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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Qual a diferença entre o selvagem e o homem civilizado?

Qual a diferença entre o selvagem e o homem civilizado? O selvagem — e uso a expressão em seu sentido literal — pinta o seu corpo, orna-se de penas e contas e usa outros métodos molestos para se adornar externamente. O homem aparentemente civilizado, tem as complicações da beleza interior; tem suas penas mentais, suas pinturas emocionais; suas inúmeras contas doutrinais. O homem civilizado do mundo, poderá não adornar o seu corpo à maneira bárbara do selvagem; somente não o mostra exteriormente. Mas o homem verdadeiramente está pra além de todos os adornos, para além de todas as complicações, e, para sua beleza, não depende de coisas externas, porque alcançou a simplicidade da vida.

Por homem civilizado não entendo o homem que haja dominado o maquinismo da vida moderna.

A civilização é o resultado dessa cultura que constitui a expressão destrutiva da percepção individual da verdade.

Um homem civilizado, antes de mais nada, nada deve pedir para si mesmo, seja de quem for e nada deve querer para si mesmo. Este é o primeiro requisito de acordo com o meu ponto de vista, para um homem civilizado, um homem culto. Se, portanto, nada deve pedir de outrem, isto significa que ele é um padrão para si próprio, uma luz para si mesmo, e, portanto, não lançará sombras no caminho de outrem.

Não se acha limitado pelo medo, ou pela autoridade externa, pelo temor de um deus desconhecido, por superstição, por tradições, pois, desde o momento em que o homem confie em outrem, a sua percepção da verdade diminuirá.

Portanto, ele deve ser guiado pela intuição, que é o ápice da inteligência — por inteligência entendo a ação completa no presente, a ausência de toda a experiência e desta vem a intuição. E, se quiserem despertar essa intuição que necessariamente, deve ser o único guia e influência única, devem conservar entusiasticamente desperta a inteligência de vocês. Daí, um homem civilizado, um homem culto, deve ser tolerante, deve ser capaz de discernir qualquer assunto imparcialmente, sem preconceitos, deve ser despido de travas, capaz de exame crítico de algo novo, antes de rejeitá-lo ou descartá-lo. A maioria das pessoas no mundo são dominadas pelo medo, medo do desconhecido, medo da superstição, medo do preconceito, medo dos desejos, medo dos deuses, medo das crenças, dos sistemas, das filosofias. Um homem civilizado ou culto não deve ter medo, pois eu afirmo que o homem verdadeiramente culto, no sentido próprio do termo, que estou usando, é a forma mais elevada de conquista espiritual. Tal homem verdadeiramente conseguiu; tal homem, na verdade, recebeu em seu coração, as águas da vida. E assim, como as águas vagueiam, assim vagueia ele no mundo, nada desejando, nada temendo, nada querendo para si mesmo. E só se pode chegar a isto, se se tiver por meta como árbitro final, como final autoridade.

Tal homem é simples, é puro. É lúcido e calmo como a montanha pela manhã, pois chegou ao ponto onde está absolutamente livre de toda a experiência, por ter passado através de todas elas. Tal homem preencheu a sua vida, pois deixou a vida pintar o quadro que deseja; nem ele, pela estreiteza, pelas suas limitações, deturpou e corrompeu a vida.

Se considerarem seus pensamentos e os atos deles originados, verificarão, que, onde existir o desejo de fuga, deverá coexistir a busca de segurança; porque encontram conflito na vida com todas as suas ações, suas afeições, seus pensamentos; dele desejam escapar para uma segurança satisfatória, uma permanência. Assim, toda a ação de vocês se acha baseada nesse desejo de segurança. Mas realmente, não há segurança na vida — nem física, nem intelectual; nem emocional, nem espiritual.

Se vocês se sentirem seguros, jamais poderão encontrar essa realidade vivente.

Na vitalidade da insegurança, reside o eterno.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill