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sábado, 30 de agosto de 2025

Presença: Além da Prática e do Mercado Pop Espiritual

No terreno espiritual contemporâneo, são vários os jargões que imperam. Entre tantos, um dos mais recorrente é a "Prática da Presença".

Bora, desmontar juntos a noção “mercantilizada” da chamada prática da presença e a recolher de volta ao seu significado mais radical: não como uma técnica a ser executada, mas como uma qualidade de ser — enraizada no estar na vida sem medo, sem cálculo autocentrado, com base numa observação silenciosa, passiva e não reativa.

Então vamos lá, juntos com profundidade, observação cortante, sem verniz espiritualista, preservando a lucidez e a precisão necessária.


Presença: Além da Prática e do Mercado Pop Espíritual

A expressão Prática da Presença tornou-se uma moeda corrente no vocabulário espiritual contemporâneo. Multiplicam-se livros, cursos, workshops e retiros prometendo ensinar “como estar presente” — como se presença fosse uma habilidade a ser treinada por etapas, adquirida como se adquire fluência em um idioma ou técnica de respiração.

No entanto, este uso da palavra presença carrega uma distorção sutil e profunda: a de transformar algo que é da ordem do ser em algo que se enquadra na lógica do fazer.

Presença, no seu sentido mais nu, não é um exercício que se aplica, não é um protocolo que se segue, não é um método que se repete até se “atingir” um estado especial. Presença é um estado não-fabricado. É a ausência de interferência da mente no instante vivo. É a qualidade de estar aqui, não como conceito, mas como fato irredutível, onde o corpo, a percepção e o mundo se encontram sem uma ponte de controle e manipulação.

E justamente por não ser fabricada, presença não pode ser praticada no sentido usual do termo. Você pode praticar ioga, piano, artes marciais. Nessas práticas, existe um objetivo definido, um ponto de chegada. Mas na presença, não há ponto a atingir, porque ela já é o pano de fundo do qual a experiência surge. Qualquer tentativa de produzi-la já parte do equívoco de que ela não está aqui, de que é algo ausente que precisa ser alcançado, portanto, não passa de nutrição para a continuidade de um ser condicionado.

O engano do “estado desejado”

Quando a presença é reduzida a técnica, ela se torna mais um objeto de consumo no vasto mercado das experiências. É vendida como algo que trará benefícios: paz mental, redução do estresse, foco, clareza. E embora esses efeitos colaterais possam ocorrer, eles não são presença.

O problema é que, ao tratar presença como uma técnica para obter algo, desloca-se sua essência para o território do cálculo autocentrado. A pessoa se “dedica à presença” para obter um ganho pessoal — e esse ganho, mesmo que seja “espiritual”, é apenas mais um prolongamento do movimento egocêntrico.

Presença não se move para garantir um resultado. Ela é a cessação silenciosa do movimento que calcula, mede, compara, busca ou, foge.


Presença como qualidade de relação

Se quisermos falar com precisão, presença não é uma prática interna isolada do mundo, mas uma qualidade da vida de relação. É como nos colocamos diante do outro, diante das situações, diante dos acontecimentos inevitáveis.

Essa qualidade não é fundamentada no medo, na defesa, no reflexo de proteger uma imagem de si. Também não é movida pela ânsia de controlar o que acontece para assegurar um resultado favorável.

Presença é um estar em contato real — sem o filtro deformante do desejo e do medo.

E aqui reside um ponto que o discurso espiritual popular raramente toca: a verdadeira presença é incompatível com o autocentramento. Não é um “estado interno” protegido da vida, mas uma abertura radical ao que ela apresenta.

Quando se diz “esteja presente”, a tendência imediata é tentar voltar a atenção para “o aqui e agora” como se fosse um esforço mental. Mas o que realmente importa não é a atenção forçada ao instante, e sim a suspensão da narrativa que o personagem tece sobre ele.

Presença é não interferir. É não construir um comentário interno sobre cada acontecimento. É não carregar para a frente o passado e não projetar sobre o momento um roteiro desejado.


O papel da observação silenciosa

Chamamos atenção para algo central: presença não é ação, é observação silenciosa, passiva e não reativa.

  • Silenciosa, porque não está acompanhada de um diálogo mental constante sobre o que se está percebendo. Não é “olhar” e dizer internamente “estou olhando”. É simplesmente olhar.
  • Passiva, porque não busca moldar ou alterar o que vê. Não é observação com intenção, mas com permissão.
  • Não reativa, porque não se deixa capturar pelo ímpeto de responder imediatamente a estímulos internos ou externos, seja com palavras, gestos ou julgamentos.

A presença autêntica não se manifesta como uma postura tensa de “vigiar a si mesmo” para não errar. Ela é mais próxima de um repouso lúcido, no qual se observa o que acontece sem se lançar de imediato na mecânica da defesa ou do ataque.

Essa observação não é fria ou distante, mas tampouco é emotiva ou melodramática. É um testemunho desarmado — e justamente por ser desarmado, é livre.


A ilusão da prática

É preciso ver como a palavra “prática” carrega uma armadilha. No mundo moderno, praticar significa fazer algo repetidamente para melhorar ou dominar. É um verbo que supõe esforço deliberado, método e progresso.

Quando aplicamos isso à presença, criamos um paradoxo: tentamos “fabricar” um estado cuja natureza é justamente não ser fabricado.

O irrefletido condicionamento de “estar presente”, pode até gerar momentos de quietude, mas são quietudes frágeis, dependentes da manutenção voluntária. A verdadeira presença não é mantida: ela é descoberta quando cessamos a manutenção.

Nesse sentido, não é que não haja um “ato” envolvido — há sim um deslocamento do impulso condicionado, uma entrega. Mas é um ato de desistência, não de conquista. É a suspensão de todos os esforços para estar em outro lugar que não o aqui, e em outro tempo que não o agora.


Medo e cálculo: os dois sabotadores

Na vida de relação, o medo e o cálculo são os grandes sabotadores da presença.

  • O medo fecha o campo da percepção. Ele nos prende a uma narrativa de ameaça, e a atenção deixa de ser aberta para se fixar em possíveis danos e modos de evitá-los.
  • O cálculo autocentrado transforma o encontro em uma transação. Observamos não para compreender, mas para prever, controlar e manipular de forma a garantir algum ganho.

Ambos são impulsos emotivos reativos para escapar do instante. Ambos são projeções condicionadas — uma para proteger-se de algo que ainda não aconteceu, outra para assegurar algo que se deseja que aconteça.

Estar presente é deixar que o instante seja inteiro, sem tentar empurrá-lo para um desfecho ou detê-lo para preservar um prazer.


O mito da presença como estado permanente

Outra ilusão alimentada pelo discurso dos gurus contemporâneos é a ideia de que, uma vez “atingida”, a presença se mantém como um estado contínuo.
Isso gera frustração, porque a mente passa a se cobrar por não estar constantemente presente.

Mas presença não é um estado permanente — é um contínuo retorno. Não um retorno forçado, mas um retorno natural que ocorre quando se percebe a ausência.

A oscilação entre presença e ausência é inevitável na condição humana. O ponto não é evitar a ausência a todo custo, mas ver a ausência quando ela ocorre e deixar que esse ver dissolva o automatismo.


O silêncio como campo de presença

Presença é inseparável de um certo silêncio. Não o silêncio artificial de quem reprime pensamentos ou emoções, mas o silêncio que surge quando não estamos mais tentando comentar e administrar a experiência.

Este silêncio não é uma ausência de som ou de ação, mas a ausência de ruído psicológico. É possível estar numa rua movimentada e estar nesse silêncio. É possível estar numa conversa e estar nesse silêncio.

O silêncio da presença é o que permite ver o outro sem o véu dos condicionamentos que produzem as interpretações automáticas, é o que impede que cada palavra ou gesto seja imediatamente traduzido em ameaça ou oportunidade para o personagem.


Conclusão: presença como desnudez

Presença, enfim, não é uma prática, mas uma nudez. É o estar sem o disfarce das expectativas e sem a armadura das defesas. É uma qualidade de contato em que não há mais um “eu” tentando manipular a vida para que ela corresponda aos seus interesses.

Talvez por isso, no fundo, a presença seja tão rara. Porque ela exige que deixemos cair tudo o que acreditamos ser necessário para estar seguros.
E nesse deixar cair, a vida se mostra como sempre esteve: inteira, aqui, agora — sem necessidade de prática, sem necessidade de conquista. Apenas sendo.

Observemos agora, as “armadilhas comuns” e os “indicadores de presença real”. O que chamamos de “Armadilhas comuns — é onde a noção de presença é falsificada ou distorcida, criando ilusões. Já os Indicadores de presença real — são os sinais internos e externos que mostram que você está nesse campo de observação silenciosa, passiva e não reativa.


Armadilhas Comuns na Busca pela Presença

·         Confundir atenção focada com presença - Muitos acreditam que basta “prestar atenção” para estar presente. Mas a atenção focada pode ser uma ferramenta de controle, não de abertura. É possível olhar para algo com atenção extrema e, ainda assim, estar inteiramente perdido nos mecanismos de cálculo e defesa do personagem.

A presença não é a contração de se fixar em um ponto; é a expansão silenciosa que acolhe tudo o que aparece sem escolher o que deve ser percebido.

·         Transformar a presença em desempenho - No ambiente espiritual, há quem “demonstre” estar presente — postura impecável, olhar sereno, gestos calculadamente lentos. Mas isso não é presença: é o teatro satsang.

Quando ela é usada como performance, está a serviço da sustentação da imagem do personagem desperto, não da vida. O corpo pode estar imóvel e o espírito ausente.

 

·         Usar a presença como anestesia - Outra armadilha é usar a ideia de presença para se desligar emocionalmente, como quem “observa” para não sentir. Isso não é presença, é dissociação. A presença não evita o contato com a dor ou o desconforto; pelo contrário, ela permite que sejam sentidos sem resistência, sem necessidade de transformá-los ou negá-los.

 

·         A presença como conquista do personagem - O personagem adora acumular títulos invisíveis: “sou mais consciente”, “estou sempre presente”, “já não reajo como antes”. Essa narrativa sobre si mesmo não é presença — é mais uma construção mental que nos afasta dela. Quando realmente há presença, não há um “eu presente” que se conte a história de como está presente.

  • Buscar a presença apenas em condições favoráveis - Muitos tentam praticar presença em ambientes tranquilos, durante meditação, caminhadas solitárias ou contato com a natureza. Isso pode ser útil como introdução, mas é incompleto. A presença real não depende de cenário. Ela é possível no caos, no trânsito, em reuniões tensas — e é justamente nesses momentos que sua autenticidade se prova.

Indicadores de Presença Real

 

  • Ausência de pressa interna - Mesmo que as circunstâncias externas exijam rapidez, internamente não há urgência psicológica. As ações podem ser céleres, mas não são movidas pelo pânico ou pela antecipação de resultados.
  • Escuta sem agenda - Na presença, é possível ouvir alguém sem já preparar a resposta ou avaliar a validade do que está sendo dito. Há um espaço limpo aonde as palavras chegam inteiras, sem passar por um filtro imediato de concordância ou discordância.
  • Percepção ampliada - O campo da consciência não está estreitado por um foco obsessivo. Sons, cores, movimentos, sensações corporais e até pensamentos são percebidos num mesmo pano de fundo, sem competição pela atenção.
  • Ação adequada e não reativa - A resposta a um acontecimento não é automática nem impulsiva. Ela surge depois de um instante de observação, mesmo que seja um instante muito breve. É como se algo em você verificasse antes se aquela ação é realmente necessária ou apenas um reflexo condicionado.
  • Sensação de enraizamento no corpo - Há uma conexão viva com a respiração, com o peso do corpo, com os apoios nos pés e nas mãos. Essa ancoragem não é buscada deliberadamente, mas percebida naturalmente como parte do estar aqui.
  • Ausência de comentário interno constante - Os pensamentos podem surgir, mas não dominam a cena. Não há narração ininterrupta sobre o que está acontecendo. Surge um silêncio de fundo, mesmo que a mente emita pequenas frases.
  • Aceitação imediata da realidade factual - Não significa resignação passiva diante de injustiças ou abusos, mas o reconhecimento de que “isto está acontecendo agora” antes de tentar mudá-lo. É o fim da negação automática do que é.
  • Perda temporária da autoimagem - Durante momentos de presença profunda, não há preocupação com “quem sou eu” ou “como estou aparecendo”. A atenção está no instante e não na representação de si.

Integração: a presença como insubmissão

A presença autêntica é, no fundo, uma forma de insubmissão à mediocridade psicológica. Ela se recusa a operar no piloto automático dos implantes sistêmicos, das reações herdadas, das narrativas aprendidas, dos papéis sociais impostos.
Ela não é contra a vida — pelo contrário, é a rendição total à vida sem os filtros que a distorcem.

E por ser tão simples e tão direta, acaba sendo invisível para a maioria, que ainda busca experiências espetaculares ou estados alterados como sinônimo de realização espiritual.

A grande ironia é que não existe caminho para a presença — existe apenas o abandono dos caminhos que nos afastam dela.


Fechamento

Fechamos agora esta reflexão, deixando 10 perguntas de auto inventário que talvez, possam servir como ferramenta direta para que o leitor possa se ver sem subterfúgios — alinhadas com a visão de presença como qualidade de ser, não prática fabricada.


10 Perguntas de Auto Inventário sobre a Presença

  1. Quando estou diante de alguém, minha atenção está realmente com a pessoa ou no que pretendo dizer em seguida?
  2. Ao ouvir algo que me desagrada, percebo primeiro minha reação interna ou já respondo de modo automático?
  3. Nas conversas, consigo deixar espaços de silêncio ou preencho compulsivamente cada pausa?
  4. Quando surge um desconforto emocional, minha primeira atitude é sentir ou administrar?
  5. Consigo perceber o que está acontecendo ao meu redor sem escolher o que é mais “importante” para ver?
  6. Quando algo inesperado acontece, acolho o fato como ele é ou imediatamente tento encaixá-lo em meus planos?
  7. Meu contato com as pessoas é livre de segundas intenções ou sempre há um cálculo implícito de ganho ou proteção?
  8. Nos momentos de pressa, é só o corpo que se move rápido ou a mente também entra em estado de urgência?
  9. Ao caminhar, comer ou realizar tarefas simples, estou realmente ali ou no diálogo mental sobre o que virá depois?
  10. Quando percebo que estive ausente, retorno suavemente ou me culpo por “não estar presente o suficiente”?

 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill