De repente, uma grande luz vinda do céu brilhou à minha volta... Aqueles
que estavam comigo certamente viram a luz e ficaram
com medo... Então eu disse: "O que devo fazer, Senhor?" E o Senhor me disse:
"Levanta-te e vai a Damasco e lá te serão ditas todas as coisas que estão
determinadas para que faças." E como eu não podia ver por causa do
esplendor daquela luz, sendo conduzido pelas mãos daqueles que estavam
comigo, fui para Damasco.
Saulo de Tarso, "A Caminho de Damasco", Atos 22:6-11
Deitei-me no gurupés, olhando para a popa, com
água espumando por baixo, os mastros com as velas brancas ao luar erguendo-se
acima de mim. Embriaguei-me com a beleza e o ritmo daquele som, e
por um momento me perdi — na verdade, perdi a minha vida. Fui libertado!
Dissolvi-me no mar, me transformei nas velas brancas, no borrifo de espuma em
beleza e ritmo, na luz da Lua, no barco e no céu negro e estrelado! Eu existia
sem assado nem futuro, em paz, unidade e felicidade arrebatadoras, dentro de
algo maior do que a minha própria vida — ou do que a vida do Homem — eu
pertencia à Vida, enfim! Ou a Deus, se você preferir... Como o véu das coisas,
como se estivesse sendo puxado por uma mão invisível. Por um segundo, isso faz
sentido.
Eugene O'Neil, Long Day's Journey into
Night
Há
momentos de glória que vão além da expectativa humana, além da habilidade
física e emocional da pessoa. Alguma coisa inexplicável dirige e exala vida
para a vida conhecida... Chama-se a isso estado de graça ou ato de fé... ou uma ação de Deus. Está lá, e o impossível torna-se possível... A atleta vai além de
si mesma; transcende o natural. Toca uma parte do céu e torna-se o recipiente
do poder de uma fonte desconhecida.
Patsy Neal,
jogadora de basquetebol, em Sport
and Identity
Ouço além do alcance do som,
Vejo além do alcance da visão,
Novas terras, céus e mares ao redor,
E, no meu dia, o sol faz empalidecer sua luz.
Henry David Thoreau , poeta
Mais de uma vez quando
Me sentei sozinho,
refletindo sobre mim mesmo
A palavra que é o símbolo de mim mesmo,
O limite mortal do Eu foi liberado,
E transferido ao anonimato, como uma nuvem
Que se dissolve no céu.
Alfred
Lord Tennyson
Naquele estado iluminado eu me
senti completamente sem limites e livre, rodeado e repleto de uma luz
brilhante, banhado por uma enorme sensação de paz. Quando comecei a voltar ao
mundo cotidiano, senti que meu novo "Eu"
abrangente
estava se afunilando, voltando a ser uma unidade retraída: o meu
"Eu" físico cotidiano. Meu corpo se sentia como uma armadilha de aço
que prendia e dominava todas as minhas possibilidades. Senti a dor e o drama da
vida diária começando a me pressionar, e chorei quando ansiei por voltar para a
liberdade que havia descoberto.
Anônimo