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quinta-feira, 29 de março de 2018

Na percepção plena, o fim do sofrimento


Na percepção plena, o fim do sofrimento

O amor é desejo?

O ardor, a excitação, é um sinal de amor?

O amor pode existir quando há ambição, agressividade?

Pode haver amor quando um ser humano é ferido desde a infância, quando há sofrimento?

Ou por acaso, esse aroma, isso ao qual temos chamado de amor, existe apenas quando tudo isso acaba?

Tudo isso pode acabar?

Não intelectualmente, nos contentando com explicações adequadas ou com redução do sofrimento e o medo de uma questão científica de substâncias e comportamento químicos.

Como podemos matar outro, seja na guerra ou em uma explosão de violência, se houver amor?

Aparentemente, nós humanos somos prisioneiros na terrível tragédia do hábito, da tradição, da atividade de um cérebro atrofiado por causa de seu funcionamento mecânico.

Tanto nas igrejas do Ocidente como no mundo oriental nos apegamos às crenças, à fé, à constante repetição de infinitos e absurdos rituais, que são o produto do pensamento. E o pensamento é um processo material, como já explicamos e como alguns cientistas começam a aceitar.

A pergunta é: o sofrimento pode terminar? Não só o sofrimento pessoa, mas sim o a humanidade inteira.

Pois o sofrimento não é seu ou meu; é o sofrimento que cinco mil anos de guerra criaram;
o sofrimento pelo qual o ser humano continua se armando para a guerra; o sofrimento da divisão eterna entre os seres humanos: entre católicos e protestantes, hindus, budistas e muçulmanos; entre árabes e judeus, americanos e russos...

Esta divisão permanente é a causa de um terrível conflito mundial. No entanto, parece que não somos conscientes dele, que não nos percebemos do terrível perigo diante do qual nos encontramos; nos valemos de qualquer conhecimento, explicação ou diversão para evitá-lo.

Podemos, em vez de fugir, perceber com sensibilidade da sociedade que o ser humano tem
criado, ver que somos parte disso e que somos, portanto, absolutamente e totalmente responsáveis por tudo o que acontece no mundo?
Queremos descobrir se esse sofrimento que distorce o pensar pode terminar.

Por favor, tenham a bondade de levantar esta pergunta; não porque quem lhes fala, peça que o façam, mas porque é seu sofrimento, o sofrimento da humanidade e não há palavra, explicação nem fuga capaz de acabar com ele: é preciso enfrentá-lo. Ou se o olha de lado, superficialmente, com impaciência, tentando transcendê-lo, isto é, não encara diretamente, ou se está completamente com o que é, sem que nenhum pensamento interfira e distorça a realidade do sofrimento.

O Sofrimento é por um lado autopiedade, tortura autoimposta, abnegação e, por outro lado, as várias atividades do "eu", que tenta satisfazer seus desejos, e o consegue ou fracassa.

Tudo isso, e mais, faz parte do sofrimento.

Você pode olhar diretamente, estar em contato completo com isso?

Esse contato total só é possível se não houver divisão entre você e isso ao que chama de sofrimento.

Você não está separado do sofrimento; sem dúvida, como observador você acredita que está, e para remediar esse sofrimento, tenta escapar, reprimindo-o, analisando-o, ignorando-o, transcendendo-o, pondo-lhe um fim, o que acentua a divisão.

Assim nós temos vivido tradicionalmente; mas o fato é que você está sofrendo, não que você está separado dele: quando você fica com raiva, a raiva não é diferente de você; Quando é violento, você não é diferente da violência.

As figuras religiosas e símbolos que você tem criado fazem parte de você; embora os adore
como se estivessem separados, é o ser humano quem os criou com a mão ou com a mente.

E como essa divisão só gera conflito, deve-se observá-la; observar em primeiro lugar que essa divisão existe, que essa é a tradição.

De acordo com isso, fomos ensinados que o "eu" é separado do sofrimento, da dor, da ansiedade, de medo e até do prazer; nós fomos condicionados a pensar assim de meninos e para quebrar esse condicionamento e, assim, acabar com o conflito, tem que se observar, tem que se estar em contato com esse sofrimento, com esse medo e com esses desejos, eliminando completamente a sensação de que há observador que olha para dentro a partir de fora.

Como em todas as relações entre os seres humanos, o pensamento tem criado uma divisão.

Se você observar seu relacionamento com outro, por mais íntimo que seja, você verá que há uma separação óbvia entre vocês e esta separação, seja nos relacionamentos íntimos, nacionais ou internacionais, necessariamente gerará conflito; essa é a lei.

É por isso que, onde estamos há conflito em todos os nossos relacionamentos.

Então, existe a possibilidade de ser um com o sofrimento, sem qualquer divisão, sem a menor tentativa de superá-lo ou explicá-lo?

Pois nesse contato completo com o sofrimento, a atenção é total, toda a energia é colocada nisso, e é essa energia que age e põe fim ao sofrimento.

Ojai, sexta palestra pública,
17 de maio de 1981
A Atenção e a Liberdade Interior
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill