seja isso.

ML: Não, porque outra coisa — ‘o processo’ — aconteceu pela primeira vez quando você estava separado de todos eles — completamente sozinho em Ojai, com Nitya.

K: Sim, a vacuidade nunca desapareceu. Nas quatro horas que passei no dentista nenhum único pensamento veio à minha cabeça. Somente quando falo ou escrevo, ‘isso’ começa a acontecer. Fico atônito. A vacuidade ainda está ali. Desde aquela idade até agora — cerca de oitenta anos — mantendo uma mente que é vaga. O que faz isso? Você pode sentir isso no quarto agora. Está acontecendo nesse quarto agora porque estamos tocando em algo muito, muito sério e a coisa começa a verter. A mente deste homem desde a infância até agora está constantemente vaga. Não quero fazer disso um mistério: por que isso não acontece a todos?

ML: Quando você dá palestras sua mente está vaga?

K: Oh, sim, completamente. Porém, não estou interessado nisso, mas na razão pela qual ela fica vaga. Por que ela é vaga não é problema.

ML: Ela é única?

K: Não. Se uma coisa é única, os outros não a podem ter. Quero evitar qualquer mistério. Vejo que a mente do menino é a mesma de agora. A outra coisa está aqui nesse momento. Você não a sente? É como uma pulsação.

ML: O essencial nos seus ensinamentos é que todos podem ter acesso a eles. [Senti a pulsação, mas não estava certa de que não era minha imaginação].

K: Sim, se uma coisa é exclusiva não possui valor algum. Mas ela não é assim. Ela é mantida vazia para que diga ‘Embora eu seja vazia, você — X — também pode tê-la’.

ML: Você quer dizer que é vazia a fim de mostrar que isso pode acontecer a qualquer um?

K: É isso mesmo. É isso. Mas foi esta coisa que manteve a mente vazia? Como ela permaneceu vazia todos estes anos? É extraordinário. Nunca pensei nisso antes. A coisa não seria assim se não fosse livre. Por que ele não era apegado? Aquela coisa deve ter dito ‘Deve haver vazio ou eu — a coisa — não posso funcionar’. Isso significa admitir todo tipo de abstração. Então o que é aquilo que se mantém vazio para dizer tudo isso? A coisa encontrou um menino que muito provavelmente permaneceria vazio? Este menino aparentemente não tinha medo de enfrentar Leadbeater — eles tinham grande autoridade. Aquela coisa devia estar agindo. Isto deve ser possível para toda a humanidade. Se não, qual a finalidade disso?
(...)

Anotações de Mary Zimbalist
Vida e Morte de Krishnamurti
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill