Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Queremos escapar da dor da vida por meio da estupidez

Como somos insensíveis, como faltam as respostas ágeis e adequadas, como somos pouco livres para observar! Sem sensibilidade, como pode haver receptividade, um entendimento livre de esforço? O próprio esforço impede o entendimento. O entendimento vem com uma elevada sensibilidade, mas a sensibilidade não é uma coisa a ser cultivada. Aquilo que é cultivado é a pose, a aparência superficial, artificial; e esse revestimento não é sensibilidade, é um maneirismo, superficial ou profundo, de acordo com as influências. Sensibilidade não é um efeito cultural, resultado da influência; é o estado de estar vulnerável, aberto. O aberto é o implícito, o desconhecido, o imponderável. Mas somos cuidadosos para não sermos sensíveis; é doloroso demais, exige demais, requer constante ajuste, o que é consideração. Considerar é ser atento; mas nós preferimos ser consolados, anestesiados, tornados estúpidos. Os jornais, as revistas, os livros, por meio de nosso vício de leitura, imprimem sua marca embotadora; pois ler é uma fuga maravilhosa, como o álcool ou os rituais. Queremos escapar da dor da vida e a estupidez é o modo mais eficaz: o embotamento produzido pelas explicações, por seguir um líder ou um ideal, por ser identificado com alguma realização, algum rótulo ou característica. A maioria de nós quer ser tornada estúpida, o hábito é muito mais eficaz para anestesiar a mente. O hábito da disciplina, da prática, do esforço sustentado para ser algo — são modos respeitáveis de se tornar insensível.
“Mas o que se poderia fazer na vida sendo sensível? Nós todos murcharíamos e não haveria ação efetiva.”
O que os estúpidos e os insensíveis trazem para o mundo? Qual é o resultado de sua ação “efetiva”? Guerras, confusão interna e externa, crueldade e maior sofrimento para si mesmos e para o mundo. A ação do desatento leva à destruição, à insegurança física, à desintegração. Mas a sensibilidade não surge facilmente; ela é o entendimento do simples, o que é altamente complexo. Não é um processo de recolhimento, de atrofiamento, de isolamento. Atuar com sensibilidade é estar atento ao processo total do atuante.
“Entender o processo total de mim mesmo levará um longo tempo, e enquanto isso meus negócios serão arruinados e minha família morrerá de fome”.
Sua família não morrerá de fome; mesmo que você não tenha economizado dinheiro suficiente, é sempre possível providenciar para que eles sejam alimentados. Seus negócios, indubitavelmente, irão à ruína; mas a desintegração em outros níveis da existência já acontece. Você está preocupado somente com a desintegração externa, não quer ver ou saber o que se passa no interior de si mesmo. Você negligência o interior esperando construir no exterior; mas o interior está sempre superando o exterior. O exterior não pode durar sem a totalidade do interior; mas esta não é a sensação repetitiva da religião organizada nem o acúmulo de fatos chamado conhecimento. O caminho de todas essas buscas internas precisa ser entendido para o exterior sobreviver, para ser saudável. Não diga que você não tem tempo, pois você tem tempo suficiente; não é uma questão de falta de tempo, mas de negligência e falta de vontade. Você não tem riqueza interior, pois quer a gratificação das riquezas interiores, como já possui a das exteriores. Você não está em busca de recursos para alimentar a sua família, mas da satisfação de possuir. O homem que possui, seja propriedade ou conhecimento, nunca pode ser sensível, ele nunca pode ser vulnerável ou aberto. Possuir é se tornar estúpido, quer seja a posse da virtude ou dinheiro. Possuir uma pessoa é não perceber aquela pessoa; buscar e possuir a realidade é negá-la. Quando você tenta tornar-se virtuoso, não é mais virtuoso; sua busca da virtude é somente a obtenção da gratificação em um nível diferente. Gratificação não é virtude, mas virtude é liberdade.
Como o estúpido, o respeitável, o não virtuoso, pode ser livre? A liberdade da solidão não é o processo fechado do isolamento. Estar isolado na riqueza ou na pobreza, no conhecimento ou no sucesso, na ideia ou na virtude, é ser estúpido, insensível. O estúpido e o respeitável não podem estar em união; e quando o fazem, é com suas próprias projeções. Para estar é comunhão é preciso que haja sensibilidade, vulnerabilidade, a libertação ao tornar-se algo, que é a libertação do medo. O amor não é um tornar-se algo, um estado de “eu serei”. Aquilo que se está tornando não pode estar em comunhão, pois está sempre se isolando. O amor é o vulnerável; o amor é o aberto, o imponderável, o desconhecido.
Krishnamurti
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill