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sexta-feira, 12 de abril de 2013

O verdadeiro conhecimento, a verdadeira felicidade.

Vocês podem viver inteligentemente neste mundo, de maneira sã, em plenitude profunda e, apesar disso, não ser do mundo.

A personalidade pode fenecer e morrer; porém, para o homem que realiza a plenitude, a tranquilidade da mente, para esse existe a segurança da imortalidade

Quando a mente está liberta de todo o eu-consciência, portanto, de toda a ação que brota do egoísmo, ela não mais conhece sujeito nem objeto, pensador nem pensamento.

Uma tal mente acha-se revestida de amor, do qual toda particularidade de sentir e de pensar como objeto e sujeito se acha inteiramente ausente, sendo esse amor, então, como o perfume de uma flor.

Isto não é teoria intelectual, e sim o viver em constante ajuste, em constante vigilância e acautelamento, de modo que de um tal apercebimento, que é resultante da busca, provenha a harmonia: a mente contendo o coração.

Para alcançar a harmonia, vocês precisam produzir a libertação do desejo — não a supressão do desejo.

Quando estiverem conscientes de suas qualidades, de si próprios — realmente conscientes — então não sentirão medo de examinar, não se assustarão com o conflito. Vocês necessitam fazer esforço, o esforço deliberado, consciente, para descobrir as próprias qualidades, os seus próprios extremos, as suas supressões.

Somente então serão capazes de realizar a libertação do desejo — a qual não é nem indiferença, nem tédio. Vocês necessitam penetrar em suas próprias mente e coração, para realizarem o êxtase da vida e não lhes é possível, em última análise, escapar desse esforço.

Sempre há fugas, enquanto não estiverem livres do desejo, e ninguém pode lhes livrar dele a não ser vocês mesmos, pelo próprio deleite, pela própria busca.

Quando tiver cessado todo desejo, então sentir é pensar, não há distinção entre mente e coração. Há então um intenso apercebimento, uma concentração que perde toda a distinção. É a concentração de uma flor. Esta concentração é infinita; porém, o que vocês chamam de amor e pensamento está infectado de resistência, cativeiro da mente e coração, portanto, de corrupção.

Se vocês fossem inconscientes, cruéis, então seriam semelhantes a um animal e não haveria luta ou conflito; porém, no saber que são cruéis e apesar disso ceder à crueldade, vocês criam este terrível turbilhão e caos, que existe na mente e no coração de vocês, o qual ninguém, a não ser vocês mesmos, pode apaziguar.

Para fazerem isto, necessitam estar incessantemente despertos, isto é, contemplar constantemente todo o pensamento e todo o sentimento que possuírem, na ação.

Pensem e sintam com toda profundidade, e verificarão como as suas mente e coração estão limitados pela opinião pública, pelo tradição, pelo sistema, pelas vaidades e temores pessoais.

No experimentar estes embaraços, descobrem a causa e, por intermédio dela, se esvai aquilo que impede a harmonia do pensamento e do sentimento.

O homem, pode viver harmoniosamente e, nessa harmonia, sua mente e coração são normais, sadios, plenos, completos, não oprimidos pelo medo.

Se quiserem verificar o que eu digo, precisam possuir mente plástica, ardente, pesquisadora e, pela própria pesquisa de vocês é que expelirão o temor. Não advém nenhum resultado de lutar cegamente contra o medo. Busquem a verdade e o medo cessará e, da intrepidez decorrente, provirá a plasticidade, a harmonia da mente e do coração e a plena realização desse êxtase da plenitude, de que falo. Esta plenitude é que é a realidade última e nessa realidade não há nascimento nem morte; ela sempre está renovando a si própria, e o homem que sabe disto é livre e vive nessa eternidade, no presente.

Se houvessem uns poucos no mundo que realmente compreendessem, poderíamos criar um mundo novo, alteraríamos a expressão da vida.

Se, porém, não houver entendimento, outra religião, outra seita, outra igreja, outro deus será criado.

Vocês estão sempre propelidos pelo medo de cair.

O homem criou Deus segundo sua própria imagem, conforme as ideias que extraiu dos livros sagrados, dos filósofos e místicos, de sua própria imaginação, apoiado nos seus preconceitos, no seu sofrimento, na sua busca de conforto, nos seus anseios, nas suas esperanças e antecipações.

Eu não posso lhes descrever Deus, ou a vida; se descrevesse essa viva realidade, não seria ela verdadeira. Aquilo que é sempre vivo, sempre móvel, que está sempre a se renovar, que se acha isento de tempo, não pode se amoldar a palavras. Tem de ser realizado, tem de ser sentido, compreendido, vivido.

Nenhuma definição, nenhuma descrição pode contê-lo.

Eu digo que existe uma realidade eterna, viva, chamem-na pelo nome que preferirem, Deus, verdade, vida, amor, ou ação.

A verdade é a plenitude do sentimento e do pensamento em ação, a intensidade do viver harmonioso, não em certo futuro distante, porém, sim no presente. A verdade não tem aspectos, por ser em si mesma completa. Vocês não podem se acercar da verdade

Por métodos ou sistemas; essas coisas são meramente o resultado de suas idiossincrasias particulares, de suas fantasias, esperanças e temores.

Vocês tem tido as suas religiões, as suas cerimônias, os seus livros, as suas maneiras complicadas de encarar a vida: estas coisas, porém, não lhes trouxeram felicidade.

Vocês devem cultuar aquilo que é incorruptível. Devem dar seu amor àquilo que está para além da estagnação.

O que há nisto que lhes causa medo?

O que há aí que possa causar desentendimento? Com todas as suas crenças, os seus sistemas, as suas cerimônias e os seus deuses, não são felizes. E, no entanto, sentem medo de abandoná-los.

Se suas crenças podem ser despedaçadas, não são dignas de serem conservadas. Se seus sistemas são tão frágeis que não podem resistir a tempestade da dúvida e da tristeza, merecem morrer.

Verifiquem se há dentro de vocês o êxtase do propósito e o poder de criar no eterno. Se não tiverem dentro de vocês o intenso interesse pela libertação, vocês, assim como as suas obras, não serão mais que passageiras sombras.

O que digo, não digo com rudeza. Dado, porém, serem infelizes, eu queria lhes mostrar o verdadeiro conhecimento, a verdadeira felicidade.

Sejam responsáveis perante vocês mesmos, por todas as suas ações.

Não busquem abrigo na autoridade exterior. Mantenham-se em seus próprios pés.

Para poderem dar preenchimento á vida, passem além de toda experiência. Para poderem ser grandes no amor, guardem afeto no coração de vocês para com todas as coisas.

Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill