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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Nós, robôs opiniáticos

Toda cultura institucionaliza determinadas formas de comportamento que comunicam e fomentam determinadas formas de pensamento e de ação, moldando assim o caráter de seus cidadãos. Na medida em que o indivíduo é objeto de constante manipulação mental, na medida em que as instituições de uma cultura tendem a enfraquecer a resistência intelectual e espiritual, na medida em que o conhecimento do espírito é empregado para amestrar e condicionar o povo e não para educar, nessa mesma medida produz a cultura homens e mulheres predispostos a aceitar um sistema autoritário de vida. O homem que não é dono de seu próprio espírito torna-se facilmente um joguete nas mãos de um possível ditador. É inquietante verificar quantas vezes homens inteligentes são incapazes de pensar corretamente por si mesmos. A padronização do espírito, orientada ou não para a conformidade e a sujeição, é condicionada desde muito cedo, na vida.

(...)Em importante experiência psico-social realizada com estudantes, descobriu-se, por meio de simples testes, que em mais de um terço das pessoas examinadas havia conformidade com uma opinião ERRÔNEA DOMINANTE e que 75% dos que se submeteram à prova concordaram, em vários graus, com a maioria. Para muitas pessoas, o peso da autoridade é mais importante que a sua qualidade.

(...) Se queremos aprender a proteger nossa integridade mental em todos os níveis, temos de examinar não apenas os aspectos da cultura contemporânea, diretamente relacionados com a luta pelo poder, mas ainda certos processos de nossa cultura que, embotando o gume de nossa vigilância mental ou aproveitando-se de nossa sugestibilidade, pode conduzir-nos à morte mental — ou ao tédio — representada pelo totalitarismo. A contínua sugestão e a lenta hipnose no sentido de despertar a COMUNICAÇÃO MECÂNICA DE MASSA favorece a uniformização do espírito e cria o ENGÔDO POPULAR da "ERA FELIZ" do ajustamento, da integração e do nivelamento, em que se ESTEREOTIPA COMPLETAMENTE a opinião individual.

(...)É extremamente difícil escapar das sugestões da vida diária, mecanicamente repetidas. Mesmo que por espírito crítico as rejeitemos, elas nos persuadem a fazer aquilo que intelectualmente consideramos estúpido.

A mecanização da vida moderna já influi sobre os homens, para torná-lo mais passivo e ajustá-lo às conformações pré-fabricadas. O homem não precisa mais pensar em valores pessoais, seguindo a sua própria consciência e suas avaliações morais; pensa cada vez mais em termos dos valores que lhe traz o ambiente das massas. Os cabeçalhos matutinos lhes fornecem uma visão política do momento, o rádio insufla-lhe sugestões pelos ouvidos, a televisão mantém-no em contínua sujeição e numa fixação passiva. Conscientemente, ele pode protestar contra essas vozes anônimas; não obstante, as sugestões destas se intrometem no seu modo de pensar.

O que talvez haja de mais impressionante nessas influências, é que muitas delas não nasceram das tendências destrutivas do homem, mas de sua esperança de melhorar o mundo em que vive e de tornar a vida mais rica e mais profunda. As mesmas instituições que o homem criou para ajudá-lo, os mesmos engenhos que ele inventou para elevar sua vida, o mesmo progresso que ele fez para dominar a si mesmo e a seu ambiente, tudo pode transforma-se em armas de destruição.

(...)Em nossa época de ruídos excessivos e de muitas frustrações, não poucos espíritos "livres" desistiram de lutar pela decência e pela individualidade. Rendem-se ao ZEITGEIST, muitas vezes sem o perceber. A opinião pública modela todos os dias o nosso senso crítico. Sem o saber, podemos nos tornar ROBÔS OPINIÁTICOS. A lenta coação da hipocrisia, de tradições de nossa cultura que têm um efeito nivelador, todas essas coisas nos transformam. Temos fome de excitação, de histórias de arrepiar cabelos, de sensação. Andamos a cata de situações que provocam um medo superficial para recobrir angústias profundas. Gostamos de escapar par o irracional, porque nos desagrada o convite ao estudo e à reflexões pessoais. Nossos lazeres são cada vez mais preenchidos por atividades automatizadas, em que não tomamos parte nenhuma: ouvir palavras trombeteadas e postar-se diante de telas de televisão. Corremos para baixo e para cima de automóvel e à noite vamos dormir com soporíferos. Esse sistema de vida, por sua vez, pode abrir o caminho para repetidos e sorrateiros ataques contra nosso espírito. Nosso tédio receberá bem qualquer sugestão sedutora.

Joost A.M. Merloo



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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill