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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Por que somos condicionados?

K: ...Por que ficamos condicionados assim?

DB: Por exemplo, dissemos outro dia que talvez o homem tenha dado um passo errado, tenha estabelecido um condicionamento errado.

K: O condicionamento errado desde o início; ou talvez a procura pela segurança — a segurança pessoal, para a família, para o grupo, para a tribo — tenha acarretado essa divisão.

DB: Mesmo nesse caso temos que perguntar porque o homem procurou essa segurança da forma errada. Veja, se tivesse havido qualquer inteligência, teria ficado claro que tudo isso não tinha significado.

K: Naturalmente, você está voltando ao passo errado. Como pretende me mostrar que demos um passo na direção errada?

DB: Está dizendo que queremos demonstrar isso cientificamente?

K: Sim. Acho que o passo errado foi dado quando o pensamento se tornou extremamente importante.

DB: O que fez com que ele se tornasse muito importante?

K: Bem, vamos chegar a uma conclusão. O que fez com que os seres humanos endeusassem o pensamento como o único meio de atuação?

DB: Também devemos tornar claro o motivo pelo qual, se o pensamento é tão importante, ele causa todas as dificuldades. Essas são as duas perguntas.

K: Isso é bastante simples. O pensamento se tornou rei, supremo; e esse pode ser o passo errado dos seres humanos.

DB: Veja, acho que o pensamento se transformou no equivalente da verdade. As pessoas consideraram que o pensamento fornece a verdade, fornece o que é sempre verdadeiro. Existe a noção de que temos conhecimento — que pode se manter em alguns casos por certo tempo — mas os homens generalizam, porque o conhecimento está sempre se generalizando. Quando as pessoas alcançaram a noção de que seria sempre assim, isso cristalizou o pensamento do que é verdadeiro. Isso deu ao pensamento uma importância suprema.

K: Você está perguntando, não está, por que o homem deu tanta importância ao pensamento?

DB: Acho que ele resvalou.

K: Porquê?

DB: Porque ele não percebeu o que estava fazendo. Veja, no início ele não viu o perigo...

I: Há pouco tempo atrás, você disse que a base comum para o homem é a razão...

K: Os cientistas dizem isso.

I: Se pudermos mostrar a uma pessoa que algo é verdadeiro. ..

K: Mostre-me isso. É verdade que sou irracional. Isso é um fato, isso é verdadeiro.

I: Você não precisa de razão para isso. A observação é suficiente.

K: Não. As pessoas brigam. As pessoas falam sobre a paz. As pessoas são irracionais. O Dr. Bohm assinalou que os cientistas dizem que o homem é racional, mas o fato é que a vida do dia-a-dia é irracional. Agora, estamos pedindo: mostre-nos cientificamente por que isso é irracional; isto é, mostre de que maneira o homem resvalou nessa irracionalidade; por que os seres humanos aceitaram isso. Podemos dizer que é hábito, tradição, religião. Além disso, os cientistas também são muito racionais no seu campo específico, mas irracionais nas suas vidas.

I: Você afirma, então, que a principal irracionalidade foi ter tornado rei o pensamento?

K: Isso mesmo. Chegamos aonde queríamos.

DB: Mas como resvalamos no sentido de fazer o pensamento tão importante?

K: Por que o homem considerou o pensamento como sendo a coisa mais importante? Acho que isso é muito fácil de responder. Porque isso é a única coisa que ele conhece.

DB: Isso não implica que o homem lhe dê uma importância tão grande.

K: Porque as coisas que conheço — as coisas que o pensamento criou, as imagens, e todo o resto — são mais importantes do que as coisas que não conheço.

DB: Mas veja, se a inteligência estivesse atuando, ele não teria chegado a essa conclusão. Não é racional dizer que tudo o que sei é importante.

K: Concordo, mas o homem é irracional.

DB: Ele escorregou na irracionalidade e disse: tudo o que sei é importante. Mas por que teria o homem feito isso?

K: Você diria que o erro foi cometido porque ele se agarra ao conhecido e rejeita qualquer coisa desconhecida?

DB: Isso é um fato, mas não está claro porque ele o faz.

K: Porque é a única coisa que ele tem.

DB: Estou perguntando, porém, por que ele não foi inteligente o suficiente para perceber isso?

K: Porque ele é irracional.

DB: Bem, estamos dando voltas!

K: Não acho.

DB: Veja bem, cada uma das razões que apresentou são apenas um outro exemplo da irracionalidade do homem.

K: Isso é tudo que estou dizendo. Somos basicamente irracionais, porque demos ao pensamento uma importância suprema.

Krishnamurti em, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill