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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O caminho da iluminação através do ócio


É  a arte mais simples do mundo, ficar em silencio. Não é um fazer, é um não-fazer. Como isso pode ser difícil?...

Estou lhe mostrando o caminho da iluminação através do ócio. Nada tem de ser feito para atingi-la, porque ela é a natureza. Você a possui. A questão é que está tão ocupado com assuntos externos que não consegue ver a sua própria natureza.

Bem lá no fundo de você existe exatamente o mesmo que existe fora de você — a beleza, o silencio, o êxtase, a bem-aventurança. Mas, por favor, algumas vezes seja gentil consigo mesmo: simplesmente sente-se e não faça coisa alguma, física ou mentalmente. Relaxe, não de um modo americano...porque tenho visto muitos livros americanos intitulados Como relaxar. O próprio título demonstra que o homem não sabe nada sobre relaxamento. Não existe nenhum “como”.

Sim, tudo bem...Como consertar um carro...isso exigirá que você faça alguma coisa. Mas não há nenhum fazer no que diz respeito ao relaxamento. Simplesmente não faça coisa alguma. Sei que no inicio você achará um pouco difícil. Não porque o relaxamento seja difícil. Mas porque você está viciado em fazer alguma coisa. Levará um pouco de tempo para esse vício desaparecer.

Apenas seja, e observe. Ser é não-fazer, e observar também é não-fazer. Você se senta em silencio sem fazer coisa alguma, testemunhando o que esteja acontecendo. Os pensamentos passarão por sua mente; seu corpo pode sentir uma tensão em algum ponto, e talvez você tenha uma enxaqueca. Seja apenas uma testemunha. Não se identifique com isso. Observe, seja um observador nas colinas, quando tudo mais está acontecendo no vale. Essa é uma habilidade, não uma arte.

A meditação não é uma ciência, não é uma arte, é uma habilidade — apenas isso. Tudo o que você precisa é de um pouco de paciência.

Os velhos hábitos permanecerão; os pensamentos continuarão a passar velozmente. E a sua mente está sempre na hora do rush, o tráfego está sempre congestionado. Seu corpo não está acostumado a se sentar em silencio — você ficará se remexendo... Não há nada com o que se preocupar. Apenas observe que o corpo está inquieto, que a mente está girando, está cheia de pensamentos — consistentes, inconsistentes, inúteis —, fantasias, sonhos. Você permanece no centro, simplesmente observando.

Todas as religiões do mundo ensinaram as pessoas a fazerem alguma coisa: interrompa o processo do pensamento, force o corpo a ficar imóvel. A ioga é isso — um longo treinamento para forçar o corpo a ficar imóvel. Mas um corpo forçado não pode ficar sossegado. E todas as preces, concentrações e contemplações de todas as religiões fazem o mesmo com a mente: forçam-na, não permitem o fluxo dos pensamentos. Sim, você tem a capacidade de fazer isso. E, se persistir, conseguirá interromper o processo do pensamento. Mas essa não é a coisa verdadeira, é totalmente falsa.

Quando a imobilidade vem por conta própria, quando o silencio desce sem o seu esforço, quando você observa os pensamentos e chega um momento em que estes começam a desaparecer e o silencio começa a acontecer, isso é belo. Os pensamentos param por conta própria se você não se identificar, se permanecer como testemunha e não disser: “Esse é o meu pensamento”.

Você não diz:   Isso é ruim, isso é bom” , “Isso deveria estar aí...Isso não deveria esta aí.” Assim, você não seria um observador: você tem preconceitos, você tem certos posicionamentos. Um observador não tem preconceitos, não faz nenhum julgamento. Ele simplesmente vê como um espelho.

Quando você traz algo para diante de um espelho, ele o reflete; só reflete. Não há nenhum julgamento de que o homem é feio, de que o homem é bonito, como: “Ah! Que nariz bonito você tem!” O espelho não tem nada a dizer. Sua natureza é refletir; ele reflete. É isso que eu chamo de meditação: você simplesmente reflete tudo de dentro ou de fora.

E eu lhe garanto...posso garantir porque aconteceu comigo e com muitos do meu povo; apenas observe pacientemente — talvez se passar sem alguns dias, talvez alguns meses, talvez alguns anos. Não há como dizer, porque cada pessoa tem uma bagagem diferente.

Você deve ter visto pessoas colecionando antiguidades, selos...Todos têm uma coleção diferente; a quantidade pode ser diferente, por isso o tempo que leva será diferente —  mas continue a ser testemunha o máximo que puder. E essa meditação não precisa de um momento especial. Você pode lavar o chão e permanecer silenciosamente se observando lavar o chão.

Posso mover minha mão inconscientemente, sem observar, ou posso movê-la com plena consciência. E há uma diferença qualitativa. Quando você a move inconscientemente, isso é mecânico. Quando a move com consciência, existe graciosidade. Se até mesmo na mão, que é uma parte do seu corpo, você experimentará silêncio, tranqüilidade — o que dizer da mente?

Com seu contínuo observar, pouco a pouco o fluxo dos pensamentos começa a ficar cada vez menor. Momentos de silêncio começam a aparecer; um pensamento vem e, depois, há silêncio antes que apareça outro pensamento. Esses intervalos lhe darão o primeiro vislumbre da meditação e a primeira alegria por estar chegando em casa.

Osho


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill