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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A importância dos retiros


Pergunta: Tendes estado em retiro nestes últimos dezesseis meses, e isto pela primeira vez em vossa vida. Podemos saber se há nisto alguma significação?

Krishnamurti: Não desejais, também, às vezes, recolher-vos à quietude, para fazer um balanço das coisas, a fim de não vos tornardes simples máquina de repetição, um discursador, um explicador, um expositor? Não desejais fazer isso, alguma vez, não desejais estar em tranqüilidade, não desejais conhecer-vos melhor? Alguns de vós o desejam, mas não o podem fazer por motivos econômicos. Há de haver dentre vós alguns que desejam fazê-lo, mas as obrigações de família, etc., os impedem. De qualquer maneira, é benéfico recolher-nos à tranqüilidade, para proceder a um balanço de todas as coisas que praticamos. Ao fazer isso, uma pessoa adquire experiências que não são reconhecidas, que não são traduzidas, O meu recolhimento, portanto, não tem significação nenhuma para vós. Sinto muito. Mas o vosso recolhimento, se o observardes corretamente, há de ter significação para vós. Julgo essencial que entreis, de vez em quando, em recolhimento, deixando tudo o que estais fazendo, detendo por completo as vossas crenças e experiências, e olhando-as de maneira nova, em vez de ficardes a repetir, como máquinas, o que credes ou o que não credes. Deixaríeis, assim, entrar ar fresco em vossas mentes, não é verdade? Isso significa que tendes de estar inseguros, não é verdade? Se fordes capazes de tanto, estareis abertos aos mistérios da natureza e para as coisas que sussurra ao redor de nós, e que de outra maneira não poderíeis alcançar; encontrareis o Deus que aguarda o momento de vir, a verdade que não pode ser chamada, mas vem por si mesma. Não estamos abertos ao amor e a outros processos mais delicados que se verificam dentro em nós, porque vivemos fechados em nossas ambições, em nossas realizações, em nossos desejos. Não há dúvida de que é muito salutar nos retrairmos de todas essas coisas. Deixai de ser membro de alguma sociedade deixai de ser brâmane, hindú, cristão ou muçulmano. Abandonai o vosso culto, os vossos ritos, retirai-vos completamente de tudo isso, e vereis o que acontecerá. Nesse retiro, não mergulheis noutra coisa qualquer, não abrais livro algum, absorvendo-vos em novos conhecimentos e novas aquisições. Rompei completamente com o passado, e vereis o que acontece. Fazei-o, senhores, e conhecereis o deleite. Descortinareis as imensidões do amor, da compreensão, da liberdade. Quando vosso coração está aberto, então é possível a vinda da realidade. E não mais ouvireis os sussurros dos vossos próprios preconceitos, os ruídos que vós mesmos produzis. Eis porque é salutar entrarmos em retiro, recolher-nos e fazer parar a rotina — não só a rotina da existência exterior, mas também a rotina que a mente estabelece para sua própria segurança e conveniência.

Experimentai-o, senhores, se tendes oportunidade para tal. Então, talvez conheçais a verdade que não pode ser medida. Vereis, que Deus não é uma coisa que se experimente e se reconheça, mas, sim, que Deus é algo que vem a nós sem que o invoquemos. Isso só se dá quando a vossa mente e o vosso coração estão completamente tranqüilos, não estão buscando, esquadrinhando, e quando não tendes nenhum desejo de aquisição. Deus só pode ser encontrado quando a mente não mais busca vantagem para si. Se nos retrairmos de todas essas coisas, talvez não ouçamos mais os sussurros do desejo, e, então, aquilo que está à espera, virá diretamente, infalivelmente.

Krishnamurti - 5 de janeiro de 1952 Do livro: Quando o Pensamento Cessa 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill