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terça-feira, 7 de outubro de 2014

O pensamento como servidor de confiança sem poder de mando

K: (...)Pensamento acarreta irracionalidade.

DB: Sim, mas o que é pensamento? Como sabemos que estamos pensando? O que você quer dizer quando se refere a pensamento?

K: Pensamento é o movimento da memória, que é experiência e conhecimento armazenados no cérebro.

DB: Suponha que queiramos ter a racionalidade que inclui o pensamento racional. Pensamento racional é somente memória?

K: Espere um minuto. Sejamos cuidadosos. Se formos completamente racionais, existirá uma visão intuitiva total. Essa visão intuitiva usa o pensamento, e portanto ela é racional.

DB: Pensamento, então, não é apenas memória?

K: Não, não.

DB: Bem, eu quero dizer que, como ele está sendo usado pela visão intuitiva...

K: Não, a visão intuitiva é que usa o pensamento.

DB: Sim, mas o que o pensamento faz não é apenas devido à memória.

K: Espere um instante.

DB: Externamente, o pensamento corre sozinho, ele corre autonomamente como uma máquina, e não é racional.

K: Exatamente.

DB: Porém, quando o pensamento é o instrumento da visão intuitiva...

K: Então pensamento não é memória.

DB: Não está baseado na memória.

K: Não, não está baseado na memória.

DB: A memória é usada, mas ele não está baseado na memória.

K: Então o quê? O pensamento, por ser limitado, divisível, incompleto, nunca poderá ser racional...

DB: Sem a visão intuitiva.

K: Exatamente. Contudo, como vamos ter a visão intuitiva que é totalmente racional? Não estou me referindo à racionalidade do pensamento.

DB: Eu a chamaria de racionalidade da percepção.

K: Sim, a racionalidade da percepção.

DB: O pensamento torna-se então o instrumento disso, de modo que ele tem a mesma ordem.

K: Como, porém, posso ter essa visão intuitiva? Essa é a próxima pergunta, não é? O que devo fazer, ou não fazer, para ter essa visão intuitiva instantânea, que não pertence ao tempo, que não pertence à memória, que não possui nenhuma causa, que não está baseada na recompensa ou no castigo? Ela é livre com relação a isso tudo. Portanto, como a mente tem essa visão intuitiva? Quando eu digo, eu possuo a visão intuitiva, isso está errado. Obviamente. Então como é possível que uma mente, que tenha sido irracional, e que tenha se tornado um pouco racional, tenha essa visão intuitiva? Essa visão intuitiva toma-se possível se a sua mente estiver liberta do tempo.

Krishnamurti em, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill