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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Por que há morte e sofrimento na natureza?

Questionador: Por que sempre há morte e sofrimento no equilíbrio da natureza?

Krishnamurti: Por que o homem matou cinquenta milhões de baleias? Cinquenta milhões — vocês entenderam? E ainda continuamos matando todo o tipo de espécies — os tigres, os chitas, os leopardos e os elefantes estão se extinguindo — eles são mortos pela sua carne, pelas suas presas; vocês conhecem o fato. Não será o homem um animal muito mais perigoso do que o resto dos animais? E vocês querem saber por que há morte e sofrimento na natureza. Vocês veem um tigre matar uma vaca ou um gamo. Esse é o modo natural da vida; no entanto, no momento em que interferimos nele, ele se transforma numa verdadeira crueldade. Vocês viram filhotes de baleia ser abatidos com uma pancada na cabeça? Quando houve um grande protesto contra esse fato, as uniões disseram que temos de viver desta maneira. Vocês sabem de tudo isso.

Sendo assim, quando começaremos a entender o mundo à nossa volta e o mundo dentro de nós? O mundo interior é tão enormemente complexo que preferimos atender primeiro o mundo da natureza... Se começássemos por nós mesmos, não matando, não ferindo, não sendo violentos, não sendo nacionalistas, mas sentindo amor pela humanidade como um todo, talvez tivéssemos um relacionamento apropriado entre nós e a natureza. Agora, estamos destruindo a terra, o ar, o mar, as criaturas do mar porque somos o maior perigo para o mundo, com nossas bombas atômicas — vocês sabem, todo esse tipo de coisas.

Questionador: O senhor diz que somos o mundo, contudo o mundo parece estar rumando para uma destruição em massa. Uma minoria de pessoas integradas poderá superar a maioria?

Krishnamurti: Vocês são a minoria? Não, eu não estou brincando. Somos a minoria? Ou há alguém entre nós que esteja totalmente livre de tudo isso? Ou há alguém entre nós que esteja totalmente livre de tudo isso? Ou estamos parcialmente contribuindo para o ódio dos outros? Psicologicamente. Vocês talvez não sejam capazes de impedir a Rússia ou a América do Norte, a Inglaterra ou o Japão de atacarem outro país, mas psicologicamente estamos livres de nossa herança comum, que é nosso nacionalismo tribal, glorificado? Estamos livres da violência? A violência existe onde existe um muro ao nosso redor. Por favor, procurem entender tudo isso. E construímos muros em volta de nós, muros de dez pés de altura e de quinze pés de espessura. E todos nós estamos cercados de muros. E disso surge a violência, o senso de imensa solidão. Assim a minoria e a maioria são vocês. Se um grupo de nós fundamentalmente tivesse se transformado psicologicamente, vocês nunca fariam essa pergunta, porque então seríamos algo totalmente diferente.

Questionador: Se há verdade e ordem supremas, por que elas permitem que a humanidade se comporte de modo tão chocante?

Krishnamurti: Se existe uma tal entidade suprema, ela deve ser muito estranha porque nos criou e então fazemos parte dela — está certo? E se fosse organizada, sadia, racional, piedosa, não seríamos como somos. Vocês podem aceitar o processo evolucionário do homem, ou acreditarem que o homem apareceu subitamente criado por deus. E deus, essa entidade suprema, é ordem, é bondade, é compaixão e todo o resto, todos os atributos que nós lhe dermos. Assim, vocês têm essas duas escolhas; que há uma entidade suprema que fez o homem de acordo com sua imagem, ou que existe um processo evolucionário do homem, que a vida criou a partir das pequenas moléculas, e assim por diante, até chegar no momento presente.

Se vocês aceitarem a ideia de deus, da pessoa suprema na qual existe a ordem total, vocês fazem parte dessa entidade, então essa pessoa deve ser extraordinariamente cruel, certo? — extraordinariamente intolerante para nos fazer comportar do modo como estamos fazendo, destruindo uns aos outros.

Ou há a outra ideia, a de que o homem criou o mundo como ele é; seres humanos fizeram este mundo, o mundo social, o mundo do relacionamento, o mundo tecnológico, o mundo da sociedade — nosso relacionamento uns com os outros. Nós — não deus, nem alguma entidade suprema —, nós fizemos o mundo. Somos responsáveis por este horror que temos perpetuado. E confiar num agente exterior determinado para transformar tudo isso? Esse jogo tem sido jogado por milênios, e vocês ainda são os mesmos! Talvez um pouco mudados, um pouco mais gentis, um pouco mais tolerantes — no entanto, a tolerância é algo terrível.

Jiddu krishnamurti — 4 de setembro de 1980


 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill