Observe a ganância, observe o sexo, observe a cólera; a dominação, o ciúme. Uma coisa deve ser lembrada: não se identifique; simplesmente observe, torne-se um expectador. Geralmente, a qualidade de testemunha cresce e passa a ser capaz de notar todas as nuances da manifestação. São muito sutis. Você passa a ser capaz de ver o quanto são sutis as funções do ego, como são sutis duas formas. Não é uma coisa grosseira. É muito sutil e delicada e profundamente oculta. Quanto mais você observa, mais seus olhos se farão capazes de ver, mais perceptivos se tornarão e, quanto mais você ver, mais profundamente caminhará e maior distância se estabelecerá entre você aquilo que você faz. A distância ajuda porque, sem distância, não pode haver percepção. Como você pode distinguir uma coisa que está demasiado próxima? Se seus olhos estiverem tocando o espelho, como você poderá ver? Uma distância é necessária. E nada pode dar-lhe distância, a não ser o testemunhar. Tente e verá.
(...)A testemunha é um estranho. Por sua própria natureza, a testemunha nunca pode tornar-se alguém que está de dentro. Procure essa testemunha e, então coloque-se no topo da colina: tudo se passa no vale, sem que você tenha a menor participação. Você simplesmente vê: o que você tem com aquilo? É como se tudo tivesse se passando com outra pessoa.(...) Lembre-se, simplesmente, de uma coisa: você tem que ser um observador, porque, então, a identificação se romperá, então a raiz será cortada. E, desde que a raiz seja cortada, de vez que você descubra que você não é aquele que atua, tudo se modifica de repente. E a modificação É SÚBITA, NÃO HÁ GRADUAÇÃO NELA.
(...) No momento em que você corta a raiz da mente, a identificação, a SAMSARA, tomba com ela, todo o mundo se desmorona como um castelo de cartas. Basta uma pequena brisa de consciência, e toda a casa cai. De súbito, você está ali; não mais no mundo pois você transcendeu. Você pode viver da mesma maneira antiga, porque você já não é antigo. É um ser perfeitamente novo — isso é um renascimento. Os hindus o chamam DWIJ, duas vezes nascido. Um homem que a isso chegou é duas vezes nascido; a Iluminação é um segundo nascimento: o nascimento da alma. Isso é o que Jesus quer dizer quando fala em ressurreição. A ressurreição não é o renascimento do corpo, é um novo nascimento da consciência.
O S H O