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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Descobrindo essa coisa estranha chamada Felicidade

O pensamento é uma coisa muito estranha, não? Sabem o que é o pensamento? O pensamento ou pensar é, para a maioria das pessoas, algo que foi coordenado pela mente, e cada um está pronto em se bater em defesa de seus próprios pensamentos. Mas, se realmente puderem escutar tudo — o marulhar da água à beira do rio, o canto dos pássaros, o choro de uma criança, os ralhos de sua mãe, as ameaças de um companheiro, as implicâncias de sua esposa ou marido — observaram que, então, ultrapassam as palavras, ultrapassam as meras explicações verbais que tanto atenazam o ser de vocês.

É muito importante ultrapassar a mera expressão verbal, porque, afinal de contas, o que é que todos nós desejamos? Jovens ou velhos, inexperientes ou amadurecidos, todos desejamos ser felizes, não é verdade? Como estudantes, desejamos ser felizes nas partidas que jogamos, nos estudos, na execução das pequenas coisas que gostamos de fazer. E, ao nos tornarmos mais velhos, buscamos a felicidade nas pessoas, no dinheiro, em sermos donos de uma bonita casa, de uma esposa ou marido compreensivo, de um bom emprego. Quando essas coisas deixam de nos satisfazer, passamos a outra coisa. Dizemos “Devo ser desapegado porque assim serei feliz”. Começamos, pois, a “praticar” o desapego. Abandonamos a família, as posses e nos retiramos do mundo. Ou ingressamos em alguma ordem religiosa e pensamos que seremos felizes se nos reunirmos para falar sobre fraternidade, se seguirmos um líder, um guru, um Mestre, um ideal, se acreditamos no que, essencialmente, é um meio de enganarmos a nós mesmos, uma ilusão, uma superstição.

Entendem o que estou dizendo?

Quando penteiam os cabelos, quando vestem roupas limpas e se adornam, tudo isso faz parte do desejo de vocês serem feliz, não? Quando passam nos exames e acrescentam algumas letras do alfabeto ao nome de vocês; quando obtém um emprego, adquirem uma casa e outros bens; quando se casam e tem filhos; quando ingressam numa sociedade religiosa, cujos guias alegam receber mensagens de Mestres invisíveis — atrás de tudo isso está aquela compulsão a encontrar a felicidade.

Mas, vejam, a felicidade não vem facilmente assim, pois a felicidade não se acha em nenhuma dessas coisas. Vocês podem experimentar prazer, encontrar uma nova satisfação, porém, mais cedo ou mais tarde, tudo se torna cansativo. Porque não há felicidade duradoura nas coisas que conhecemos. Ao beijo segue-se a lágrima, ao riso a aflição e a desolação. Tudo fenece e declina. Assim, enquanto estão jovens, devem começar a descobrir o que é essa coisa estranha chamada Felicidade. Esta é uma parte essencial da educação.

A felicidade não vem quando estão lutando para alcança-la. Eis o grande segredo — embora isso seja muito fácil de dizer. Eu posso dize-lo em poucas e simples palavras; mas, pelo simples fato de me escutarem e de repetirem o que ouvem, não serão felizes. A felicidade é uma coisa estranha: ela só vem quando não a buscam. Quando nenhum esforço estão fazendo para serem felizes, então, inesperadamente, misteriosamente, surge a felicidade, nascida da pureza, da beleza do viver pleno. Mas isso exige muita compreensão, e não que ingressem em alguma organização ou procurem se tonar alguém. A Verdade não é coisa conquistável. Surge quando a mente e coração de vocês foram depurados de todo impulso de luta, e já não estão tentando se tornar alguém; ela está presente quando a mente está muito quieta, escutando, num plano atemporal, tudo o que se passa. Vocês podem escutar estas palavras, mas, para haver felicidade, devem descobrir como libertar a mente de todo medo.

Enquanto tiverem medo de alguém ou de alguma coisa, não pode haver felicidade. Não haverá felicidade enquanto temerem seus pais, seus mestres, enquanto recearem não passar nos exames, não progredir, não poder se aproximar do Mestre, da Verdade, não merecer louvores, lisonjas. Mas se, realmente, nada temerem, verão então — acontecer de repente algo extraordinário: sem ser chamado, nem solicitado, nem procurado, aquilo a que se pode chamar Amor, Verdade, Felicidade, se manifesta subitamente.

Eis porque é tão importante que sejam educados corretamente enquanto estão jovens. O que atualmente chamamos de educação não é de modo nenhum educação, porque ninguém lhes fala dessas coisas. Seus mestres lhes preparam para passarem nos exames, mas não lhes falam sobre o viver. A maioria de nós consegue apenas subsistir, nos arrastar de alguma maneira pela vida e, por isso, a vida se torna uma coisa terrível. O viver realmente exige abundância de amor, de sensibilidade ao silêncio, grande simplicidade a par de abundante experiência. Requer uma mente capaz de pensar com toda a clareza, não tolhida pelo preconceito ou a superstição, pela esperança ou pelo medo. Tudo isso é a vida, e se vocês não estão sendo educados para viver, a educação de vocês é completamente sem significação. Podem aprender a serem muito asseados, a terem boas maneiras, e podem passar em todos os seus exames; mas, dar importância primária a essas coisas, enquanto toda a estrutura da sociedade está a se desfazer, é o mesmo que estar a limpar e a polir as unhas, com a casa pegando fogo. Vejam, ninguém lhes fala sobre nada disto, ninguém examina nada, junto com vocês. Assim como vocês passam dias sucessivos estudando certas matérias — Matemática, História, Geografia — vocês deveriam, também, passar uma boa parte do tempo falando sobre estes assuntos profundos, pois isso dá riqueza à vida.  

Krishnamurti — A Cultura e o Problema Humano

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill