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sábado, 24 de março de 2018

O objeto, o conhecimento e a percepção


O OBJETO, O CONHECIMENTO E A PERCEPÇÃO

Interlocutor A: Penso que deveríamos investigar o problema da percepção e da beleza. Outro dia você disse que a tradição havia ignorado o campo da beleza. Nós temos necessidade de explorar isso.

KRISHNAMURTI: Qual é então o problema? O que é a beleza? Você entende em primeiro lugar a percepção, e depois a beleza? Certamente, não se trata de percepção e beleza, senão de percepção. Qual seria o modo tradicional de se abordar isto?

R: Uma fonte tradicional sustenta que a beleza é o sentimento de felicidade que advém quando se termina o desejo ou a sede de experiências.

KRISHNAMURTI:  Isto é uma teoria ou uma realidade?

R: Quem escreveu isso expressou o que sentia; depois de tudo, faz muito tempo que o escreveu e só restaram fragmentos de seus escritos.

A: Kalidasa disse que a experiência da beleza é nova a cada instante.

R: Tanto na Índia como na Grécia existia este sentimento de que as percepções essenciais são as percepções da verdade, bondade e beleza.

KRISHNAMURTI: Estamos considerando a beleza ou a percepção? Vamos discutir a percepção. Qual é o enfoque tradicional com relação à percepção?

R: Fala-se disso extensamente, e existem muitos pontos de vista contraditórios.

A: A percepção é “pratyaksham”; perceber é ver a natureza mesma das coisas, sua qualidade essencial.

KRISHNAMURTI: Ver a natureza das coisas é percepção, não é assim? Não falo do que se vê senão do ato de ver. Eles falam do ato de ver, e não do que é visto?

R: Eles falam do que é conhecimento válido e do que não é conhecimento válido.

KRISHNAMURTI: Uma coisa é ver e outra coisa é ver algo. De qual vocês estão falando? De ver per si, ou de ver algo?

A: Penso que falamos de ver. Eles se ocupam do perigo constante que implica o ver erroneamente.

KRISHNAMURTI: Não. Nós não estamos falando de ver corretamente ou incorretamente, senão do que é a percepção; não do que você vê — a cadeira, a corda, a serpente.

A: Há diferença entre o ver e o conhecer?

KRISHNAMURTI: A fome é em si mesma, não está relacionada com a comida. Você come porque tem fome, mas a natureza da fome é a fome. O que é para você o ver, o perceber? Não ver o objeto, senão a qualidade da mente que percebe. Ver o objeto com os olhos é uma coisa, ver com o conhecimento é outra. Eu me refiro ao ver em si mesmo. Existe um ver sem o conhecimento, sem o objeto? Eu vejo esse aparador. O vê-lo é com a palavra e com o conhecimento, estando a palavra associada com o aparador. Há um ver sem a imagem, sem o objeto? O ver o objeto através do conhecimento, da imagem, do símbolo, da palavra; e um ver sim o conhecimento e a imagem, sem o objeto...

A: O que é ver sem o objeto? Pode-se sem o conhecimento. Como você disse, há um aparador sem a imagem, mas ainda sabemos que isso é um aparador, o qual significa que é um objeto.

KRISHNAMURTI: Há o pequeno arbusto, e veja-o ou não, crescerá e se converterá em uma árvore. Isso é independente de meu ver. Posso chamá-lo manga e, portanto, relacioná-lo com a espécie “manga”; e a manga se desenvolverá ainda quando eu não o veja.

R: A existência disso não tem relação alguma com o ver...

A: O objeto existe sem nosso ver, mas uma percepção assim, pode existir sem o objeto?

KRISHNAMURTI: Essa árvore continuará existindo.

A: Na meditação budista, eles têm se referido ao céu quando falam da percepção sem o objeto. O céu é um objeto sem dúvida, não é um objeto.

KRISHNAMURTI: O significado que o dicionário dá para “percepção” é: tornar-se consciente de, aprender. Ou seja, que quando você vê o aparador, tem um conceito prévio dele; isso não é percepção. Existe um ver sem o preconceber? Só uma mente que não tem conclusões prévias pode ver. A outra não. Se eu tenho um conhecimento prévio do aparador, a mente o identifica como aparador. Olhar esse aparador sem a prévia acumulação de preconceitos ou cicatrizes psicológicas, é olhar. Se tenho feridas prévias, recordações de dor, prazer, desgosto, não posso ter olhado.

Existe um olhar sem o objeto, sem o conhecimento do objeto? Certamente que existe. Você pode olhar essa árvore sem o conhecimento da árvore, sem a imagem, o símbolo, etc.? Simplesmente olhar.

Uma pessoa veio me ver. Era um diretor de cinema. Contou que havia tomado LSD e que suas reações haviam sido gravadas em cinta magnética. Uma vez ingerida a droga, sentou-se em uma cadeira a aguardar o efeito. Nada ocorreu. Esperou e se moveu um pouco de sua direção. Imediatamente o espaço entre ele e o objeto desapareceu. Antes, o observador tinha espaço entre ele e a coisa que observava — que era uma flor. No momento em que desapareceu o espaço, aquilo não era a flor, era algo extraordinário. Esse foi o efeito da droga. Mas aqui se trata de algo diferente; o observador é possuidor do conhecimento, e é o conhecimento o que reconhece o aparador. O que vê o objeto é o observador.

Vejam em primeiro lugar o que ocorre. O observador com seu conhecimento, reconhece o aparador. O reconhecimento implica um conhecimento prévio; portanto, o observador é o conhecimento como passado. Agora perguntamos: existe a percepção sem o observador, que é conhecimento, o que, por sua vez é passado? A percepção por si mesma, não por algo ou com relação a algo.

R: Se não há conhecimento do passado, não há observador. Se não há observador, não há conhecimento do passado.

KRISHNAMURTI: Portanto, é possível ver sem o observador. Estou dizendo “possível”. A possibilidade se torna uma teoria, de modo que não podemos tratar com teorias, senão ver que o observador é o resíduo do passado e que por isso não pode ver. Só pode fazê-lo através do filtro do passado, por conseguinte, seu ver é parcial. Se há de haver percepção, o observador deve estar ausente. Isso é possível?

R: O que ocorre com um artista? É óbvio que ele percebe com uma percepção que não é a percepção comum que nós temos.

KRISHNAMURTI: Espere um momento. A percepção é intelectual?

R: Não, o intelecto é o passado.

KRISHNAMURTI: Portanto, não se trata do ver de um artista ou de quem não é um artista, senão de ver sem o passado. Esse realmente é o problema. O artista pode ver por um momento sem o passado, mas ele traduz isso, o interpreta.

R: É uma percepção momentânea.

KRISHNAMURTI: Existe um ato de percepção sem o observador? Ato significa ação instantânea, não uma ação contínua. A mesma palavra “ato” quer dizer “fazendo”; não, “tenho feito” ou “farei”.

Por conseguinte, a percepção é uma ação, não em termos de conhecimento; não a ação do ator com seu conhecimento. De modo que os profissionais não estão interessados na ação, não é verdade? Eles se preocupam com o conhecimento e a ação, correto?

R: Não o sei. Há alguns textos nos quais se têm dito que a percepção da beleza tem lugar no momento em que não existe tempo, o nome, a forma e o espaço.

KRISHNAMURTI: Não estamos falando da beleza. A percepção implica ação. Eu conheço a ação que existe quando atua o observador. O observador, havendo aprendido uma linguagem ou uma técnica particular, havendo adquirido conhecimentos, atua.

A: Percepção, significa contato direto entre o órgão dos sentidos e o objeto?

R: Os tradicionalistas falam da percepção imediata e não imediata. A percepção imediata tem lugar através do instrumento, de um intermediário, enquanto que a percepção não imediata não requer do órgão sensorial para ver. Talvez a percepção não imediata esteja mais próxima daquilo ao qual você se refere.

KRISHNAMURTI: Você vê que a percepção que resulta do conhecimento e a ação, é uma ação do passado. Isso é uma coisa. E a ação da percepção é outra coisa diferente.

A: A percepção é ação em si mesma; portanto, aí não há a intervenção do tempo.

KRISHNAMURTI: Chega a seu fim o intervalo de tempo entre a ação e o conhecimento — o conhecimento como observador. Isso que é conhecimento-ação está preso ao tempo, enquanto que o outro não o está. De modo que isto é claro. Que é então, a beleza na relação com a percepção?

R: É o fim do desejo de experiência. Isso é o que dizem os tradicionalistas.

KRISHNAMURTI: A visão da bondade, da beleza, do amor, da verdade... Descarte tudo isso. O que é então a beleza? O que é necessário para a percepção da beleza?

R: Não se trata de mera percepção, porque a percepção pode ser com respeito a tudo, inclusive ao que não é belo.

KRISHNAMURTI: Não introduza o feio. Percepção é ação, perceber é atuar, atenha-se a isso. Estamos falando da beleza; você levantou o que dizem os profissionais. Bem, agora, o que é a beleza? Esqueçamos o que os outros têm dito. Eu quero averiguar o que é a beleza. Dissemos que esse edifício é belo, que esse poema é belo, que essa mulher é bela. A beleza é assim o sentimento de certa qualidade — tornando-se a expressão o meio para reconhecer a beleza. Vejo um edifício e digo: “que maravilhoso!” De modo que reconhecemos a beleza através do objeto.

Existem diversas expressões da beleza. Por meio do objeto reconhecemos o que é a beleza. Agora descarte isso. A beleza não é expressão. A beleza não é o objeto belo. Então, o que é beleza? Ela se encontra no espectador? O espectador é o observador. O observador com seu conhecimento passado, reconhece algo como belo porque sua cultura lhe tem dito que isso é belo, sua cultura o condicionou.

A: A mulher que dá prazer é bela, e quando não dá prazer deixa de ser bela.

KRISHNAMURTI: Eu descarto a expressão, descarto o objeto criado e descarto o percebedor que vê a beleza no objeto. Descarto todas essas coisas. Qual é então a qualidade da mente que as descartou? Tenho descartado tudo o que o homem tem dito a respeito da beleza, porque vejo que ela não está em nada do que se tem dito. O que ocorreu coma  mente que tenha descartado ao pensamento, ao pensamento que já tenha criado o objeto? Qual é a condição da mente que tenha descartado todas as estruturas erguidas pelo homem que tem dito que isto é belo, que isto não é belo?

É óbvio que a mente se tornou muito sensível, porque antes levava uma carga e agora está mais esclarecida. Portanto, é sensível, está alerta, desperta.

R: Você disse que descartou o objeto e o pensamento que tem criado o objeto.

A: O pensamento é conhecimento.

KRISHNAMURTI: O pensamento é conhecimento, o qual tem se acumulado através da cultura que diz que isto é a beleza. O pensamento é a resposta da memória que tem criado o objeto. Tenho descartado tudo isso, a ideia da beleza como verdade, bondade, amor. A percepção disso é ação e a ação mesma é o descartar; não o “eu descarto”, senão o descartar. Portanto, agora a mente é livre. A liberdade não implica a liberdade de algo, senão liberdade. O que ocorre então? A mente é livre, altamente sensível; já não está mais carregada com o passado, o que significa que nessa mente não há, absolutamente, observador, não há um “eu” que observa, porque o “eu” que observa é um assunto muito mas muito limitado. O “eu” é o observador, o “eu” é o passado. Veja o que temos feito. Há o objeto, o conhecimento e a percepção; mediante o conhecimento reconhecemos o objeto. E os fazemos a seguinte pergunta: existe a percepção sem o conhecimento, sem o observador? É assim que descartamos a ambos: o objeto e o conhecimento; no perceber está a ação do descartar. 

E de novo perguntamos: o que é a beleza? Geralmente a beleza está associada com o objeto, o objeto criado pelo pensamento, pelo sentir, o pensar; e descartamos isso. Então, pergunto-me qual é a condição da mente que o tenha descartado. Ela é realmente livre. A liberdade implica uma mente sensível em alto grau. Na ação de descartar, a mente produziu sua própria sensibilidade, e isso significa que nessa atividade não existe um centro. Portanto, é uma sensibilidade sem tempo, sem um centro como observador; isto implica um estado em que a mente é intensamente apaixonada.

R: Quando desaparece o objeto e o conhecimento do objeto, não existe um foco.

KRISHNAMURTI: Não use a palavra “foco”. A mente, ao descartar o que “não é”, é uma mente livre. O ato de perceber o que “não é” liberou a mente, que agora é livre. Não livre de, não está livre do objeto, senão que ela é livre.

A: O ato de perceber esse conhecimento e o ato de descartá-lo, são instantâneos e simultâneos.

KRISHNAMURTI: Isso é liberdade. O ato de perceber tem produzido liberdade, não liberdade de algo.   Quando a mente é sensível não há um centro, nela não há um “eu”; o que há é o total abandono de si mesmo como observador. Então a mente está cheia de energia porque já não está presa na divisão da dor e o prazer, origem do sofrimento. É intensamente apaixonada, e é uma mente assim que pode ver o belo.

Eu vejo algo: vejo que o sofrimento é uma atividade parcial da energia. Vejo que é uma energia fragmentária. A energia é prazer, a energia é dor; ir ao escritório, aprender, implica energia. Os seres humanos têm dividido esta energia em fragmentos. Para eles, tudo é uma parte, um fragmento dos vários outros fragmentos da energia. Quando não há atividade do fragmento, existe uma concentração completa de toda a energia.

Odeio a alguém e amo a alguém. Ambas as coisas são energia, energia fragmentaria atirando em direções opostas, o qual engendra conflito. O sofrimento é uma forma de energia, um fragmento ao qual damos esse nome. É assim que todos nossos modos de viver estão fragmentados. Cada um está em guerra com o outro. Se existe um todo harmônico, essa energia é a paixão. A mente que é livre, sensível, a mente na qual o “eu” como passado, dissolveu-se completamente, é uma mente cheia de energia e paixão. Portanto, isso é beleza.

Mádras, 11 de janeiro de 1971
Tradição e Revolução
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill