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terça-feira, 13 de agosto de 2013

A regeneração está no despertar da inteligência

Pergunta: Como pode a regeneração individual trazer, sozinha e imediatamente, o bem-estar coletivo da grande maioria, como se faz necessário em toda a parte?

Krishnamurti: Pensamos que a regeneração individual é oposta à regeneração coletiva. Não estamos pensando em termos de regeneração, mas apenas em termos de regeneração individual. A regeneração é anônima. Enquanto penso na regeneração individual, como oposta à coletiva, não há relação entre os dois; mas se lhes interessa a regeneração, não individual, mas a regeneração, simplesmente, notarão então a presença de uma força, uma inteligência inteiramente diversa, em ação; porque, afinal de contas, o que é que nos interessa? Qual é a questão que nos preocupa, profunda e fundamentalmente? Pode uma pessoa reconhecer a necessidade de uma ação conjunta do homem para a salvação do homem, perceber que a ação coletiva é necessária para a produção de alimentos, de roupas e moradia. Isso requer inteligência, e a inteligência não é individual, não é deste partido nem daquele, desta ou daquela nação. Se o indivíduo busca a inteligência, esta há de ser coletiva. Mas, infelizmente, não estamos em busca da inteligência, não estamos em busca da solução do problema. Temos teorias com relação aos nossos problemas, métodos de resolvê-los, e os métodos se tornam individuais ou coletivos. Se você e eu estamos em busca de uma forma inteligente de nos aplicarmos ao problema, não somos nem coletivos nem individuais; só nos interessa, então a inteligência, que há de resolver o problema.

Que é coletivo, que é massa? São vocês, em relação com outra pessoa. Isso não é uma simplificação exagerada; porque nas minhas relações com vocês eu constituo uma sociedade; você  e eu criamos juntamente uma sociedade, em nossas relações. Sem essas relações não existe inteligência, não existe cooperação, da parte de vocês ou da minha parte, que é inteiramente individual. Se eu busco a minha regeneração e vocês buscam a sua, o que acontece? Estamos seguindo em direções opostas.

Se estamos ambos interessados na solução inteligente de todo o problema, porque esse problema é nossa principal preocupação, nesse caso, o que nos interessa, não é como eu considero e como vocês o consideram, qual seja o meu caminho ou qual seja o caminho de vocês. Não nos interessam fronteiras e preconceitos econômicos, nem direitos adquiridos e as coisas insensatas que nascem junto com esses direitos adquiridos. Então, vocês e eu não somos coletivos nem individuais; realiza-se essa integração coletiva, que é anônima.

O interrogante, porém, deseja saber como se deve agir imediatamente, o que fazer no momento imediato, de modo que sejam resolvidas as necessidades do homem. Quer me parecer que não existe tal solução. Não há remédio moral de ação imediata, apesar das promessas de políticos. A solução imediata é a regeneração do indivíduo, não em proveito próprio, mas a regeneração que é o despertar da inteligência. Inteligência não é coisa de vocês ou minha — é inteligência. Julgo importante que se perceba isso a fundo. Então, a nossa ação política ou individual, coletiva ou de outra natureza, será totalmente diferente. Perderemos a nossa identidade; não nos identificaremos com coisa alguma — nossa pátria, nossa raça, nosso grupo, nossas tradições coletivas, nossos preconceitos. Perderemos todas as essas coisas, porquanto o problema exige que percamos nossa identidade, para o resolvermos. Mas isso requer compreensão, compreensão total do problema.

Nosso problema não é o problema do "pão de cada dia"; nosso problema não é só comer, vestir e morar; é mais profundo do que isso. É um problema psicológico, o problema do porque o homem se identifica com alguma coisa, pois é a identificação com um partido, com uma religião, com o conhecimento, que está nos desunindo. E essa identidade só pode ser dissolvida quando, psicologicamente, todo o processo de identificação, o desejo, o motivo, é compreendido claramente.

Assim, é inexistente o problema do coletivo ou do individual, quando estamos em busca da solução de determinado problema. Se vocês e eu estamos interessados numa coisa qualquer, se estamos vivamente interessados na solução do problema, não nos identificamos com outra coisa. Mas, infelizmente, visto que não estamos vivamente interessados, nós nos identificamos; e é essa identificação que está nos impedindo de resolver este vasto e complexo problema.


Jiddu Krishnamurti — 20 de janeiro de 1952 – Quando o pensamento cessa

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill