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sexta-feira, 1 de março de 2013

Diálogo sobre o observar da inquietação

IG: E ai?... Firmeza?

Out:  Na caminhada; sempre observando a mente e os sentimentos, isso é o que importa.

IG: É, aqui também!... Essa inquietação, cara... Minha mãe, amigos, o mundo...

Out:  Tudo bem! Apenas, olhe para a inquietação; apenas olhe;  não se identifique com ela; ela não tem poder sobre O QUE VOCÊ É, se isso que você "pensa ser", com ela não se identificar.

IG: Beleza...

Out: Olhe a inquietação, olhe a ansiedade, olhe o medo, olhe a raiva, olhe o que for que estiver se manifestando no momento presente e, nesse olhar, livre de qualquer forma de desejo, livre de qualquer forma de escolha, de ambição, perceba que toda inquietação acontece apenas quando estamos desatentos. Perceba que toda forma de inquietação acontece de forma automática, por hora digamos assim: acontecem no subsolo da mente, enquanto que, no "primeiro andar", sempre de modo mecânico, acelerado, distraído, nos mantemos em nossas atividades superficiais e corriqueiras. Percebe isso?... Percebe esse movimento interno ocorrendo no "subsolo da mente", sempre tentando criar identificação emocional, para que, através dela, a mente garanta seu alimento e continuidade?

IG: Sim, por vezes percebo sim, isso, quando estou atento.

Out: Sei que de início, não é fácil se deparar com esse tipo de observação "não reativa".

IG: Percebo algo lá no fundo...

Out: A mente é muito ligeira; costumo dizer que  funciona na velocidade do som, na velocidade da luz... Sempre criando projeções, monólogos, rancorosos ou temerosos discursos.

IG: É foda!

Out: Sempre criando situações imaginárias...

IG: É isso mesmo! É isso mesmo!... Sempre imaginando, criando...

Out: Mas deixe ela criar... Só a acompanhe com atenção....

IG: Ela viaja demais...

Out: Não a julgue, não a recrimine, apenas, constate, perceba suas falácias; perceba tudo, sem querer se afastar de nada daquilo que vê, do que nela ocorre... Apenas observe, da mesma maneira que observa um filme na TV... Vá assistindo... Não é preciso fazer mais nada; só é preciso ver...

IG: Compreendo...

Out: Só perceba...

IG: Entendi!

Out: Vá vendo como é tudo um movimento criado na ilusão do "tempo psicológico"...

IG: Sim, estou percebendo isso...

Out: Vá vendo como a mente cria o movimento na "ponte do tempo: passado-futuro", adulterando assim, a qualidade da única realidade que existe: o aqui e agora.

IG: Percebo isso; que foda!...

Out: A mente precisa dessa identificação gerada na ponte do tempo para garantir sua continuidade, para continuar seu enredante e conflituoso domínio.

IG: Isso ocorre quando a gente concorda com o pensamento; é ai que a mente cria mais força tornando muito difícil não se identificar com ela.

Out: Não há um concordar... Há uma hipnose letárgica, uma dormência letárgica; essa letargia cria a dispersão da energia. Quem em "sã consciência" concordaria com o que é ilusório?

IG: Sim, uma "sucção", digamos assim!

Out: Nessa "sucção",a mente ganha espaço e "entra", se apoderando do que somos; em resultado, cria toda forma de conflito e confusão, cria toda forma de reação e, nessa reação, mantém seu domínio ilusório (apesar e que, quando essa identificação ocorre, no momento, é factual). Percebe isso?

IG: Sim! Percebo que é real... Acontece de fato!...

Out: Perceber esse movimento, de momento a momento...

IG: A cada segundo, não é?

Out: Perceber como estamos viciados num modo desatento, e que, nessa desatenção, ocorrem as identificações com os conteúdos projetados pela mente  e, com isso, toda forma de conflito, toda forma de inquietação, as quais quase sempre nos forçam a reações que criam toda forma de auto-sabotagem... Auto-sabotagem não no sentido externo — se bem que isso também  ocorre, — mas a sabotagem no sentido de se dar continuidade à identificação ilusória com esse medroso e sempre defensivo "eu", "ego", "persona"... E, através dessa auto-sabotagem, não termos acesso a realidade que somos...

IG: Entendi... Temos que estar atentos, ao modo observador, certo? Tenho que "condicionar" essa atenção observadora, do condicionado a desatenção...

Out:  Não, não! Nada de condicionar... Estamos falando de retomada de consciência... Enquanto existir esse estado de desatenção, haverá a continuidade desse enredante e conflituoso movimento no tempo e, enquanto existir esse movimento, o "eu", o "ego", a "persona", continuará existindo, impedindo assim, a plena manifestação da vida, a plena manifestação da livre e criativa realidade que somos.

IG: Entendi...

Out: Percebo claramente que a observação atenta, vai impedindo a proliferação do tempo psicológico... Vai, digamos assim, centrando a energia anteriormente dispersa pela ilusória identificação com a infinidade de projeções criadas pela mente, as projeções com suas descabidas exigências, tanto de nós, como dos que estão ao nosso redor.

IG: Entendi...

Out: A observação atenta vai criando a percepção do falso e, com isso, nos centrando no que é verdadeiro. Percebo que aqui, é preciso muita energia; a energia da atenção, energia essa que precisa chegar em sua plenitude de atenção, caso contrário, a tensão permanece;  a tensão que é o próprio "eu". O "eu", o "ego", a "persona", sempre será tensa, sempre terá como base o medo; essa é a sua base, esse é o seu quartel-general; é sempre dual, por isso, sempre balança. O problema, é que balança mas não cai! É preciso que, pela observação, ocorra essa queda... Essa queda do ilusório... É preciso cai na real, cair no real...

IG:  Legal! É isso, cara!... Já estou até me sentindo diferente...

Out: Olhe para isso, não para se "sentir diferente", o que seria só mais uma espécie de fuga.

IG: Entendi...

Out: Olhe para chegar na compreensão plena disso que ai ocorre e que lhe mantém preso nessa modo de existir prisioneiro constante de múltiplas formas de inquietação.

IG:  Mas aconteceu!

Out: Ok! Entendo... Há o bem estar do centramento, isso é fato! Mas, fiz questão de colocar isso porque a mente é ligeira e pode fazer da arte de observar, apenas um instrumento de fuga, percebe?

IG:  Entendi... "Vale lembrar, que não é esperar por um resultado".

Out: Sim, se essa observação for somente um "instrumento de fuga" a mais, "aquele que foge", permanece existindo... Percebe?

IG:  Sim, é apenas observar, o resultado aparece. Apenas olhar sem pensar que isso é a solução.

Out:  De fato, a observação nos recentra naquilo que somos: consciência não reativa.

IG:  Olhar, sem porque, nem prá que...

Out: Isso, isso: sem motivo, sem desejo, sem ambição, sem qualquer expectativa de vir-a-ser.

IG:  Entendo!

Out: Apenas ver o que é... Compreender o que é... Compreender o falso que nos domina, a ilusão que nos domina e que pede sempre por mais e mais ilusão, por mais dependências...

IG: Entendo!

Out: Nessa observação, compreender o "modus operantis do fregues": sua necessidade de ser aceito, sua necessidade de ser amado, de ser querido, de ser respeitado, de ser validado, de ser algo, de sempre estar com a razão, de sempre ter que dar a última palavra, sua frenética necessidade de aprovação...

IG:  Sim!

Out: Pela observação sem escolhas, ver do que é constituída essa entidade que até então, "pensávamos ser" e, por isso, sempre reagindo de forma inconsciente e inconsequente às suas influencias ditatoriais... Ver como a mente funciona sem ser convidada, sempre no automático, sempre no "subsolo da mente"...

IG: Tudo isso, por causa da nossa ignorância condicionada, nosso habitual esquecimento do que já somos, não é?

Out: Vamos com calma: não sabemos o que somos! Só temos isso de forma intelectual; não é factual!

IG:  Sim! Mas somos algo; não sei o que mas já sou... entendo quando você diz factual... Entendo que é fato... Mas dar valor ao fato...ver o fato...lembrar do fato... isso tem que estar ativo...

Out: Se isso fosse factual, onde estaria a inquietude?

IG: Entendo!

Out:  No momento, penso que o que é preciso é tão somente aceitar o desafio do ato de "observar sem escolhas"... de "observar sem reservas"... O lance é, pela observação, sair da identificação ilusória com as inquietudes da mente, para o alcance repentino da compreensão pacifica da realidade que somos.
(...)
(...)
"Agora seu amigo está off-line. Talvez ele não tenha recebido sua mensagem."
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill