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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Reparando os conflitos causados pela mente condicionada

Para mim, quando estou em conflito, voltar-me para um livro, ir a um guru ou mergulhar na meditação é o mesmo que começar a beber.(1)

A menos que a mente descubra a fonte do pensamento, ver-se-á sempre de novo enredada num sistema de vida que levará finalmente ao conflito, uma maneira de vida que é violência. Aquela fonte precisa ser descoberta. Enquanto existir observador e coisa observada, haverá contradição, distância, intervalo de tempo, separação entre ambos, e o pensamento tem de existir.(2)

Vendo-se o que está se passando no mundo, e principalmente neste país, parece-me que o que se faz necessário é uma revolução total de consciência. E não será possível tal revolução, se permanecermos insensatamente apegados a crenças, idéias e conceitos. Não encontraremos saída de nossa confusão, angústia, conflito, pela constante repetição do Gita, do Upanishads e demais livros sagrados; isso poderá levar à hipocrisia, a uma vida de insinceridade, de interminável pregação moral, porém nunca a enfrentar realidades. O que nos cumpre fazer é, segundo me parece, tornar-nos cônscios das condições de nossa existência diária, de nossos infortúnios, nossas angústias, nossa confusão e conflito, e tratar de compreendê-los tão profundamente que possamos lançar uma base adequada, para começar. Não há outra solução. Temos de enfrentar-nos assim como somos e não como deveríamos ser, segundo um certo padrão ou ideal. Temos de ver realmente o que somos e, daí, iniciar a transformação radical.(3)

Somos pessoas que foram educadas para viver em conflito. Toda a nossa vida é conflito, dentro e fora de nós - com o próximo, com nós mesmos, e em nossas relações. Tudo o que tocamos, tanto psicológica como ideologicamente, gera conflito. E o conflito é o maior fator de deterioração. Ora, ao meu ver, a compreensão desse conflito, compreensão não parcial, porém total, é mais importante tarefa da mente humana. Porque só com a completa terminação do conflito podem terminar todas as ilusões; só então tem a mente a possibilidade de penetrar fundo, na investigação da Verdade, no investigar se algo existe além do tempo. E só essa mente é capaz de descobrir o que é o amor e de descobrir o estado mental criador, porque tudo o mais, em qualquer forma que seja, é pura especulação. A mente religiosa não especula; move-se tão-somente, de fato para fato. E não é possível observar o fato quando há conflito ou tensão de qualquer espécie.(4)

Por ora você não sabe o que é "todo o seu ser", pois está fracionado, dividido, e sua ação é fragmetária; mas, ao perceber claramente o conflito, descobrirá por si mesmo que, além, se encontra o amor, se encontra um estado de espírito integral, não-fragmentário, um estado de espírito não formado pelo desejo, não resultante de disciplina, conformismo, pressão. Esse descobrimento é a fonte real da ação independente de seus fragmentários desejos e propósitos, e eis por que muito importa se compreender, conhecer sua própria e contraditória natureza, em vez de procurardes obrigar "o que você é" a ajustar-se ao padrão de um certo ideal ou ideologia. E eu lhe garanto haver grande alegria no conhecer a si mesmo, no perceber tudo o que você é, tanto o feio como o belo, tanto a insensibilidade como a extrema sensibilidade da mente. Desse percebimento pleno surge uma mente que conhece a ação total, e só essa mente pode criar um novo estado de relação, um mundo novo.(5)

Todos nós estamos colhidos nas malhas do sofrimento e do conflito, mas a maioria dos indivíduos não está consciente desse conflito porque vive a procurar substituições, soluções e refúgios. Se, entretanto, deixarem de procurar refúgio e começarem a interrogar o ambiente, que é a causa do conflito, tornar-se-á, então, a mente penetrante, ativa, inteligente. Nessa intensidade a mente se torna inteligente e capaz, portanto, de discernir o exato valor e significado do ambiente, causador do conflito... Se você estiver em conflito, é claro que deve interrogar o ambiente, mas a mente da maioria já de tal modo se desvirtuou que não percebe que está à cata de soluções e meios de fuga, com maravilhosas teorias. É perfeito o seu raciocinar, porém, baseado, embora inconsciente, no desejo de fuga... Se há, pois, conflito e você deseja descobrir-lhe a causa, deixe que a mente descubra pela intensidade do pensamento e, interrogando tudo o que o ambiente põe em torno de você – sua família, seus semelhantes, suas religiões, suas autoridades políticas; no interrogar haverá ação contra o ambiente. Você tem a família, o semelhante, o Estado, e, interrogando o significado dessas coisas, verá como é espontânea a inteligência, que ela não é coisa que se adquire ou cultive. Lançada a semente do percebimento, nasce a flor da inteligência.(6)

Conhecer a si mesmo é sabedoria. Você pode ignorar todos os livros do mundo (e espero que sim), pode ignorar as mais modernas teorias, mas isso não é ignorância. Não nos conhecermos profundamente, fundamentalmente, é ignorância; e você não pode se conhecer se não é capaz de se olhar, de se ver exatamente como é, sem nenhuma deformação, sem nenhum desejo de mudar nada. Então, o que vê se transforma, porque a distância entre o observador e a coisa observada desapareceu e, por conseguinte, não há conflito.(7)

Ideologias, princípios e crenças não só dividem os homens em grupos, mas também impedem, efetivamente, a cooperação, a qual é realmente necessária neste mundo: cooperar, trabalhar juntos, atuar juntos - e não, um atuando de uma maneira, porque pertence a um dado grupo, e outro atuando de maneira diferente. A divisão resulta inevitavelmente da crença numa ideologia. A ideologia, seja comunista, seja socialista, capitalista, etc., separa os homens e gera conflito.(8)

Nossa vida é um campo de batalha, da hora de nascermos à hora da morte; é agonia, desespero, sentimento de "culpa", medo, competição incessante, comparação de nós mesmos com outros, esforço para sermos mais e cada vez mais, esforço para controlar-nos, libertar-nos, alcançar novos alvos, conservar o que consquistamos. Nossa vida diária, a cotidiana rotina de nossa existência, é competição, brutalidade, agonia, desespero; solidão; uma constante aflição que não conseguimos resolver, afastar de nós. Tal é o fato, o que realmete é, e nunca fomos capazes de transcendê-lo. Temos uma verdadeira rede de "vias de fuga": campo de futebol, igrejas, religião organizada, museus e concertos e, naturalmente, também a investigação intelectual, que não leva a parte alguma. Tal é a nossa vida, mas isso, evidentemente, não é viver. O viver implica um estado mental inteiramente livre de conflito; livre de todo e qualquer conflito - viver!(9)

Qualquer ação nascida do pensamento limitado deve inevitavelmente provocar conflito... Todos os problemas que a humanidade hoje enfrenta, tanto psicologicamente, como nas outras esferas, são o resultado do pensamento. E nós estamos alimentando o mesmo padrão de pensamento, e o pensamento nunca solucionará nenhum desses problemas. Há contudo um outro tipo de instumento que é a inteligência.(10) O Futuro da Humanidade

Não pense apenas por desejar a paz, você não a terá, quando em sua vida de relações diária você é agressivo, ambicioso e procura segurança psicológica aqui e em tudo. Você tem que entender a causa central do conflito e do sofrimento, e então tudo se dissolve, e não meramente olhar para o exterior buscando paz. Mas veja só, a maioria de nós somos indolentes. Somos preguiçosos demais para observarmos-nos seriamente e compreendermos-nos a nós próprios, e ser preguiçoso realmente, é uma forma de convencimento, pensamos que outros resolverão o problema para nós e nos dará paz, ou que devemos destruir aparentemente as poucas pessoas que causam guerras. Quando o indivíduo está em conflito interior inevitavelmente deve criar conflito no exterior, assim só ele pode ocasionar paz em seu interior e no mundo, pois ele é o mundo.(11) O livro da Vida

O animal é violento. Seres humanos, que são o resultado do animal, também são violentos, e é parte de cada um ser violento, irritado, ser ciumento, invejoso, procurar o poder, posição, prestígio e todo mais para dominar e ser agressivo. Homem é violento – isso é demonstrado por milhares de guerras – e desenvolveu uma ideologia que chama de "não-violência”. E quando existe violência real como uma guerra entre um país e outro, todos são envolvidos nisso. Adoram isso. Agora, quando você é realmente violento e tem o ideal de não-violência, você tem um conflito. Você está sempre tentando se tornar não-violento – que é parte do conflito. Você se disciplina sozinho a fim de não ser violento – o que, mais uma vez, é conflito, atrito. Assim, quando você é violento e tem o ideal de não-violência, você é essencialmente violento. Para perceber que você é violento, a primeira coisa a fazer é – não tentar tornar-se não-violento. Ver a violência como ela é, não tentar traduzir, disciplinar, vencer, reprimir, mas olhar como se você a estivesse vendo pela primeira vez – isso é olhar sem qualquer pensamento. Eu já expliquei o que entendemos por olhar para uma árvore com inocência, que é olhar para ela, sem a imagem. Da mesma maneira, você tem que olhar para a violência, sem que a imagem esteja envolvida na palavra em si. Ao olhar-la, sem qualquer movimento de pensamento é olhar como se você a estivesse olhando pela primeira vez, e, por isso, olhando com inocência.(12)

Todos nós temos tentado dominar a raiva, mas de alguma forma, não parecemos dissolvê-la. Existe uma abordagem diferente para dissiparmos a raiva? A raiva pode surgir de causas físicas ou psicológicas. Alguém está irritado porque, talvez esteja frustrado, suas reações defensivas foram minadas, a própria segurança mental cuidadosamente construída está ameaçada e assim por diante. Todos somos familiarizados com raiva. Como é que alguém compreende e elimina a raiva? Se você considerar suas crenças, conceitos, opiniões, como de grande importância então você é obrigado a reagir violentamente se questionado. Se em vez de se agarrar a crenças, opiniões, começarmos a nos perguntar se elas são essenciais para a compreensão da vida, e em seguida pela compreensão de suas causas ocorre a cessação de raiva. Assim se começam a dissolver as próprias resistências que criam conflito e dor. Outra vez isso exige seriedade. Estamos habituados a controlar-nos por razões religiosas, sociológicas ou por conveniência, mas livarmo-nos a raiva exige uma profunda conscientização. Você se irrita quando vê uma injustiça. É porque ama a humanidade, porque você tem compaixão? A compaixão e raiva andam juntas? Pode haver justiça quando há raiva e ódio? Talvez esteja irritado com pensamento geral de injustiça, de crueldade, mas sua raiva não altera a injustiça nem a crueldade, ela pode somente ocasionar o mal. Para promovermos a ordem, temos de ser ponderados, compassivos. A ação nascida do ódio só pode criar mais ódio. Não pode haver nenhuma retidão onde existe raiva. A retidão e raiva não podem coexistir juntas.(13)

Uma mente que é competitiva, presa ao conflito do vir a ser, enquanto pensar em termos de comparação, não é capaz de descobrir a realidade. O pensamento-percepção que está intensamente consciente está em processo de auto-descobrimento constante – descoberta que sendo a verdade, é libertadora e criativa. Tal auto-descobrimento provoca a liberdade das aquisições e da vida complexa do intelecto. É esta a vida complexa do intelecto que acha gratificação em vícios: curiosidade destrutiva, especulação, o simples conhecimento, capacidades, boatos e coisas assim, estes obstáculos impede a simplicidade da vida. Um hábito, uma especialização dá agudez à mente, dá meios de focalizar o pensamento, mas não é o florescimento do pensamento-percepção da realidade. O livrar-se da distração é mais difícil porque nós não entendemos completamente o processo do pensamento-percepção que em si tornou-se meio de distração. Sendo sempre incompleto, capaz de curiosidade especulativa e formulação, tem o poder criar os próprios obstáculos, ilusões, que impedem a conscientização da real realidade. Assim sua própria distração, se torna seu próprio inimigo. Como a mente é capaz de criar ilusões, este poder deve ser entendido antes de possa ser completamente livre de suas próprias auto-distrações criadas. A mente deve ainda estar totalmente silenciosa, porque todo o pensamento transforma-se numa distração.(14)

Como pode o homem viver sem amor? Nós só podemos existir, e a existência sem amor é controle, confusão e dor – e é isso o que a maioria de nós está criando. Nós nos organizamos para a existirmos e nós aceitamos o conflito como inevitável, porque nossa existência é uma incessante busca por poder. Certamente, quando amamos, a ordem tem seu próprio lugar, seu correto lugar, mas sem o amor, a ordem se torna um pesadelo, meramente mecânico e eficiente, como um exército, mas como a sociedade moderna está apenas baseada na eficiência, temos que ser como um exército – e o propósito de um exército é criar a guerra. Até mesmo na chamada paz, quanto mais intelectualizados e eficientes nós nos tornamos mais cruéis, brutais, nos tornamos insensíveis. Por isso existe confusão no mundo, por isso a burocracia é cada vez mais poderosa, e cada vez mais os governos estão ficando totalitários. Submetemos-nos a tudo isso como sendo inevitável, porque nós vivemos com nossos cérebros e não com nossos corações, e então não existe amor. O amor é o elemento mais perigoso e incerto da vida, e porque nós não queremos incertezas, não queremos correr riscos, nós vivemos na mente. Um homem que ama é perigoso, e nós não queremos viver perigosamente, nós queremos viver eficazmente, nós queremos simplesmente viver na construção da sociedade porque achamos que as organizações vão trazer a ordem e a paz ao mundo. Mas organizações nunca trouxeram ordem e paz. Somente o amor, somente a boa vontade, somente a misericórdia podem trazer ordem e paz, em última estância, e por isso agora!(15)

É possível viver nesta sociedade, não apenas para ter um modo correto de subsistência, mas também para viver sem conflito? (…) Viver uma vida sem nenhum conflito requer grande dose de compreensão de si mesmo e, portanto, grande inteligência - não a inteligência aguda do intelecto, mas a capacidade de observar, de ver objetivamente o que está acontecendo, tanto externa como internamente.(17) Perguntas e Repostas, pág. 75


(1) Sobre a Verdade
(2) Encontro com o eterno
(3) O Despertar da Sensibilidade
(4) O Despertar da Sensibilidade
(5) O Homem Livre
(6) A Luta do Homem
(7) Onde está a bem-aventurança
(8) A Libertação dos Condicionamentos
(9) A Essência da Maturidade
(10) O Futuro da Humanidade
(11) O livro da Vida
(12) O livro da Vida
(13) O Livro da Vida
(14) O Livro da Vida
(15) O Livro da Vida
(17) Perguntas e Repostas, pág. 75
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill