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sábado, 24 de março de 2018

A natureza da exploração



A NATUREZA DA EXPLORAÇÃO

Interlocutor A: Toda a vida temos estado pensando em termos de causa, e temos operado sobre ela. Nossa vida inteira consiste em viver com a causa, encontrar a causa e tratar de controlar a causa. Ainda quando conhecemos a causa, não podemos operar sobre ela. Isto também é parte de nossa experiência. O Buda descobriu a causa do sofrimento e se libertou do sofrimento. Você disse que a causa é o efeito e o efeito é a causa, e também assinala que nesta causa e seu efeito, o tempo é inevitável. Ainda depois de escutar a você, o impacto da causa e a atividade da causa seguem sendo uma parte integrante de nosso pensar. Podemos investigar isto?

KRISHNAMURTI: O que significa “explorar”? Muito mais que o fato da exploração, qual é o estado da mente que explora? Você diz que toda ação tem uma causa e que a causa afeta a ação, e que sem compreender a causa, faça você o que fizer com a ação, isso será sempre limitado. Portanto, há que explorar a causa, compreender a causa e, como consequência, produzir uma mutação na ação. Eu não conheço a causa de minha ação. Podem haver causas óbvias e outras causas que a mente consciente é incapaz de descobrir. Eu posso ver as causas superficiais da ação, mas estas causas superficiais têm raízes muito profundas nos lugares recônditos do próprio ser.

Bem, agora, pode a mente consciente examinar não só o superficial, senão revelar o mais profundo? Pode a mente consciente examinar alguma vez as capas mais ocultas? E qual é o estado da mente que explora? Estas três perguntas são importantes. De outro modo, descobrir a causa não tem sentido algum.

R: Explora-se quando não conhece.

KRISHNAMURTI: Primeiro perguntamos qual é a qualidade da mente que está explorando. O que ela explora, o superficial ou as causas que se acham profundamente ocultas? Portanto, antes de iniciar a exploração, devo descobrir qual é o estado da mente que explora. Você diz que o Buda disse isto, que alguém disse aquilo, etc. Mas, qual é a condição da mente que tem a capacidade de explorar? Como é o “eu” que explora — é vesgo, míope, presbíope? Devo ver a qualidade da mente que olha o carpete antes que eu possa ver algo. É óbvio que essa mente deve ser livre. Você tem uma mente livre de toda conclusão? De outra maneira, não pode explorar.

A: Temos inconfessos postulados, e quando os vemos, nos desprendemos deles.

KRISHNAMURTI: O que você faz é análises. Você analisa passo a passo. Quando analisa, o que ocorre? Há o analisador e a coisa analisada. O analisador deve ter uma visão extremamente clara para analisar, e se esta análise é alguma maneira distorcida, não serve para nada. O processo analítico, intelectual, implica tempo. Enquanto você está indagando através da análise, através do tempo, se introduzem outros fatores que distorcem a causa. De modo que o método de análise é totalmente errôneo. Há que desistir pois da análise.

J: Estou confuso.

KRISHNAMURTI: Sim, que estamos confusos, é um fato. Não sabemos o que fazer, e então começamos a analisar.

A: O processo de análise é para nós algo concreto. Você disse que enquanto se opera sobre a causa, se introduz outros fatores. Significa isso que a análise do problema se torna inconsequente?

KRISHNAMURTI: Penso que todo o processo de análise é errôneo. Você se interessa nesta ação que vai se acumulando através de uma série de exames analíticos, de inferências analíticas nas quais está envolvido o tempo. Para quando encontro o que buscava, estou exausto, morto. É difícil analisar, examinar com a mente consciente, as capas ocultas. Por isso sinto que tudo este processo intelectual é incorreto. Isto que digo não implica de modo algum em falta de respeito.

A: Nós só dispomos de uma ferramenta — o intelecto —, como meio para examinar. O intelecto está capacitado para realiza um exame? O intelecto pode acumular, recordar, prever, analisar. Isso é só um fragmento. Portanto, o exame feito mediante um fragmento só pode produzir uma compreensão fragmentária. Que devemos fazer?

R: Eu não posso fazer nada.

KRISHNAMURTI: A análise não é o caminho.

A: Com qual instrumento exploramos? Nossa razão deve corroborar o que você disse.

J: Você chega até aqui por um caminho que não é o analítico. Vemos a lógica disso.

KRISHNAMURTI: Eu lhes digo que a análise não é o caminho para a compreensão. Dou-lhes as consequências lógicas utilizando a razão. Essas são somente explicações. Por que vocês não veem a verdade de que a análise não é o caminho?

A: Quando você disse: “eu examino e isto é assim”, isso é lógica pura.

KRISHNAMURTI: O que você tem feito é levantar uma conclusão por meio da lógica, mas não estamos falando de lógica. A lógica é que tem nos conduzido à análise. Há alguém que diz que sua lógica é falsa porque está baseada sobre o feito do intelecto, que é parcial. Portanto, o exame parcial, absolutamente, não é exame.

A: É uma análise parcial.

KRISHNAMURTI: É como dizer que se ama a sua esposa parcialmente.

A: O homem, em seu esforço por compreender o meio que o rodeia, a natureza, os fenômenos externos, desenvolveu certos instrumentos, e aqui nós também usamos os mesmos instrumentos. Mas eles não são adequados.

KRISHNAMURTI: Não são adequados. O processo de análise implica tempo e, portanto, tem que ser parcial. O parcial é um produto do intelecto, porque o intelecto é só uma parte da estrutura total.

A: Qual é o instrumento que explora quando se levanta o problema? No momento de levantar problema, temos voltado ao intelecto.

KRISHNAMURTI: Você começou dizendo que o intelecto é o único instrumento apto para o exame. Eu digo que o intelecto é parcial e que, portanto, seu exame será desproporcionado. Em consequência, carece de validade.

A: Está muito claro que o intelecto é parcial e não pode ver, mas por hábito é ele quem começa o trabalho.

KRISHNAMURTI: “A” começou falando de causa-efeito e efeito-causa, que são processos de análise. A análise implica tempo, e em uma análise assim está o analisado e o analisador, que deve estar livre de acumulações passadas, de outro modo, não pode analisar. Como não pode livrar-se do passado, a análise carece de validade. Eu digo que ao ver isso, o assunto está terminado. Portanto, olho para ver se há outro modo.

A: É a forma mais curta de resumi-lo; com lógica, se elimina a lógica.

KRISHNAMURTI: Vejo que a análise não é o caminho. Isso libera a mente de um processo totalmente falso. Desse modo a mente é muito mais vital. Como um homem que caminha levando uma pesada carga, e dela se desembaraça.

A: Mas conosco a carga regressa.

KRISHNAMURTI: No momento em que você percebe que algo é verdadeiro, como isso pode regressar? Quando você vê que uma serpente é perigosa, você não volta à serpente.

A: Nagarjuna disse: “Se você vê que o que estou dizendo é um conceito, você está acabado”.

J: Há algum outro modo?

A: Você disse algo. No momento em que você disse algo, o instrumento deixa de operar porque esse instrumento não vai dizer mais nada.

KRISHNAMURTI: Mas esse instrumento é muito agudo, muito claro; ele se abstém de qualquer ação parcial.

A: Está constantemente atento, pode operar.

KRISHNAMURTI: Não senhor, todo o processo analítico se encerrou.

A: Quando exploramos isto...

KRISHNAMURTI: Não, não estamos explorando. Estou lhe mostrando como explorar. O que você tem feito é utilizar o intelecto, o instrumento parcial, e pensa que essa é a resposta completa. Veja como a mente tem enganado a si mesma, como disse: “tenho analisado tudo isto”. Mas a mente não tem visto que isso é parcial e que, portanto, carece de validade. O intelecto mesmo tem se tornado ineficaz como instrumento apto para analisar. Então, o que ocorre?

A: Quando se chega a este ponto, começa a sentir a necessidade de sustentação, de ajuda, de algo em que possa se apoiar.

KRISHNAMURTI: O fato é que o intelecto é um instrumento incompleto, e não pode compreender um fator total, um movimento total, Em que consiste então o exame? Se o intelecto não pode explorar, qual é o instrumento que pode fazê-lo? O que dizem a respeito disto Sankara, Nagarjuna, Buda? Algum deles nega o intelecto?

A: Eles falam de explorar com ajuda da terra firme.

KRISHNAMURTI: Ou seja, que com vitalidade parcial, com energia parcial, há que explorar a energia total. Como pode ser? Por que eles têm dito isto?

R: O conceito do vedanta é que com o intelecto, não se pode ver. Mas se pode fazê-lo com o Eu ou Atman, que é da mesma natureza da percepção.

A: Como nossas mentes tem sido muito condicionadas, quando encontramos uma sustentação nos aferramos à ela.

KRISHNAMURTI: Tudo quanto temos descoberto é que a análise e o método intelectual são em absoluto a exploração. É como dizer: “penetrarei dentro do túnel, mas só com uma parte de mim”. Qual é a condição da mente se o intelecto não é o instrumento?

A: Quando se descarta por completo o intelecto, então a mente não contém nada que seja do passado.

KRISHNAMURTI: Quem é o que tem descartado o intelecto? Nesse caso, você está outra vez no princípio dualístico.

A: Vemos que o intelecto é parcial.

KRISHNAMURTI: Portanto, nos perguntamos: Qual é a condição da mente que pode explorar? — sendo a mente não só o intelecto, senão as células cerebrais, o biológico, o físico, os nervos, a coisa inteira, o total, o completo. Qual é a qualidade da mente  que pode explorar? Eu vejo que qualquer movimento parcial não é absolutamente ver, e em consequência tenho terminado com isso. Isso se acabou completamente. A mente se pergunta então qual é a natureza da percepção total.E é só uma percepção assim, total, a que pode examinar. E pode ser que ela não tenha necessidade de examinar, absolutamente, porque aquilo que há de ser examinado pertence ao campo parcial — divisão, análise, exploração. Então, pergunto: o que é a percepção total, qual é a qualidade da percepção total?

A: Um movimento, de qualquer tipo que for, não pode ser a percepção total.

KRISHNAMURTI: O que é a percepção total?

R: Parece como se não houvesse instrumento, porque o instrumento pertence sempre a alguma coisa.

KRISHNAMURTI: Qual é a dificuldade? Quando você olha para fora por uma janela e vê esses arbustos, como os olha? Geralmente pensa em algo e o mesmo tempo olha. Eu digo que tem que olhar, isso é tudo. Qual é a dificuldade? Nós nunca olhamos. Se eu olho uma pintura, olho. Não digo que este pintor é fulano de tal, que é melhor que algum outro; não uso a medida, não verbalizo. Acabamos de dizer que o olhar parcial não é, absolutamente, olhar; portanto, a mente terminou com o parcial, e desse modo, quando eu olho, olho realmente.

R: O elemento do hábito é muito forte.

KRISHNAMURTI: Em consequência, a mente que está presa no hábito não pode explorar. Temos que examinar, pois, a mente que está presa no hábito, e não a exploração. Temos que compreender o hábito. Esqueça a exploração, a causalidade, a análise. Esqueça tudo isso. Pode a mente compreender o hábito? Ataquemos esse problema.

A: Qualquer coisa que se vê com o intelecto é parcial.

KRISHNAMURTI: Veja a verdade disso, não a lógica disso. Você pode introduzir a lógica mais tarde. O que você pensa que é a porta, não é a porta. Você não se dirigirá para ela enquanto não a veja e esteja convencido. Mas você não a vê.

R: Que diferença há entre a percepção e o reconhecimento? Para nós a percepção existe só na forma de reconhecimento.

KRISHNAMURTI: Você reconhece a associação. O reconhecimento é parte do hábito de associar. Digo pois, que você pode examinar ou explorar com uma mente acostumada a funcionar no hábito. Portanto, investigue o mecanismo do hábito. Não averigue como examinar, senão investigue o que é esse hábito.

A: Os hábitos são sulcos.

KRISHNAMURTI: Como são formados os hábitos? Essa é a porta, vou passar por ela; por que então há de cair a mente no hábito? O que é o hábito? Como é que a mente cai dentro do hábito? Vou examiná-lo. Nós empregamos a análise, que é parcial, que não é a compreensão total. Apesar de sabermos que carece de validade, continuamos com ela. Por que a mente cai dentro do hábito? Será porque é o modo mais cômodo e fácil de funcionar? Levantar-se às seis, encostar-se às nuvens. Não há fricção, não tenho que pensar a respeito disso.

A: Eu olho uma árvore. Não tenho que pensar sobre ela. Não obstante, a mente diz que é uma árvore.

KRISHNAMURTI: Isso é um hábito. A mente cai em hábito porque é o modo mais fácil de viver, é fácil viver mecanicamente. No sexual e em outro aspecto a vida é fácil de viver dessa maneira. Assim posso viver uma vida sem empenhar-me em nada, sem mudar, porque nisso encontro completa segurança. No hábito não há nenhuma exame, não há busca, não há interrogações.

R: Eu vivo dentro do campo do hábito.

KRISHNAMURTI: Assim é que o hábito só pode funcionar dentro de um campo muito pequeno. Como um professor que é todo um experto em sua especialidade, mas que funciona em um campo muito pequeno: como um monge que opera dentro de uma cela muito pequena. A mente que deseja estar a salvo, em segurança, sem mudanças, uma mente assim vive dentro de padrões. Esse é um exame parcial que não liberta a mente dos padrões. O que deve então fazer?

A: Havendo visto isto, sabendo que a compreensão parcial não é compreensão, como há de libertar-se a mente de todos os seus hábitos?

KRISHNAMURTI: Vou mostrá-lo.

A: Nós temos examinado o hábito, mas a mente não tem se libertado dele.

KRISHNAMURTI: Você jamais voltará para a análise do hábito. Já não voltará a examinar as causas do hábito. Portanto, a mente está livre da carga da análise, que faz parte do hábito. Assim que você se livra disso.

R: Sim, sim...

KRISHNAMURTI: Não. Não só verbalmente. Isso deve morrer. O hábito não é somente sintomático, senão que é algo psicossomático. Quando temos examinado o hábito tal como o temos feito, isso está acabado.

A: Não estamos livres do hábito.

KRISHNAMURTI: Porque você segue insistindo em que a porta está aí. Quando começamos a dizer “eu sei”, há nisso certo sentimento de arrogância. Você não diz: “quero investigar”. O que é então a percepção total quando a mente está livre do hábito? O hábito implica conclusões, fórmulas, ideias, princípios... São todos hábitos. E o hábito é a essência do observador.

R: É tudo quanto nós conhecemos do “eu”.

KRISHNAMURTI: Para investigar isto, recorremos a um livro. É assim onde tem lugar o dano, o danos que as outras pessoas tem sancionado, os Sankaras, Budas, e todos os demais. “Eu prefiro a este”, “eu prefiro a este outro”, e assim sucessivamente. Não me desprenderei disso porque essa é minha vaidade. Você conhece a caricatura intitulada: “meu guru está mais iluminado do que o seu”. Isso é tudo o que há a respeito. Portanto, senhor, o que se necessita é de humildade. Eu não sei absolutamente nada e não vou repetir uma só palavra a respeito de qualquer coisa que não tenha descoberto por mim mesmo. Sei que esse não é o caminho. Não quero saber nada mais. Isso é tudo. A porta que eu pensava que era real, não é a porta. O que ocorre depois disso? Já não me movo nessa direção, senão que vou investigar.

Madrás, 7 de janeiro de 1971
Tradição e Revolução

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill