Há milhões de loucos em hospícios, em todo o mundo, que não estão realmente loucos; precisavam de um Mestre e não de um psicoterapeuta. Atingiram seu primeiro satori e todas as psicoterapias os estão forçando de volta, os estão forçando a serem normais. Estão em melhor situação do que tu; atingiram o crescimento, mas o crescimento é demorado - no início é assim mesmo, eles estão passando pelo primeiro satori - e foram tidos como culpados. Dizem-lhes: - “Tu estás louco!” - e eles tentam esconder isso, tentam agarrar-se e, quanto mais longamente se agarrarem, mais longamente a loucura perdurará.
Só recentemente alguns psicanalistas, particularmente R. D. Laing, tornaram-se conscientes do fenômeno; do fato de alguns loucos não terem descido abaixo do normal, e sim, realmente, passado para além do normal. Só algumas pessoas, no Ocidente, pessoas muito perceptivas, conscientizaram-se disso - mas no Oriente sempre houve essa consciência; o oriente jamais suprimiu os loucos. A primeira coisa que o Oriente faz é levar os loucos a uma escola onde muitas pessoas estão trabalhando e um Mestre vivo está presente. A primeira coisa é ajudá-las a atingir um satori.
No Oriente, os loucos têm sido altamente respeitados; no Ocidente, eles são simplesmente condenados, forçados a receber choques elétricos, choques de insulina, forçados de uma forma ou de outra, chegando mesmo a terem seus cérebros destruídos - porque agora existem cirurgias em ação. Seus cérebros são operados e algumas partes dele removidas.
Eles se tornam normais, naturalmente, mas apáticos, idiotizados; sua inteligência se perdeu. Já não estão loucos, não farão mal a ninguém; tornaram-se uma parte silenciosa da sociedade - mas vós os matastes, sem saber que estavam alcançando um ponto a partir do qual um homem se torna sobre-humano. Mas, naturalmente, é preciso passar pelo caos.
Osho