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sábado, 30 de agosto de 2025

A relação sociedade capitalista X desperto

Na sociedade capitalista contemporânea, um indivíduo que leva a sério sua busca consciencial — de forma autêntica, profunda, não superficial — muitas vezes entra em choque com os valores predominantes. Aqui está uma análise crítica, porém equilibrada, dessa relação:

A Busca Consciencial Autêntica é sempre Subversiva. Não tem como ser diferente! Quem leva tal busca a sério, questiona o consumo como sentido de vida; reduz a dependência de status, aparência e competição. Busca silêncio num mundo de estímulo. Deseja ser em profunda paz, e não apenas ter. E isso incomoda, porque rompe com a lógica da produção, da velocidade, da comparação e da busca infinita por mais.

Sabendo que um indivíduo em busca consciencial anseia por sentido, o sistema capitalista tenta comercializar a espiritualidade, oferecendo meditação como ferramenta de produtividade. Yoga como fitness de luxo. Espiritualidade de consumo rápido, através de livros de autoajuda, gurus de Instagram e Paltalk e de “vibrações positivas”.

O capitalismo cria uma espiritualidade diluída, domesticada — que não ameaça, que não transforma, que apenas alivia momentaneamente a ansiedade criada pelo próprio sistema.

E para o sistema, quem aprofunda, recebe muitos rótulos, entre ele, o rótulo de “indivíduo desajustado”.  Um indivíduo que larga um emprego bem pago para viver de forma simples, que valoriza o silêncio, o tempo, a contemplação e que recusa padrões de sucesso externo... frequentemente é julgado como ingênuo, preguiçoso, neurótico, alienado, um sujeito “fora da realidade”.

Isso ocorre porque a realidade dominante, não está preparada para acolher quem opta por viver com profundidade.

A Espiritualidade Verdadeira é Incompatível com a Superficialidade. Buscar a mente incondicionada, o Ser, o Mistério, o Infinito, Deus, — seja qual for o nome — exige, parar, escutar e aceitar o sofrimento como parte do processo. Exige o questionar do falso personagem e do apego.

Tudo isso é o oposto do ritmo do mercado, da produtividade constante, da necessidade de validação externa. Por isso, o buscador sincero, muitas vezes precisa se afastar — interior ou socialmente.

Mas existe resistência e esperança. Apesar disso, crescem as pequenas brechas, tais como as comunidades alternativas, os estilos de vida minimalistas, a espiritualidade integrativa que é sem dogmas; as práticas contemplativas renascendo em meio ao caos urbano.

A sociedade tenta cooptar o sagrado, o Incondicionado, mas não consegue matar a sede real por sentido. A essência humana é mais antiga que qualquer sistema mercantil.

Concluindo, a busca consciencial séria é um ato de rebeldia silenciosa. Ela não grita, não luta com armas, mas com presença. E embora seja ignorada, distorcida ou mal compreendida, ela planta — em silêncio — as sementes de um mundo onde o ser importa mais que o ter.

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill