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sábado, 30 de agosto de 2025

A Nova Sociedade Não Virá Por Decretos, Mas Por Despertares Individuais

 

A Nova Sociedade Não Virá Por Decretos, Mas Por Despertares Individuais
Um manifesto para o fim das ilusões coletivas


Vivemos em um tempo onde toda mudança parece depender de assembleias, assinaturas, leis, revoluções organizadas ou consensos públicos. Espera-se, com ingenuidade e desespero, que uma nova sociedade desça dos palanques, das urnas, das conferências internacionais, das redes ativistas, dos discursos políticos e das alianças estratégicas. Mas é preciso dizer, com toda a gravidade e frieza que a lucidez exige: a nova sociedade não virá por decretos. Não virá por partidos. Não virá por aclamações. Não surgirá como fruto de nenhuma doutrina ou ideologia coletiva. Não será construído pela sociedade como está.

A nova sociedade — se é que algo assim é possível — nasce do colapso interno da ilusão, no silêncio de um indivíduo que, ao despir-se de todas as suas máscaras, ousa encarar o que realmente é, sem escapatórias. Ele não brota de fora para dentro, mas de dentro para fora. Ele é o resultado do que poderíamos chamar de ruptura existencial: um momento em que tudo o que era considerado “normal” passa a ser visto como insuportavelmente falso.

A mentira das mudanças externas

Decretos são palavras impressas no papel. Leis são arranjos simbólicos, muitas vezes corrompidos por interesses escusos. Políticas públicas, ainda que necessárias em uma dimensão pragmática da existência, não tocam a estrutura inconsciente da psique humana — onde habitam a violência, o medo, o ódio e o vazio.

A sociedade pode mudar suas vestes, mas se o corpo que as veste continua doente, nada realmente muda. Podemos pintar a prisão de branco e chamá-la de reforma, mas os muros continuam a separar, controlar, limitar.

A história está repleta de exemplos: revoluções que derrubaram reis para erguer tiranos, democracias que se transformaram em teatros farsescos, sistemas que nasceram sob o pretexto da justiça e terminaram instrumentalizando o sofrimento. A linguagem pública da mudança é, quase sempre, um disfarce para a permanência da inconsciência. Não são os sistemas que geram indivíduos conscientes, mas indivíduos conscientes que transformam a qualidade de qualquer sistema.

 

 

O despertar não é coletivo — é individual e solitário

A expectativa de um “despertar coletivo” é, na maioria das vezes, mais uma armadilha do personagem espiritualizado. Um modo sutil de escapar da responsabilidade pessoal, esperando que “a humanidade evolua”, que “as pessoas acordem”, que “um novo tempo chegue”.

Mas o despertar é sempre um colapso íntimo, um desabamento da mente condicionada. É o instante em que uma alma, cansada de repetir a farsa, não consegue mais se iludir com o espetáculo social. Esse instante não é bonito. Não é celebrado. Não tem plateia. É solitário, profundo, assustador.

E, exatamente por isso, é raro. A maioria está demasiadamente entorpecida — por distrações, por promessas, por dopaminas digitais, por slogans vazios — para sequer vislumbrar essa ruptura. Por isso a sociedade não muda. Porque a sociedade, como a conhecemos, é um reflexo exato do estado interior médio da humanidade: fragmentada, reativa, infantil, sedenta por sentido mas escrava do consumo.

A Nova Sociedade é um espelho interior

A realidade que nos cerca — social, política, econômica, relacional — é apenas um espelho do nível de consciência dos indivíduos que a compõem. Não é possível um mundo diferente sem seres humanos diferentes. E seres humanos diferentes não são fabricados por doutrinas, religiões ou universidades. São forjados no fogo silencioso de um questionamento radical: quem sou eu, realmente, além de tudo o que me ensinaram a ser

Esse questionamento é o início do fim da velha sociedade. Não um fim apocalíptico, mas o fim da ilusão de que viver alienado, automático, sonâmbulo, é aceitável.

A nova sociedade começa quando alguém, em silêncio, se recusa a participar da mentira. Quando deixa de repetir os padrões herdados. Quando não se curva mais ao medo social da diferença. Quando escolhe a verdade — mesmo que isso custe a aceitação, a estabilidade ou o pertencimento. Essa é a nova sociedade.
Não um lugar. Não uma utopia. Mas uma qualidade de presença. Uma integridade que irradia. Um estado de lucidez que ressoa no invisível.

A velha sociedade se alimenta da massa

O sistema — seja político, religioso, midiático ou cultural — precisa de massas para existir. Massas obedientes. Massas indignadas, mas manipuláveis. Massas distraídas. Massas ocupadas demais com suas tragédias pessoais para perceberem que vivem numa prisão construída por consensos inconscientes.

Quem acorda desse jogo sai do rebanho. E ao sair, torna-se perigoso. Não por promover a desordem externa, mas por representar uma ameaça à ordem mental dominante: a ordem da mediocridade, da superficialidade, da submissão.

O observador lúcido incomoda. Sua presença revela o ridículo do espetáculo. Sua calma abala o império da ansiedade. Sua recusa ao jogo mina o tabuleiro.

E é por isso que o despertar é solitário: a sociedade atual não acolhe o lúcido. Ela celebra o ruidoso, o adaptado, o eficiente, o otimista compulsivo.
Mas a nova sociedade não será feita por adaptados. Será feita por exilados conscientes.

O custo do despertar

É preciso ser honesto: despertar tem um preço. E ele não é pequeno. Você perderá vínculos. Você será incompreendido. Você será acusado de negatividade. Você será ignorado por muitos e ridicularizado por outros. Você verá a falência da cultura do entretenimento e do progresso infinito. Você sentirá a dor de não pertencer.

Mas esse preço é o bilhete de entrada para a liberdade interior.
Você deixa de viver para agradar. Para encaixar. Para fingir. E, pela primeira vez, experimenta o que significa ser. Sem necessidade de aprovação. Sem medo da rejeição. Sem a eterna busca por sentido externo.

Você se torna íntegro. E essa integridade muda tudo ao seu redor, mesmo que nada mude na sociedade.

A nova sociedade como consequência

A nova sociedade não é um projeto. Nem um plano de governo. Ela é consequência.
Consequência de mentes despertas. De corações alinhados com a verdade. De indivíduos que se libertaram da necessidade de serem massa de manobra.

Essa é a revolução real. Não tem bandeira. Não tem hino. Não tem líder. Tem silêncio. Tem clareza. Tem firmeza.

E essa revolução não se anuncia com fogos, mas com a ausência de barulho interno. Ela não exige seguidores, mas exige coragem. Coragem de parar. De ver. De não se anestesiar novamente. Coragem de morrer para o velho — e não saber o que virá depois. Coragem de viver no desamparo do real.

Mas quem atravessa esse limiar se torna semente. Semente de uma sociedade que não se impõe — mas que floresce. No olhar. No gesto. No espaço.
Num tipo de presença que dissolve o caos, sem enfrentá-lo.


O chamado silencioso

Não espere por mudanças externas. -Não espere por salvadores. Não espere pelo coletivo. Espere por si mesmo. Ou melhor, pare de esperar. E olhe agora. Aqui. Neste instante.

A crise que você sente, o desconforto, o cansaço, a desilusão — tudo isso é o parto do real. Não fuja. Não interprete como fracasso. Reconheça como o início da nova sociedade… em você.

E talvez, só talvez, ao despertar, você inspire outros. Não por palavras. Não por ideias. Mas por ser.

Assim a nova sociedade virá: sem decreto, sem anúncio, sem barulho.
Mas com verdade.

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill