terça-feira, 13 de agosto de 2013
A regeneração está no despertar da inteligência
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Pode o pensamento por fim a si mesmo?
Sobre o despertar da inteligência
Despertando a inteligência integral
Pergunta: Você tem condenado a disciplina como meio de aperfeiçoamento, espiritual ou de outra natureza. Como se pode realizar qualquer coisa na vida, sem disciplina, ou pelo menos sem autodisciplina?
terça-feira, 9 de julho de 2013
Pode a mente rude se tornar sensível?
Por que os mais velhos deixam de ser inteligentes?
Krishnamurti — A Cultura e o Problema Humano
terça-feira, 9 de abril de 2013
Por que vive o homem em constante sofrimento?
O sofrimento não é meramente um choque aplicado á mente para despertá-la de sua própria insuficiência? O reconhecimento dessa insuficiência cria aquilo que chamamos tristeza. Suponham que vocês vem confiando em seu filho, marido ou esposa para satisfazer esta insuficiência; desta falta de plenitude, por motivo da perda dessa pessoa a quem amavam, é criada a consciência plena dessa vacuidade, desse vazio; e dessa vacuidade advém a tristeza e vocês dizem: "eu perdi alguém".
Assim, em virtude da morte, dá-se, em primeiro lugar, a plena consciência da vacuidade que vocês cuidadosamente tem evitado. Daí, onde houver dependência, sentimento de vazio, de insuficiência, há portanto, tristeza e dor. Nós não queremos reconhecer isto; não vemos que está é a causa fundamental de tudo isto. E assim, começamos a dizer: "perdi, o meu amigo, meu marido, minha esposa, meu filho. Como superar esta perda?" Como vencerei a tristeza?"
Todo este vencer e superar não é mais do que substituição. Nele não há entendimento e, portanto, só pode haver mais sofrimento, embora momentaneamente encontrem uma substituição, que lhes faça a mente afundar num completo sono. Se não buscarem superar, vencer o sofrimento, então vocês se voltam para as sessões espíritas, para o médiuns ou buscam por abrigo na prova cientifica de que a vida continua após a morte.
Assim, vocês começam a descobrir vários tipos de fuga e de substituição, que momentaneamente lhes aliviam do sofrimento. Ao passo que se tivesse lugar — a cessação desse desejo de vencer e se realmente existisse o desejo de compreender, de averiguar, fundamentalmente, o que causa dor e tristeza, então vocês descobririam que, enquanto houver solidão, sensação de vacuidade, de insuficiência, em, em sua expressão externa, representam dependência, tem de haver dor. E não lhes é possível preencher esta insuficiência, pelo domínio dos obstáculos, por meio de substituições, fugindo ou acumulando, que nada mais é do que esperteza da mente engolfada na conquista do lucro.
O sofrimento é apenas essa alta, intensa claridade do pensamento e emoção, que lhes força a reconhecer as coisas tais como são. Isto, porém, não implica aceitação, resignação.
Quando vocês, no espelho da verdade, veem as coisas tais como são, o que é inteligência, há alegria, há êxtase; nisso não há dualidade, nem sentimento de perda, nem divisão.
Eu lhes afirmo que isto não é teoria. Se refletirem sobre o que estou agora dizendo, verão como a memória cria uma dependência, cada vez maior, o contínuo retrocesso a um acontecimento emocional, para dele extrair uma reação, a qual impede a plena expressão da inteligência no presente.
(...)
Precisamos compreender as causas fundamentais da luta e do sofrimento e, então, a nossa ação, inevitavelmente, trará uma completa mudança.Todo o nosso interesse deveria orientar-se, não no sentido de resolver qualquer problema particular, não em direção a qualquer fim determinado ou objetivo definido, porém, na direção do entendimento da vida como um todo, integro. Para fazer isto, as limitações que foram opostas à mente e que estropiam o pensamento e ação têm de ser discernidas e dissipadas. Se o pensamento estiver, realmente, livre dos inúmeros empecilho que lhe impusemos em nossa busca de segurança, então, defrontaremos a vida como um todo e nisto se encontra grande felicidade. A mente cria a autoridade, e torna-se sua escrava, e daí a ação impedida constantemente, mutilada, sendo isso a causa do sofrimento. Se observarem o pensamento de vocês, verão como ele está aprisionado entre o passado e o futuro. O pensamento está continuamente bitolando-se, guiando-se pelo passado e ajustando-se ao futuro; a ação torna-se assim incompleta no presente, o que cria em nossas mentes a ideia do não preenchimento, de onde surge o temor da morte, a cogitação do além e as muitas limitações nascidas do ser incompleto.
(...)
Há muitas espécies de sofrimento, e se começarem a discernir a sua causa, perceberão que o sofrimento deve coexistir com a exigência, por parte de cada indivíduo, de se sentir seguro, seja financeiramente, seja espiritualmente, ou ainda nas relações humanas. Onde houver busca de segurança grosseira, ou sutil que seja, tem de haver medo, exploração e tristeza.
(...)
Como a maioria dentre nós está sendo adestrada, ou já o foi, para se torcer e se adaptar a um molde particular, não podemos ver a formidável importância, que há em considerar os múltiplos problemas humanos como um todo, sem dividi-los em várias categorias. E dado o fato de termos sido adestrados e torcidos, temos de nos libertar do molde imposto e reconsiderar, agir de novo, a fim de compreendermos a vida em conjunto. Isto exige que cada indivíduo, por meio do sofrimento, se liberte do medo.
Visto que haja múltiplas formas de medo, o medo social, o econômico e o religioso, no entanto, só há uma causa para ele, que é a busca de segurança. Quando, individualmente, destruirmos as paredes e as fórmulas que a mente criou para proteger a si mesma, por esse modo produzindo o medo, então se manifestará a verdadeira inteligência, que trará ordem e felicidade a este mundo de caos e sofrimento.
Aquilo que vocês são forçados a fazer, por meio do sofrimento, pode ser feito naturalmente, graciosamente.
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Quem têm medo não pode ser inteligente
Inteligência e conflito não podem existir
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Na consciência limitada, o "eu", encontra-se a fonte do medo
Despertando em si mesmo a verdadeira inteligência
Ora, para criar um movimento verdadeiramente coletivo, é preciso que se dê o despertar do indivíduo. Eu me preocupo com esse despertar. Se cada indivíduo despertar em si mesmo essa verdadeira inteligência, então produzirá o bem estar coletivo, sem exploração nem crueldade. Enquanto a plenitude inteligente do indivíduo estiver impedida, tem de haver caos, tristeza e crueldade.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Descobrindo a causa fundamental do medo
Krishnamurti — O medo – 1946 — Coletânea ICK
Onde há medo não pode haver inteligência
E como é criada esta continua compulsão, a qual se tornou o instrumento, o penetrante instrumento do medo? A memória nubla a mente, e a mente nublada, é o resultado da falta de entendimento do ambiente, que cria conflito, e a memória torna-se consciência de si própria. Esta mente, nublada, limitada e confinada pela memória, busca a perpetuação do resultado do ambiente, que é o "eu"; assim, na perpetuação do "eu", a mente busca ajustamento, a alteração ou modificação do ambiente, seu crescimento e expansão. Como sabem, a mente está continuamente buscando o ajustamento ao ambiente; porém, este ajustamento não produz entendimento, nem podemos verificar o significado desse ambiente pela tentativa de modificar ou expandir esse ambiente. Porque a mente busca, continuamente, sua proteção, ela, nublada pela memória, tornou-se confusa, identificada com a própria consciência — essa consciência que deseja perpetuar-se; por conseguinte, ela se esforça por alterar, ajustar, modificar o ambiente ou, em outras palavras, a mente procura tornar o "eu" imortal, universal e cósmico, como julga ser possível.
Estas restrições impostas ao indivíduo, às quais ele chama ambiente externo, tem como seus expoentes os charlatões e exploradores na religião, na moralidade popular, e na vida política do homem. Explorador é o indivíduo que se utiliza de vocês, consciente ou inconsciente, e vocês se submetem consciente ou inconscientemente, porque não compreendem; se tornam econômica, social, política e religiosamente, o explorado, e ele se torna o explorador de vocês. Assim, por esta maneira, a vida torna-se uma escola, um molde, um molde de aço em que o indivíduo é batido para tomar forma, em que ele se torna mero dente da engrenagem de uma máquina, irrefletido e rigidamente limitado. A vida torna-se uma luta, uma batalha contínua, e assim ele estabeleceu essa falsa ideia de que a vida é uma série de lições a serem aprendidas, a serem adquiridas, de modo que ele possa, previamente, ser advertido para defrontar a vida amanhã, novamente, porém, com suas ideias preconcebidas. A vida torna-se meramente uma escola, não uma coisa a ser vivida, a ser gozada, a ser vivida com êxtase, plenamente, sem medo.
Por favor, como disse, vocês estão aqui para descobrir, para criticar, não para se oporem. Podem se oporem, depois que tiverem refletido muito cuidadosamente sobre o que lhes digo. Podem levantar barreiras, se assim o desejarem, mas, primeiro, averiguem plenamente o que eu quero lhes transmitir, e, para o fazerem, necessitam de ser supercríticos, apercebidos, inteligentes.
A maioria das pessoas — as pessoas pretensamente espirituais — rejeitaram a força externa do ambiente e a sua influência, porém, desenvolveram uma lei interna, um padrão interno, uma disciplina interna, a que chamam trazer o eu superior para o eu inferior; isto, em outras palavras, é mera substituição. Existe, assim, a própria disciplina. Há, depois, aquilo que denominam de voz interior, cujo poder e controle é, sem dúvida, muito maior do que o ambiente externo. Qual é, porém, finalmente, a diferença entre um e outro, entre o externo e o interno? Ambos controlam, pervertem a mente, que é a inteligência, pelo desejo de perpetuação de si mesma. E vocês têm também aquilo que chamam de intuição, que é apenas a apelação, sem travas, de suas próprias esperanças e desejos secretos. Assim, vocês completaram o mundo interno, aquilo que chamam de mundo interior, com tudo isto — disciplina de si próprio, voz interna e intuição. Tudo isto, se refletirem são formas sutis desse mesmo conflito, levadas para um mundo diferente em que não há entendimento, mas apenas uma padronização, um ajustamento a um ambiente mais sutil a que vocês denominam mais espiritual.
Como sabem, algumas pessoas buscaram e encontraram, no mundo exterior, distinções sociais e, igualmente, as pessoas denominadas espirituais, buscam apenas nesse mundo interno, e geralmente encontram, seus pares e superiores espirituais; e, assim como há conflito entre os indivíduos no exterior, também é criado um conflito espiritual no mundo interno, entre os ideais, as expansões e suas próprias ansiedades. Vejam, pois, o que foi criado.
No mundo externo não há expressão para a mente nublada pela memória, para esse "eu"-consciência não há expressão, porque o ambiente é demais forte, poderoso e esmagador; nele, ou vocês se adaptam ao molde ou, se não o fizerem, são esmagados. Assim, vocês desenvolvem uma forma interna, ou mais sutil, de ambiente, em que tem lugar exatamente o mesmo processo. Este ambiente por vocês criado é uma fuga do ambiente externo, e nele vocês também têm padrões de leis morais, instituições, o eu superior, a voz interna, e a isso constantemente se ajustam. Isto é um fato.
Em essência, estas restrições, denominadas internas e externas, nascem do desejo e, por isso, existe o medo; do medo surge a repressão, a compulsão, a influência, e o desejo de poder, que são apenas expressões exteriores do medo. Onde há medo não pode haver inteligência, e enquanto não compreendermos isto, deve haver na vida essa divisão em interna e externa e, portanto, as nossas ações têm de ser sempre influenciadas e compelidas pelo externo, e, portanto pelo falso, ou pelo interno, que é igualmente falso, porque também no interno vocês estão procurando apenas se ajustarem a determinados outros padrões.
O medo é criado, quando o falso busca a perpetuação de si próprio no falso ambiente. E, assim, o que acontece à nossa ação, que é a nossa conduta diária, ao nosso pensamento e emoção, o que acontece a tudo isto?
A mente e o coração amoldam-se ao ambiente, ao ambiente externo, porém, quando verificam que não podem, por tornar-se a compulsão demasiadamente forte, então voltam-se para um estado interno, em que a mente e o coração buscam perfeita tranquilidade e satisfação. Ou, então, saciaram-se completamente pelas conquistas sociais, econômicas, políticas e religiosas e depois voltam-se para o interno e ali também desejam ter sucesso, bom êxito, triunfo, e, para o atingir, devem sempre ter em vista uma culminância, um objetivo que se torna apenas um estado, ao qual a mente e o coração estão continuamente se ajustando.
Assim, neste ínterim, o que é que acontece aos nossos sentimentos, às nossas emoções, aos nossos pensamentos, ao nosso amor, à nossa razão? O que acontece, quando vocês estão meramente se ajustando, quando simplesmente estão se modificando, alterando? O que acontece a qualquer coisa, por exemplo a uma casa cujas paredes vocês decoram, embora seus alicerces estejam deteriorados? De modo idêntico, nossos pensamentos e emoções estão meramente tomando forma, alterando-se, modificando-se segundo um padrão, seja ele externo ou interno; ou de acordo com uma compulsão externa ou de uma direção interna. Assim, pois, as nossas ações estão sendo grandemente limitadas pela influência, em que todo o raciocínio se torna apenas a imitação de um modelo, um ajustamento a certa condição, e o amor torna-se apenas outra forma de medo. Toda a nossa vida — afinal a nossa vida são os nossos pensamentos, as nossas emoções, as nossas alegrias e dores — toda a nossa vida permanece incompleta, todo nosso processo de pensar ou de expressão dessa vida, é meramente ajustamento, uma modificação, jamais um preenchimento, uma plenitude. E daí surge problema após problema, o ajuste ao ambiente que deve estar, constantemente, mudando, e a conformidade com padrões, que também devem variar. Assim, vocês prosseguem nesta batalha a que chamam evolução, no crescimento do eu, na expansão dessa consciência que é apenas memória. Vocês inventaram palavras para apaziguar suas mentes, porém, continuam nessa luta.
Ora, se ponderarem, realmente, sobre isto, se reconhecerem tudo isto, e sem o desejo de alterar, sem o desejo de modificar, se tornarem apercebidos desse ambiente exterior, destas circunstâncias, destas condições, e também do mundo interno em que existem as mesmas condições, os mesmos ambientes que apenas denominaram por nomes mais sutis e mais bonitos; se realmente se aperceberem de tudo isto, então começarão a compreender o verdadeiro significado do externo e do interno; então surgirá uma percepção imediata, a libertação da vida, a mente torna-se, depois, inteligência e pode funcionar com naturalidade e de modo criador, sem esta constante luta. Então, a mente — a inteligência — reconhece os obstáculos, e porque os compreende, ela penetra-os; não há mais ajustamento, não há modificação, há somente entendimento. Por esta razão, a inteligência não depende do externo ou do interno, e nesse percebimento não há desejo, não há ansiedade, mas apenas a percepção do que é verdadeiro. Para perceber o que é verdadeiro não pode haver desejo.
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)
"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)
"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)
Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...
Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.
David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.
K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)
A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)