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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Por que a mente fez do sexo um problema?

(...)O sexo se torna um problema extraordinariamente difícil e complexo enquanto vocês não entendem a mente que pensa sobre o problema. O ato em si não pode ser um problema, mas o pensamento acerca do ato cria o problema. Vocês salvaguardam o ato; vocês levam uma vida de restrições ou favorecem o casamento. Não resta dúvida de que o problema só pode ser resolvido se vocês entenderem todo o processo e toda a estrutura do "eu" e do "meu" — minha mulher, meu marido, meu filho, minha propriedade, meu carro, minha realização, meu sucesso; e até vocês compreenderem e resolverem tudo isso, o sexo como problema vai permanecer. Enquanto vocês forem ambiciosos — politicamente, religiosamente, de qualquer maneira —, enquanto enfatizarem o eu, o pensador, o vivenciador, alimentando-o com a ambição, seja em seu nome pessoal, como indivíduo, ou e nome do país, do partido ou da ideia que denominam religião, enquanto houver essa atividade de expansão do eu, vocês terão um problema sexual.

Vocês com certeza estão se criando, se alimentando, se expandindo a si mesmos, de um lado, e, do outro, tentando se esquecer de si mesmos, perder o eu ao menos um instante. Como podem essas duas atitudes conviver uma com a outra? Logo, a vida de vocês é uma contradição: ênfase no "eu" e esquecimento do "eu". O sexo não é um problema; o problema é essa contradição na vida de vocês, contradição que não pode ser superada pela mente, visto ser a própria mente uma contradição. A contradição só pode ser compreendida quando vocês entenderem plenamente todo o processo de sua existência cotidiana. ir ao cinema, ler livros que estimulam o pensamento, revistas com fotos de pessoas seminuas, a maneira como vocês olham os outros, os olhares sub-reptícios que são lançados a vocês — todas essas coisas estão encorajando a mente, por caminhos insidiosos, a enfatizar o si-mesmo; e, ao mesmo tempo, vocês tentam ser amáveis, amorosos, ternos. Essas duas atitudes não podem conviver uma com a outra.

O homem ambicioso, em termos espirituais ou outros quaisquer, nunca pode viver sem problemas, porque os problemas só cessam quando o si-mesmo é esquecido, quando o "eu" inexiste; e esse estado de inexistência do eu não é um ato da vontade, não é uma mera reação. O sexo se torna uma reação e, quando a mente tenta resolver o problema, ela apenas o torna mais confuso, mais perturbador, mais doloroso. Por conseguinte, o ato não é o problema, mas a mente o é — a mente que diz que deve ser casta. A castidade não é da mente. A mente só pode suprimir suas próprias atividades, e a supressão não é castidade. O homem que cultiva a humildade com certeza não é humilde; ele pode dominar seu orgulho humildade, mas é um homem orgulhoso, sendo por esse motivo que procura tornar-se humilde. O orgulhoso nunca pode tornar-se humilde, a castidade não é uma coisa da mente — vocês não podem tornar-se castos. Vocês só conhecerão a castidade quando houver amor, e o amor não é da mente nem uma coisa da mente.

(...) Não podemos fazer o pensamento parar, mas o pensamento pára quando o pensador cessa, e o pensador só cessa quando há a compreensão de todo o processo. O medo vem à existência quando há divisão entre o pensador e seu pensamento; quando não há o pensador, só então não existe conflito no pensamento. O que está implícito não requer esforço para ser entendido. O pensador vem à existência mediante o pensamento; então, o pensador se põe a moldar, a controlar seus pensamentos ou a fazê-los parar. O pensador é uma entidade fictícia, é uma ilusão da mente. Quando há percepção do pensamento como fato, não é necessário pensar sobre o fato. Se há uma consciência simples, que não faz escolhas, então o que se acha implícito no fato começa a se revelar. Em consequência, termina o pensamento como fato. Nesse momento, vocês se darão conta de que os problemas que nos consomem o coração e a mente, os problemas da nossa estrutura social, podem ser resolvidos. Nesse caso, o sexo não é mais um problema, ele tem seu lugar apropriado, ele não é uma coisa impura nem uma coisa pura.

O sexo tem o seu lugar; contudo, quando a mente lhe concede o lugar predominante, ele se torna um problema. E a mente faz isso porque não pode viver sem alguma felicidade, e por isso o sexo se transforma num problema; mas quando a mente compreende todo o seu processo e cessa, isto é, quando o pensamento chega ao fim, há criação e é essa criação que nos faz felizes. Encontrarmo-nos nesse estado de criação é uma bem aventurança, pois trata-se de um esquecimento de si mesmo em que não há reação vinda do eu. Não se trata de uma resposta abstrata ao problema cotidiano do sexo — trata-se da única resposta. A mente nega o amor e, sem amor, não há castidade. É porque não existe amor que vocês tornam o sexo um problema.

Jiddu Krishnamurti — Bombaim 12 de março de 1950

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill