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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Liberte-se de seus compromissos

Há milênios a estrutura da sociedade é sempre dirigida por um pequeno grupo de poderosos, independente do tipo de governo que tal sociedade aceitou. E este grupo governante dita ao povo o que é bom para ele, ou seja, o povo deve aceitar o que beneficia os poderosos. Em nossa época podemos considerar a globalização financeira como o poder. Este grupo rege o quadro que marca a nossa sociedade. Atualmente podemos votar para escolher nosso governo, mas a rigor a escolha não é muito grande, pois temos apenas a escolha entre muito poucas ideologias que, em princípio, são muito semelhantes e que, juntas, no fundo, de alguma maneira estão no fluxo do grupo governante. Além disso, por fim, quem governa é um partido que é bem visto no máximo pela metade dos eleitores. Isto significa que pelo menos a outra metade dos cidadãos de uma democracia ficou para trás apesar da liberdade dominante na formação de seu governo. E lá onde realmente se estabelece o poder duradouro, nas grandes indústrias, nos bancos e seguradoras com suas multiparticipações, que impõem todo o sistema financeiro apesar de todas as leis anticartéis – estes não são eleitos por ninguém. Eles simplesmente existem, eles decidem, independente da legislatura, do destino e da prosperidade da nação. Partindo de lá é formada a opinião pública; devemos procurar lá a origem e o motivo da natureza do quadro da sociedade. Cada indivíduo, você ou eu mesmo, orienta-se nesta ordem desde a infância. Nós estamos de tal forma presos a decisões, ordens e leis que não temos mais consciência de como nos conduzem por toda parte. Nunca vivemos uma vida sem regras. No início os pais cuidavam para que o filho se tornasse um membro adaptado à sociedade sob o ponto de vista deles, depois vinha a escola, a formação profissional ou o estudo na faculdade. Aqui o jovem também foi forçado a uma formação voltada à adaptação ao atual princípio dominante. Após iniciar-se na vida profissional, seja autônoma ou empregatícia, o então adulto constatava com toda clareza como a sua prosperidade dependia da hierarquia da sociedade. Ao invés de evadir-se desesperadamente desta limitação e da constante pressão, a humanidade encontrou um outro caminho de fuga: reprimir os conteúdos e as experiências conscientemente insuportáveis para o inconsciente. Eu não estou exagerando quando afirmo – e sei que a maioria dos sociólogos e psicólogos são da mesma opinião – que a nossa consciência acessível à nossa lembrança é filtrada de tal forma de maneira que nela não fique registrada nenhuma experiência que não esteja em conformidade com as regras de jogo válidas da sociedade. Tão amplamente age o mecanismo de repressão, o órgão de controle de nosso mecanismo de autoconservação! Por isto hoje, nas condições de nosso espírito, somos incapazes de perceber a verdade como ela realmente é. O que consideramos a verdade são apenas frações da realidade. Imagens do nosso pensamento, ainda por cima distorcidos pela ótica do nosso preconceito. Todos os nossos sentidos são controlados dia a dia; suas percepções são filtradas e peneiradas, nada de novo, desconhecido, pode chegar à consciência. Este mecanismo cuida muito bem para que nenhum novo conhecimento, por meio de alguma observação, penetre em nós. Tudo é cuidadosamente desviado para o inconsciente onde a sua existência inconveniente fica juntamente com outras experiências traumáticas da época da pré-infância. Nunca somos capazes de ver mais e além daquilo que aprendemos. Só isto podemos aceitar em nossa parcialidade, e é assim que nos orientamos e organizamos com base nisso, a nossa vida. Assim nosso espírito e as nossas lembranças estão em boas condições. E a isto o nosso pensamento se remete constantemente. Desta maneira absorvemos uma imagem muito censurada da realidade.

Um outro caminho de fuga da realidade é a afiliação a organizações e a comunidades religiosas incluindo os diversos grupos com filosofia de vida própria (e dos empresários espertos que vivem na onda da Nova Era). Já a consciência de estar integrado na sociedade e de possuir um Id na mesma, nos proporciona uma sensação de segurança. As verdades impopulares estão todas bem guardadas no inconsciente. Para isto a afiliação a uma comunidade, seja ela ativa ou passiva, oferece uma boa garantia complementar para manter-se a posição alcançada. Fecha-se os olhos para o horror ao nosso redor, para o quadro mundial escasso, para a loucura que acontece no próprio país, a Alemanha (no qual, por exemplo, não se proíbem alimentos contaminados, porém de tempo em tempo se aumenta o limite máximo de aplicação de produtos tóxicos!). A proteção, aparente, que estas organizações e instituições oferecem, é paga por nós através do reconhecimento de sua autoridade e possivelmente por organizarmos nossas vidas aparentes conforme suas normas, e interiormente por suas teses. Da falta de liberdade elementar que cada pessoa vive, em conseqüência à sua adaptação à sociedade, nasce uma outra, pois nós, seres humanos, simplesmente não conseguimos entender que existem coisas que não têm preço. Já que nos deixamos condicionar acreditamos ter adquirido mais segurança na sociedade. Nós fazemos aquilo e acreditamos naquilo que os outros também acreditam e fazem, e achamos isto correto. E se um dia o destino atuar e entrarmos em verdadeiros apuros vamos constatar que em lugar nenhum existe a verdadeira segurança, mesmo estando desesperadamente em busca dela. Para tornar-se livre, para uma vida no momento presente, é necessário romper com todos os compromissos deste tipo. Não podemos aceitar nenhuma autoridade, ninguém que nos diga como devemos ser ou nos tornar. Para conseguirmos nos libertar de autoridades externas, é necessário nossa disposição. Apenas esta. Não é necessário uma briga intelectual com uma ideia nova, com a decisão de livrar-se, à força, de coisas que nos prendem atualmente. Para muitas coisas, nem é necessário um passo espetacular para um rompimento externo – isto, geralmente, não é necessário. Importante é a nossa posição interior em relação à autoridade. Temos de entender que a vida pode ser diferente daquilo que pensávamos até agora. O passo para a liberdade interior, inicia-se com o reconhecimento de nossos compromissos, e é necessário observá-los até poder identificar seus perigos. Este processo já é suficiente. Com a nossa atenção, que não deve ser perturbada por pensamentos, estes compromissos perdem a sua influência sobre nós. Nós nos tornamos livres e desprendidos. Em hipótese nenhuma você deve analisar seus compromissos baseado nas suas análises intelectuais. Se fizer isto, não faz mal, mas também não terá vantagens. O que pode acontecer é você confundir esta análise com a observação e se admirar porque estes compromissos que desfizemos tão conscienciosamente ainda existem e limitam. Aliás, eu quero dizer que você alcançará mais facilmente a nova maneira de viver, de realmente estar presente aqui e agora, se esquecer qualquer tipo de conhecimento. Tudo aquilo que você aprendeu até o momento atual não serve para a prática de vida do Tao. O conhecimento pode ajudá-lo na profissão ou quando você quer pregar um prego na parede. Mas para o seu desenvolvimento espiritual ele só estará atrapalhando. Você deve realmente olhar para a sua vida com olhos inocentes, com os olhos ingênuos de uma criança. Então perceberá que as coisas mudam, que os seus dias transcorrerão de maneira diferente. Você estará incorporado a um processo que por si fará com grande inteligência aquilo que é o correto para você. Você de maneira alguma perde a sua própria vontade, mas a sua ação será mais sábia pois você tomará as decisões corretas diante dos desafios do cotidiano e em situações excepcionais.

Então fique sabendo: é necessário descobrir todas as sombras de seus compromissos, observá-las, dar atenção a elas, até que você tenha compreendido profundamente a extensão de seu aprisionamento. Só prestar atenção, já traz mudanças. Como em todo processo, é condição que você faça as suas observações exclusivamente no presente. Não é importante como você era ontem ou quais compromissos o incomodavam antes, o importante e essencial é o seu estado atual. Este estado você deve percebê-lo. E esta percepção no presente já é o passo para a mudança, para a qual, você não precisa mais se esforçar. Sua verdadeira vontade, sua disposição, seu desejo veemente de se tornar livre já são suficientes.

Theo Fisher

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill