A verdadeira experiência consiste
em compreender, pela própria vigilância e pelo percebimento, as causas que
condicionam o pensamento.
(...)
Para compreender uma experiência
no presente, para colher a sua frescura, vocês devem ter a mente limpa de
crenças, de ilusões. A compreensão plena de uma experiência lhes libertará de
toda experiência que é tempo.
(...)
A verdade realiza-se por meio da
iluminação e a iluminação é a descoberta do verdadeiro mérito da experiência.
Para encontrarem este mérito verdadeiro precisam se concentrar sobre o que cada
experiência tem de essencial, então ficarão libertos da experiência e depois a
iluminação será permanente.
(...)
Ninguém pode estabelecer uma
regra para se saber qual a experiência que conduz à verdade e qual que não
conduz. Cada um tem de discernir, por si mesmo, a essência de todas as
experiências, a todos os instantes.
(...)
Se tiverem o interesse de serem
completos, de ser a própria vida, então não evitarão coisa alguma, por causa do
medo. Se esforcem a todo o instante para compreender e assimilar o significado
de cada experiência.
O ponto de vista mecânico da vida
priva o homem da verdadeira experiência da realidade. Esta não é uma experiência
qualquer, fantástica, imaginativa, porém aquela que se manifesta quando a mente
está livre de todos os estorvos do medo, do dogma, da crença e daquelas doenças
psicológicas que resultam das restrições e limitações que aceitamos, em nossa
busca de própria proteção, segurança e conforto.
Krishnamurti - O medo - 1946