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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Inteligência e conflito não podem existir

O conflito só pode existir entre duas coisas falsas; o conflito não pode existir entre a verdade e aquilo que é falso.
(...)
Para mim, o conflito é o fluir interrompido da ação espontânea do pensamento e sentimento harmoniosos. Quando o pensamento e a emoção estão desarmonizados, há conflito na ação; isto é, quando a mente e o coração estão em um estado de discórdia, criam um empecilho à expressão da ação harmoniosa e daí vem o conflito.

Tal empecilho à ação harmoniosa é causado pelo desejo de fugir à experiência completa da vida, pelo encarar a vida sempre com o peso da tradição — seja ela religiosa, política ou social.

Esta incapacidade de fazer face à experiência em sua totalidade cria o conflito e o desejo de fugir dele.
(...)
O conflito humano, sua dor e sofrimento, residem entre duas coisas falsas, entre aquilo que o homem considerar essencial e não essencial.

Enquanto não compreendermos o mérito do ambiente que cria o indivíduo que contra ele combate, tem de haver luta, tem de haver conflito, tem de haver sempre crescente refreio e limitação. Portanto, a ação cria barreiras interiores.

E a mente e coração — que para mim são o mesmo, eu as divido apenas para conveniência de linguagem — estão tolhidos e anuviados pela memória, e a memória é o resultado oriundo da busca de segurança, é a resultante do ajustamento ao ambiente, e essa memória está continuamente anuviando a mente, isto é, a própria inteligência. Esta memória cria a falta de entendimento; essa memória cria o conflito entre a mente e o ambiente. Se vocês, porém, puderem se acercar do ambiente renovado e não oprimido pela memória do passado que nada mais é que um cuidadoso ajustamento e, portanto, meramente uma advertência; se forem essa inteligência, essa mente que continuamente está renovando a si mesma, não se ajustando, se modificando, segundo uma condição, porém fazendo frente renovadamente, semelhante ao sol de uma fresca manhã ou às estrelas da tarde, então, nessa frescura, nesse estado de alerta, advém a compreensão de todas as coisas. Portanto, o conflito cessa por completo, pois que a inteligência e conflito não podem existir. A desarmonia cessa quando a inteligência está funcionando em sua plenitude.
(...)
Vocês se esforçam para buscar a realidade última, a qual chamam de Deus, Verdade ou Vida, através das névoas dos seus desejos, lutas e ilusões, e, com ideais preconcebidos, relativos a esta realidade, tentam viver todos os seus dias na sombra dessa imagem. Ora, para mim, esta maneira de viver, é falsa, pois que onde há conflito, luta e sofrimento, não pode haver compreensão da verdade. É somente por meio da completa cessação da luta, do esforço, da tristeza, que advém o entendimento dessa viva realidade.
(...)
O homem que se acha livre do medo, posto que se submeta às coisas externas, permanece isento da influência delas, livre em seu pensamento e puro em seu coração.

Tal homem gozará da harmonia interna e, por isso, compreenderá a verdade.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill