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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

É preciso cessar o pensamento, para que haja compreensão.

PERGUNTA: Depreendo de vossas palestras que é preciso cessar o pensamento, para que haja compreensão. Que é esse pensar que precisa cessar? Que entendeis por pensar e pensamento?

            KRISHNAMURTI: Espero que estejais interessado nisso. Em verdade, deveis estar interessado, porque é isso o que estais fazendo. O único instrumento que possuímos é a mente, o pensamento: e que entendemos por pensar? Que entendemos por pensamento? Como surge ele? Qual a sua função? Investiguemo-lo juntos. Embora seja eu quem dá a resposta, pensai também, por favor, por maneira completa. Pensemos juntos.
            Que é pensamento? O pensamento é resultado do passado, não? O pensamento se funda na reação do passado, de ontem, de muitos, muitos dias que precederam. Não seríeis capaz de pensar se não fossem todos esses dias passados. Assim, pois, o pensamento é o resultado de reações condicionadas, que se implantaram na mente como o passado. A mente é resultado do passado. Isto é, o pensamento é a reação da memória. Se não tivésseis memória, não teríeis pensamentos. Se não tivésseis lembrança do caminho de vossa casa, não poderíeis ir para lá. O pensamento, pois, é a reação da memória. A memória é um processo, um resíduo de experiências, quer imediatas, quer passadas. O contacto, a sensação, e o desejo criam a experiência. Isto é, por meio do contacto, da sensação, do desejo, dá-se a experiência; essa experiência deixa um resíduo que chamamos memória, que será agradável ou desagradável, vantajoso ou desvantajoso. Desse resíduo provem uma reação, que chamamos pensar, reação essa condicionada por diferentes influências de ambientes, etc. Isto é, a mente — não apenas os níveis superficiais da consciência, mas o processo integral — é um resíduo do passado. Afinal de contas, vós e eu somos um resultado do passado. Todo o nosso processo consciente de viver, de pensar, de sentir, esta baseado no passado, e a maioria de nós vive nos níveis superiores consciência, ou seja, na mente superficial. Lá vivemos ativos, lá temos os nossos problemas, nossas inumeráveis disputas e questões de cada dia; e com isso damo-nos por satisfeitos. Mas, sem dúvida, o que se encontra na superfície, que se nos mostra, não representa o inteiro conteúdo da consciência. Para compreender todo o conteúdo da consciência, precisa a mente superficial ficar tranqüila, ainda por poucos segundos ou minutos. É então possível receber aquilo que é desconhecido.
            Pois bem, se o pensamento é apenas a reação do passado, é preciso então cessar o processo do pensamento, para dar lugar ao que é novo, não é verdade? Se o pensamento é resultado do tempo, como de fato é, para se ter então a revelação do atemporal, de algo que não conheceis, o processo do pensamento precisa parar, não é verdade? Para receber-se o que é novo é preciso que desapareça o que é velho. Se vedes um quadro moderno e não o compreendeis, não o podeis apreciar com o vosso preparo clássico; pelo menos por momentos deveis pô-lo de parte, a fim de compreenderdes o que é novo. Identicamente, se desejais compreender aquilo que é novo, eterno, então a mente, que é o instrumento do pensamento, o resíduo do passado, precisa cessar. E o processo de fazer cessar o pensamento — embora tal coisa possa parecer um tanto absurda — não resulta  da disciplina ou da chamada meditação. Trataremos mais tarde, nas semanas vindouras, da meditação correta, etc. Mas é fácil compreender-se que toda ação por parte da mente, no sentido de deter a si mesma, representa um processo de pensamento.
            Temos, pois, um problema muito sutil e muito difícil de examinar. Pois, não pode haver felicidade, não pode haver alegria nem êxtase, se não há renovação criadora; e essa renovação criadora não pode verificar-se se a mente vive a projetar-se, a si mesma no futuro, no amanhã, ou no segundo imediato. E porque ela está sempre a fazer isso, nós somos estéreis. Poderemos gerar filhos; mas, ser interiormente criador, ter aquele extraordinário sentimento de renovação, no qual há sempre o novo, o original, e ausência total da mente — tal sentimento de potência criadora não pode despertar quando a mente vive a projetar-se no amanhã. Esta a razão por que é importante compreender-se todo o processo do pensamento. Sem se compreender o processo do pensamento, todas as suas sutilezas, variações, profundezas, não podeis alcançar o que é novo, desconhecido. Podereis falar a respeito dele, mas é preciso deter o pensamento embora tal coisa pareça absurda. Para ter aquela renovação, aquela percepção do novo, aquele extraordinário sentimento de uma coisa nova, precisa a mente compreender a si mesma. Essa a razão por que tanto importa que haja um percebimento mais profundo e mais amplo de autoconhecimento.

Krishnamurti - Solução para os nossos conflitos
(Conferências, com perguntas e respostas, realizadas em Ojai, Califórnia,

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill