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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A Felicidade que não conhece razão

Aquele que resolveu suas dúvidas, e cuja mente está absorvida no Eu, não mais precisa buscar por meios de liberação. Vendo, ouvindo, tocando, respirando, comendo, ele vive contente no mundo. (...) Compreendendo que o Eu está para além da ação, faço o que quer que precise ser feito, a qualquer tempo, e vivo contente. — Ashtavakra Gita
A verdadeira felicidade não tem uma razão, está para além de explicações, não depende de circunstâncias externas. Não é a satisfação de algum desejo ou obtenção de um objetivo. Essas são satisfações de curta vida, que podem ser transformadas pelos acontecimentos externos. Então, podemos perguntar: Como pode ser isso, de onde vem essa felicidade? Logicamente, algo parece errado, se a pessoa se apega a uma explicação convencional da personalidade humana. Se o homem nada mais é do que uma máquina fisiológica, com certas necessidades fisiológicas e psicológicas que devem ser satisfeitas para que ele se mantenha "feliz", então de onde vem a bem-aventurança, que não é baseada na satisfação de nenhuma dessas necessidades? 

A resposta só pode ser que temos julgado erroneamente nossos "eus" e que a natureza inata do eu é verdadeira felicidade (Infelicidade mostra, portanto, não tanto a ausência de felicidade como o fato de que perdemos nossa verdadeira identidade, e com isso perdemos nosso caminho na vida). Ora, isso deve ser assim, porque sem o eu o homem é um mero computador — um aparelho sensório com centro de processamento de dados e biofeedback. E um computador, por mais sofisticado que seja, permanece entidade mecânica que só pode reagir mecanicamente a estímulos externos ou internos. 

O homem tem, naturalmente, uma boa quantidade dessa feição-computador em si próprio, mas também é muito mais, e só por isso podemos falar dele como ser "espiritual". Por outro lado, fosse ele simples e exclusivamente programado (condicionado) como entidade, teria o senso estético, a capacidade de apreciar a música, de sentir a beleza da natureza, dos grandes trabalhos de arte ou de uma partida de xadrez jogada com perícia? A inteligência verdadeira seria possível, a capacidade de descobrir o "novo", que fica para além de qualquer programação ou condicionamento, e, acima de tudo, poderia ele sentir a bem-aventurança que vem quando o cérebro está absolutamente tranquilo? Na verdade, é o "ruído" contínuo do nosso cérebro-computador que obscurece a compreensão da nossa verdadeira identidade com tudo quanto dela vem.

Robert Powell

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill