O descontentamento não é uma enfermidade ou uma doença; ele simplesmente mostra vida e sensibilidade. Somente os mortos não têm descontentamento. Uma pessoa realmente viva precisa viver seu descontentamento, sentir sede, ficar em chamas. Somente através deste fogo, desta sede, ela viverá uma vida intensa.
As pessoas vivem no mínimo e jamais vêm a saber o que é o ótimo absoluto, e as coisas acontecem somente no ótimo absoluto.
(...) De onde vem o sentido? Ele vem ao se viver intensamente; a intensidade e a intencionalidade trazem o sentido. Uma pessoa sabe o que é a vida somente quando ela vive como se a tocha estivesse queimando em ambas as pontas. Deus é revelado nesses raros momentos de intensidade, e nunca antes. O contentamento certamente acontece, mas somente nos momentos mais intensos de descontentamento.
Sócrates está certo quando diz: "Preferiria ser um Sócrates descontente a ser um porco contente". Mas milhões de pessoas decidiram o contrário: elas decidiram viver como porcos satisfeitos. Elas insistem em evitar qualquer fenômeno intenso(...)
Lembre-se: sede, descontentamento e fome são qualidades saudáveis. Uma pessoa satisfeita é uma pessoa apática e estúpida. E, devido à satisfação ter sido praticada através dos tempos, suas igrejas estão cheias desses idiotas, seus monastérios estão repletos dessas pessoas apáticas e mortas. Elas são cadáveres ambulantes, de alguma forma se arrastando; elas perderam toda a seiva e estão congeladas, sem fluir. Suas vidas não são correntes, não são vibrações, músicas ou melodias.
A sede é perfeitamente bela, pois somente através dela você saberá o que é contentamento, o que é a beleza de se sentir saciado.(...) Quando você estiver se queimando como fogo, somente então o contentamento acontecerá. E Deus é o contentamento supremo. Ele acontece para a pessoa religiosa que vive através do descontentamento. Uma pessoa religiosa é aquela que está sedenta.
OSHO